Capítulo 11

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Quando a carta de Manuela chegou em minhas mãos eu sabia que precisava de algum jeito tira-la de la.
Eu precisava entrar lá primeiro, depois eu me virava com o resto, mas como? Agora o Raul provavelmente vai redobrar a atenção nela para que não escape.
Lembrei da descrição da casa que Manuela não dizia nada sobre uma porta nos fundos, mas fui procurar mesmo assim, e para a minha sorte em um dos cantos achei uma porta de funcionários, onde estava escrito:
Atualmente em desuso, usar porta da frente.
Puxei a maçaneta, trancada é lógico, bufei e ia me virar para ir embora quando tropeço em uma pedra fazendo com que eu caia de bruços no chão. Levanto a cabeça e me deparo com um brilho ofuscante em um dos vasos de plantas na frente da porta.
A chave! Levanto correndo e pego, colocando na fechadura, ela abre logo em seguida, entro no que parece ser uma cozinha, mas ao que parece está vazia e escura, sinistramente sombria.
Caminhei com passos lentos até o corredor, e vi que lá era onde Manu disse ser o corredor principal. Tirei os sapatos e andei lentamente até o quarto onde uma placa dizia:
Aqui dorme uma princesa.
Sorri e abri a porta, mas estava vazio, era lógico que ela não estava lá! Fui para o outro lado da casa, o proibido segundo Manuela.
Andei um pouco e achei as escadas para o segundo andar.
Olhei em volta e observei o enorme escritório, ouvi a porta e me joguei em baixo das mesas:
-Eu sei! Eu sei! Mas o que você quer que eu faça?-era o padrinho da Manu
-Sim, sim, vou levar a papelada que indica que eu comprei a fábrica, certo, certo! Mas não deixe a menina escapar!-olhei para frente e vi um papel que dizia:
Posse de Fábrica de tecidos
Sem pensar duas vezes peguei o papel e continuei escondido.
Ele revirou o quarto e saiu logo depois.
Menina escapar? Será que era a Manu?
Olhei o documento, dizia que o Raul era dono da fábrica de tecidos que matou todos os familiares dela!
Ele que comprou a fábrica? Vasculhei em cima da mesa para ver se achava alguma outra pista e para a minha sorte encontrei outro papel que dizia:
Pagamento da arma de fogo
Arma de fogo? A Manu não disse que a fábrica tinha incendiado e explodido? Será que foi proposital?
Preciso achar Manuela a qualquer custo agora! Dobrei cuidadosamente os dois papéis e desci novamente as escadas guardando-os no bolso.
Ia sair para o corredor quando ouço vozes:
-Tá aqui! Sua comida, é pouco e é o que você vai comer o dia inteiro então trate de economizar!
Ele fecha a porta e sai para os quartos principais.
Ando pelo corredor e atravesso várias portas até achar a que ele havia saído, abro lentamente a porta e vejo um vulto se esconder na escuridão:
-Manuela?
Ela aparece novamente e como que para ter certeza que sou eu ela toca meu rosto, para depois me abraçar desesperadamente:
-Me tira daqui!

Cartas de um amorOnde histórias criam vida. Descubra agora