Nos dias seguintes, eu já estava mais saindo com Arthur do que com o ciclo de amizade que eu tanto andava. É claro que eu os via, mas normalmente era em momentos em que nossas aulas batiam, e não em horários que marcávamos depois do colégio.
Fill estava faltando algumas vezes por conta da sua nova namorada, algo que eu entendi perfeitamente. Ele era o único dos meus três amigos que não jogava piadas sobre Arthur e eu, enquanto os outros não desperdiçavam oportunidades para zoar comigo todas as vezes em que me viam. Eu ria pelas brincadeiras, mas internamente eu não estava me importando.
— Às 18:30 hoje? — pergunto com o sorriso mais largo após abraçar Arthur no corredor.
— Às 18:30 — confirma, acenando na minha direção ao mesmo tempo em que entra na sua sala.
Fico parado até vê-lo se ocupar em sua carteira, mas só consigo sair mesmo do lugar quando o sino me obriga. Vejo Jones saindo de sua sala, percorrendo os olhos pelos corredores e encontrando os meus, onde parece se sentir aliviada. Acho que ela estava procurando por mim.
— Nicholas, eu preciso falar com você. É breve, não se preocupe.
Assinto e vou com ela à diretoria. Nós não entramos; apenas ficamos do lado de fora, o que significava que nossa conversa seria mesmo curta.
— Fizemos uma monitoria com alguns alunos da sala de Arthur para separá-los em grupos — começa ela. — Como muita gente ficou de exame final em Genética e a prova será daqui a duas semanas, o colégio convocou um professor de reforço.
Franzo a testa, já sendo dominado por aquela sensação horrível de que alguma coisa não vai dar certo.
— Então não precisa mais ensinar Arthur, tudo bem? — pergunta. — Mas eu espero que não volte a aprontar mais. — Ela sorri para depois voltar a andar para onde quer que fosse.
Meus olhos tornam-se ofuscados um segundo depois, pois eu estava ciente de que minha alegria que tanto me fez bem durante essas semanas foi por água abaixo. Não, isso não, por favor...
Como se minha vida dependesse disso, viro meu corpo para Jones e digo:
— Não.
Ela olha para mim, sem entender.
— Quer dizer, não precisa contratar ninguém. — Regulo a respiração que me sufoca. Não quero perdê-lo! — Eu posso ajudá-lo. Eu sei que posso.
Eu já esperava que ela fosse me questionar o porquê do meu desejo estranho, então eu já me posiciono a respeito:
— Sem contar que ele está entendendo tudo. Pode perguntar dele. Ele é inteligente.
— Nicholas — ela sorri —, eu sei que seu castigo foi obrigar você a fazê-lo passar na matéria, mas eu exagerei. Não reprovarei você. Eu só achei que... um professor pudesse ser útil.
— Por favor — peço, o rosto idêntico a um cachorro sem dono. É a primeira vez em que não atuo com essa expressão.
A senhorita Jones volta a caminhar até mim, dessa vez devagar.
— Eu não entendo — ela admite, balançando a cabeça. — Por que quer tanto ensiná-lo?
— Porque... porque... — Suspiro e recomeço: — Porque ele é uma pessoa melhor do que eu imaginava ser. Ele me faz puro. Ele tira toda a minha maldade, e isso é uma coisa que ninguém conseguiu fazer. Andar com Arthur me faz bem.
Jones arregala os olhos por uma fração de segundo; depois assente após pensar, voltando a me dar vida.
— Certo. Pode prosseguir, então. — Ela sorri de novo.
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MINHA PRINCESA É UM PRÍNCIPE [DEGUSTAÇÃO]
Roman d'amourNicholas VanCamp é o típico garoto de colegial no qual todas as garotas fazem o impossível para ter ao menos uma chance de tocar seus lábios. Bonito, popular e muito cobiçado, Nicholas se vê como um rapaz incontrolável e dono de si, sem medo de enca...