Joaquim me guiava pela mão pelos corredores da casa enorme, enquanto me explicava brevemente as coisas que tinha descoberto. Era tanta notícia ruim, quer dizer que meu padrinho era dono da fábrica que arruinou minha vida? E ele mesmo que colocou fogo nela? Para que? Para arruinar a vida de 94% das pessoas que moravam lá? Ah eu não aguento mais notícia ruim! Enquanto pensava saímos por uma porta que eu nem sabia que existia que dava no jardim:
-Só notícia ruim? Você não descobriu nada de bom?-perguntei me apoiando superficialmente nele para esticar as pernas dormentes de tanto tempo sentado, ele pensa um pouco enquanto volta a me puxar dessa vez pelas ruas, me tirando de uma vez daquela casa horrível:
-Ah sim eu descobri uma coisa sim.
Eu sorri, que bom notícias boas.
-O que?
-Isso-ele se virou de repente e me puxou pela cintura, pressionando seus lábios brevemente contra os meus me pegando em total surpresa.
Depois ele novamente se voltou para frente e voltou a me puxar:
-Feliz?-ele falou. Eu enrubesci e me calei durante o resto do trajeto.
Chegamos à frente de um condomínio de 3 blocos, verde e branco.
Ele me puxou pela portaria e o porteiro falou com ele:
-Oi Joaquim! Minha tia quer falar com você depois. Oi garota!
Acenei para ele e Joaquim assentiu, fomos para o pátio e o atravessamos até chegar ao 3º bloco.
Entramos no elevador e ele apertou o botão 6, de sexto andar. Depois se recostou nos fundos do elevador:
-Isso significa que você gosta de mim?-indaguei de repente.
Ele sorriu e respondeu:
-Claro que sim! A mistura da minha melhor amiga na personalidade, e a garota mais bonita que eu já conheci.- me tornei confusa eu não havia conversado muito com ele a ponto de saber sobre sua personalidade.
-Meu nome é Joaquim.-ele disse de repente. Eu olhei mais confusa ainda, e ele continuou:
-Joaquim...Vaz.
Aos poucos a ficha foi caindo, e meu queixo também.
-Você é o...o...-fui incapaz de concluir a frase.
Ele começou a rir e eu fiquei perplexa.
Como? De todas as pessoas no Brasil a carta foi cair justo no prédio dele?
Isso é praticamente impossível!
As portas do elevador se abriram e ele tornou a pegar minha mão e me puxar entre as portas do corredor, até chegar em uma. Ele parou puxou uma chave de dentro do bolso, abriu e entrou, observei o lugar, tão simples, tão diferente. Eu adorei:
-Manuela?-Acordei de repente de meus pensamentos.
-Entra logo!-ele diz me puxando para dentro do apartamento.
Era pequeno e aconchegante, eu tive vontade de explorar todos os cantinhos ali existentes.
A Tv da sala era menor do que a que tinha no meu quarto mas dava, diferente da minha que era exagerada.
Olhei para mim, estava completamente suja, com a roupa sem lavar e sem banho:
-Vem Manu, aqui é o banheiro-ele disse adivinhando o que eu ia falar.
-Toma, uma toalha, e eu vou pegar as maiores roupas que a Júlia tem para te dar. Me de seus óculos para lavar!
Eu tirei os óculos e ele saiu do banheiro.
Entrei no chuveiro e tomei o banho mais rápido que eu consegui, o que era estranho pois eu era acostumada a tomar banho de banheira.
Ao sair, me enrolei na toalha e Joaquim me deu uma saia listrada preta e branca é uma blusa preta.
A blusa ficou meio curta e mostrou parte da minha barriga, e a saia curta demais para ser aceitável sair na rua, mas serve.
Coloquei os óculos e saí.
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Cartas de um amor
FanficUma garota que começa a se relacionar com um garoto que deixava cartas todo dia a porta de sua casa, mas não sabia quem era. E em casa sua vida era a mesma, uma adolescente que tinha suas paixões e medos.