A Dama De Gelo

Aline

É estranho o que venho sentindo nesses últimos dias, eu tento abstrair mais não consigo simplesmente não consigo... Morales está diferente e posso notar, ele não faz ideia mais conheço cada expressão, cada movimento dele. Meu bom Deus eu não posso ser assim, tenho que ser racional, ele é gay e a mais de nove anos tento aceitar isso, e fazer meu tolo e apaixonado coração esquecer que ele é tudo o que eu mais quero, eu jurava que Caio Tortevan seria capaz de me fazer superar a paixonite por Morales mais não.
Ah Morales se você soubesse, aliás, Morales para os outros para mim é Enrique, Enriquinho, meu Quiquizinho kkkkk.
Deixe de bobagem Aline ele nunca jamais terá olhos para você.
- Aline?
Afff Ellen me deixa em paz, nem posso me perder nos meus pensamentos.
- Oi - respondo meio torto e ela percebeu que não gostei que me chamou.
- Você enviou os contratos para o George revisar? - Ellen está me encarando não entre na minha mente... Esfrego a testa para fingir dor de cabeça por isso da resposta atravessada, ai ela para de me irritar um pouco.
- Mandei sim, com todas as anotações da Marcela também... tudo certinho?
- Você está bem? - Ellen
- Sim só uma enxaqueca- sorriu para ela uma enxaqueca chamada Ellen que não me deixa ter sonhos românticos com o meu Quiquizinho. Acho que preciso de outro apelido para meu amore kkkkk, tola sonhadora larga desses pensamentos ele jamais será seu assim... só como amigo e já esta bom.
- Atenção senhores passageiros passaremos por uma área de turbulência, por favor coloquem o cinto - a voz do piloto invadiu o local acordando Morales ele sorri para mim e coloca o cinto Ellen está pálida feito papel e olhos negros arregalados
Eita acho que ela não vai ficar legal com isso mais o que ela está fazendo? Ellen não consegue fechar o cinto e levamos o primeiro tranco da turbulência.
- Essa lombada é grande- Marcela brinca para aliviar a tensão, Alex está em pé, sentando ao lado de Ellen sem falar nada fecha o cinto dela, e segura a mão da chefa. Hummm sei não esses dois hein... Que lindo e que sorte Tortevan nem quatro meses de convivência, já esta de graça com o rapaz enquanto eu... Opa mais, estou ficando enjoada com esses trancos o avião está sacudindo como se estivéssemos em uma estrada de paralelepípedos.
- Tudo bem baixinha? - Morales
- Tudo bem grandão, já estava com dor de cabeça agora vai ficar pior- digo fazendo cara gatinho de botas, ele sorri para mim e toca meu joelho com carinho, seu toque é tão bom, sorrio ao lembrar no começo cada vez que ele me tocava eu ficava arrepiada inteirinha, com olhar de besta e babando por ele, felizmente meu cérebro aprendeu a domar meu coração se isso é bom ou não, ainda não sei.

Lembrar do nosso começo juntos, me faz lembrar de uma conversa que tive com minha mãe quando resolvi morar definitivamente com Enrique.

" Voce está se enganando - Aurea

Aline continuou a pegar as roupas, as poucas peças que ainda guardava na casa da mãe e colocar na mala.

- Aline minha filha, não fuja da verdade- Aurea

- Eu não sei do que a senhora está falando- Aline

- Filha , senta aqui- Aurea bateu a mão sobre o colchão ao lado dela, e Aline sentou encarando a mãe.

- A senhora está toda preocupada, só por que sua garotinha está saindo de casa?- Aline fazendo graça.

- Não estou toda preocupada por que sei , que a senhorita está escondendo seus sentimentos- Aurea foi direta e franca como sempre foi com seus filhos. Aline engoliu as palavras por alguns segundos, baixou a cabeça , respirou fundo e completou.

- Mamãe a senhora está enganada , não estou escondendo nada de ninguém- Aline

- Filha você pode enganar, o seu amigo Morales, seu pai e irmãos, mas não a mim, eu te conheço como a palma da minha mão Aline... sei exatamente o que está se passando por essa sua cabecinha linda- Aurea sorrindo, aquele sorriso acolhedor que só as mães sabem dar.