8.

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Não teve uma boa noite de sono como imaginou. Ficou esperando a tia voltar, até se deixar levar pela fadiga. Estranhamente sonhou com o que o japonês Iwo lhe disse. Entretanto algo lhe despertou, como um grande barulho, vindo do lado de fora, parecia ser um avião, ou helicóptero, mas o que estaria fazendo algum desses tão longe do mundo?

Ao sair do quarto viu a mesa posta, com café e um fim de bolo. Foi até o quarto de sua tia, onde sentada na cama a viu penteando o cabelo, olhando para o espelho, distraída, até perder o olhar na porta.

-Acordou Lucas?

-Luca, não Lucas – Falou baixinho soltando a maçaneta e caminhando para a cozinha – Estou saindo tia... Mais tarde eu volto.

Saiu bateu a porta, e percebeu que o ar estava úmido, devia ter chovido a noite. Caminhou até a praça, na esperança de encontrar alguém, como o senhor Iwo, mas o que pode perceber fora apenas uma arvore torta, no centro da praça, que apontava ao sentido oposto ao da igreja.

Um conjunto de casas continuava pela rua, até um pequeno morro, com rua de pedras. Uma senhora com sorriso alegre acenou para Luca, enquanto ele passava, ao fim do morro podia a se ter uma visão panorâmica da pequena cidade. A estrada continuava por um caminho estreito, mas aquele planalto já mostrava o que Luca mal sabia estar procurando.

A única coisa que conseguiu ver foi um alambrado, para os carros não caírem pelo barranco e um banheiro químico. O que chamou a atenção do garoto fora o banheiro químico abandonado, com o desenho de uma arvore de três ramos, a mesma a qual tinha visto no peito de Anaxímenes.

Abriu a porta do pequeno banheiro e sentou-se, sentiu-se um idiota por imaginar que um elevador o levaria ate outro lugar. Idiota. Fechou os olhos por alguns segundos, até ouvir um barulho do outro lado, alguém estava destrancando a porta...

Luca Karim - Flores de VidroOnde histórias criam vida. Descubra agora