História de uma lente

12 1 9
                                    


Eu falo olhando pra câmera?
Eu não estou louco! Aconteceu comigo sim, só não consigo provar.

Bem... Tudo começou à algumas semanas atrás, havia acabado de sair de uma clínica psiquiátrica que se localizava ao norte da cidade, não vou citar nomes, pois não quero comprometer nada. Meus pais me buscaram, durante o caminho poucas palavras foram trocadas entre nós, ao chegar a casa, sai do carro sem pressa, olhei em volta, e até senti uma nostalgia ao ver aquela casa, ainda estava pintada de vermelho tinha dois andares, duas janelas no primeiro andar e as outras duas no segundo, tinha uma grande árvore na frente da casa com um balanço, fui até aquele balanço, olhei em volta e vi um cômodo separado do resto da casa, só que tinha um detalhe peculiar, ele estava totalmente queimado, lembro vagamente que aquele cômodo tinha ligação com a minha internação, mas não conseguia lembrar, querendo lembrar o motivo fui até meus pais e perguntei sobre o que havia acontecido com aquele cômodo, eles trocaram olhares com feições de espanto, mas falaram que ele sempre estava daquele jeito, não acreditei no que falaram, mas sabia que iria ser inútil tentar obter respostas deles.

Um tempo se passou, me acostumei com eles, mas ao mesmo tempo me sentia inútil, meus pais ainda me tratavam como um doente metal, apesar de falarem que não, eu percebia, nunca era deixado sozinho, chegaram a contratar uma babá para que ficasse comigo, bem, eu não reclamei, ela era linda, seus cabelos pareciam o verdadeiro fogo de tão vermelhos e aqueles cachos davam a impressão que eles dançavam mortalmente, seu rosto era delicado... Ela parecia uma deusa feita para mim.

Eu comecei a sentir algo por ela, acho que era amor, é isso o que você sente quando fica bem feliz em ver alguém, né? Pedi para o meu pai que me levasse à floricultura e comprei um buquê de flores, eram lindas, escolhi rosas vermelhas, meio clichê, mas eram aquelas flores que combinavam com cada fio de cabelo dela, antes de chegar a casa passamos no mercado e compramos uma caixa de chocolate, quando chegamos, subi para meu quarto rapidamente e escondi tudo, fiquei lá, esperando ela chegar e pensando no que falar, é estranho quando você ama alguém, você mal consegue lembrar dos bordões clichês de novelas, antes que percebesse, ela estava na porta do meu quarto pedindo para entrar, disse que sim, parecia um menino que acabava de ganhar um brinquedo novo, mas reparei, havia algo no dedo dela olhei melhor e vi uma aliança prata, acho que aquela aliança se transformou em um projétil e acertou o meio do meu coração, meu sorriso havia se quebrado, meu coração... Pedi que ela fosse embora imediatamente. Ela estava entrando em seu carro para ir embora quando à chamei de volta pedindo desculpa e explicando que eu agi daquela forma por causa do remédio que eu estava tomando, então seguimos o dia normalmente e acabei descobrindo tudo sobre a namorada dela.

Após ela ir embora, peguei o buquê e os chocolates e entreguei-os a minha mãe agradecendo ela, mas o que eu realmente queria era ter despedaçado todo o rosto delicado daquela vadia lésbica passando todos os espinhos das rosas em sua face. Como ela consegue se olhar no espelho beijando outra mulher? Eu gostava da ideia, mas era nojento ao pensar que elas se satisfaziam assim, talvez fosse por não ter arrumado um homem ideal, então tive o brilhante pensamento de ser esse homem ideal pra ela, assim ela seria minha e cogitando uma hipótese futura, eu poderia ver ela brincar com outra mulher para meu deleite.

No outro dia fui o mais amoroso possível com ela, perguntei que dia ela me chamaria para jantar na casa dela, ela pensou um pouco e depois respondeu que se meus pais deixassem eu poderia ir hoje. Depois de muito insistir, meus pais deixaram.

Estavam preparando um grande banquete, eu amava o cheiro daqueles pratos, ela disse que era pra comemorar o namoro dela, perguntei num tom surpreso se a família dela aceitava aquilo, então com um sorriso meigo ela disse que sim, não sabia de qual pessoa wue morava ali eu tinha mais nojo, se era das pessoas que aceitavam aquilo ou se era delas por fazerem coisas tão nojentas, bem, mas estava com fome, depois pensaria em como contornar a situação, na mesa de jantar fiz algumas perguntas e descobri que toda há semanas eles se reuniam para comer juntos, e que isso era o segredo para uma família permanecer unida, sorri e disse que iria aplicar isso à minha família. Meu pai me buscou logo após o jantar, acho que ela ligou para ele avisando que bo jantar havia terminado, já em casa eu passei a noite em claro pensando em que eu faria.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Mar 12, 2017 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Rabiscos RuinsOnde histórias criam vida. Descubra agora