Capitulo 7

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Hoje era segunda, como domingo não tem correio fiquei o fim de semana inteiro esperando a resposta da Manu, e finalmente ia chegar! Vou descobrir de uma vez por todas porque o padrinho dela é tão estranho! Pena que antes tem escola... Vesti o uniforme e gritei para Júlia e Felipe virem logo pois Vicente já havia chegado.
No caminho da escola passamos em frente à casa da Manuela da gravadora, ela está na varanda e ao reconhecer o carro acena para mim, aceno de volta e a observo enquanto vamos em direção à escola.
Olho para o relógio, 7:45, minha escola começa às 8:00 em ponto assim como a maioria das escolas. Será que ela estuda de tarde? Vou perguntar para ela na gravadora.
Chegando na escola não via a hora de voltar para casa e ler a resposta da Manu.
Voltei para casa 12:45 e acho que foram os 15 minutos mais demorados da minha vida, quando o Dinho tocou a campainha sai correndo e puxei toda a correspondência. Fechei a porta e joguei todas as contas no chão, puxando o último envelope com um sorriso.
Abri e li, é parece que o padrinho dela tem guarda legal, mas esse escritório do segundo andar me parece suspeito, vou pedir para ela explorar mais um pouco. Que legal que ela é parecida com a Manuela da gravadora, li a descrição do "amor da vida" dela e me surpreendi ao ver que era realmente muito parecido comigo, só que muito exagerado, eu também adoro usar gorro e meus óculos tartaruga são roxos.
Respondi a careta e mandei pelo correio.
As 16:00 fui para a gravadora e Manuela estava sentada no amplificador do baixo do André e conversava com ele, estavam rindo muito. Por algum motivo a sensação da qual Manu das cartas reclamava me contagiou. Não gostei de ver minha amiga conversando com o André, talvez porque a afirmação da última carta que eu li estava certa, talvez ela seja o "amor da minha vida".
Quando eu entrei na sala estava com a cara meio emburrada, mas um pouco disfarçada pelas minhas sobrancelhas arqueadas para cima.
Mas quando cheguei ela falou:
-Joaquim!-veio e me abraçou, o que me fez sorrir e abraçar ela de volta.
André riu e saiu da sala para se juntar aos meus irmãos que conversavam com Vicente, ao chegar perto de mim senti o cheiro de seu perfume maravilhoso que me fez fechar os olhos:
-Ei? Ei! O que deu em você? Abra os olhos!
Abri os olhos de repente s vi seus dois olhos verdes me encarando. Ela começou a rir, e eu ri com ela.
Acho que ela percebeu meu desconforto quando ela se sentou no amplificador do André, então dessa vez ela se sentou no meu. Eu sorri, e fui afinar a minha guitarra, mas estava um pouco complicado pois não conseguia achar o tom certo:
-Manu?-ela olhou para mim distraída-Pode me ajudar a afinar a guitarra?
Ela assentiu a cabeça e disse:
-O que eu faço?
-Diz as notas em ordem do Dó até o outro Dó.
-Tá ok!
Peguei a guitarra e pedi para ela começar, Manu falou dó completamente afinado, e assim que achei o mesmo tom na guitarra passei para a próxima nota, e assim por diante até terminar.
Liguei o amplificador e esquecendo que Manuela estava em cima do mesmo, testei o som e Manu com o susto, pulou do amplificador e se jogou em cima de mim.
Depois ela se desculpou ficou com vergonha e foi para o seu lugar na frente do microfone enquanto os outros participantes chegavam. Eu só ria.

Cartas de um amorOnde histórias criam vida. Descubra agora