3 | Consertando os erros

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— Tchau, mãe. Tchau, pai.

— Aonde você está indo assim? — questiona meu pai ao me ver descer as escadas todo arrumado.

Trago comigo somente minha mochila — com dois livros de Biologia espessos — e um casaco de frio sobre o ombro, torcendo para que seja suficiente para me aquecer contra a baixa temperatura lá fora.

Meus pais estão preparando o jantar juntos, um momento tão raro quanto eu ficar feliz por estudar na casa de alguém. Parece que atos estranhos estão destinados a se convergir hoje, e me pergunto o que mais me espera no restante do dia.

— Hã... Aulas extras, lembra? — respondo indiferente.

Minha mãe sorri com doçura.

— Está um gato! Tem certeza de que é para estudar?

— Mãe! — censuro, corando. Não me dou muito bem com elogios inesperados, ainda mais quando eles vêm dela. — Estou indo. Volto lá pelas onze.

Antes de ouvir outros comentários dos dois, fecho a porta atrás de mim e entro desesperado no meu carro, carregando uma felicidade quase tangível que jamais senti em toda minha existência. Calma... É só Genética; é muito fácil, engano meu cérebro para garantir que a adrenalina é por conta do conteúdo, e não por causa de Arthur. Rio por isso, sentindo-me um idiota.

Suspiro e ligo o som do carro, saindo finalmente do meu próprio devaneio.

A casa de Arthur é grande à primeira vista, com quartos ou cômodos, não sei, voltados ao céu

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A casa de Arthur é grande à primeira vista, com quartos ou cômodos, não sei, voltados ao céu. O mais incrível é que eles estão sob uma janela grande de vidro que possibilita avistar as constelações e se deixar encantar por elas, uma localização onde eu daria de tudo para ter na minha casa.

Uma madeira rústica e bem lapidada é praticamente o principal material que envolve todas as paredes, com exceção de partes contendo vidros num canto ou outro. Fora isso — o bastante para erguer minhas sobrancelhas em admiração à estrutura —, não há mais nada de detalhista.

Confirmo o endereço que anotei num papel e saio do carro logo após, recebendo uma onda fria de ar contra meu corpo. Toco a campainha, à espera de alguma resposta. Até mesmo a porta é feita de mármore brilhante evidentemente caro e bem posicionado, com uma barra metálica perpendicular à altura substituindo uma fechadura.

Ouço saltos altos sendo pisados, cada vez mais intensos. Uma mulher ruiva e muito elegante sorri para mim, os dentes brancos à mostra. Ela usa um vestido vermelho justo um pouco acima do joelho com pedras brancas nas laterais.

— Olá — me cumprimenta. — Você deve ser o Nick. Por favor, entre.

— Ah, obrigado.

MINHA PRINCESA É UM PRÍNCIPE [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora