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      - White Vince? Branco Vince? Que raios é isso?

-Também não sei. Foi a mesma coisa que me perguntei ao passar a primeira vez aqui. No meu treinamento aprendi que se trata de uma empresa que se instalou aqui em 1950, alguns dizem que seria parte de um terreno que o Brasil cedeu aos Estados Unidos para guardar excedentes de armas da Segunda Guerra Mundial. A empresa teria falido, e é tudo isso que sabemos. Nada mais.

-Bem, mas olhando por aqui, não parece ser nada mal...

-Não é realmente. Benjamin pediu para que apenas lhe mostrasse o lugar. Há anos ele espera pela ordem de mandar uma equipe para dentro desse malzoleu, e parece que nos dois seremos os sortudos.

-Entrar ai? Mas por que não fazemos isso agora?

-Aí vem a parte estranha. Há anos essa empresa consta como fechada, mas é vigiada dia e noite.

-Por quem?

-Você gosta de perguntar em... Às vezes encontramos alguns guardas bem estranhos e mal educados com capas vermelhas rondando a área.

-Entendo – Luca imaginou para que lado seria a entrada, pois pela extensão do muro, não estaria perto. – É enorme, realmente.

Os dois se descambaram a caminhar e após alguns minutos estavam próximo a igreja. Passaram pelos fundos, onde uma mulher costurava uma toalha, as pequenas lojas estavam de volta. A praça com a arvore que apontava...

-Bem, não comente com sua avó. Mais tarde creio que virão lhe buscar para o jantar na casa do Anaxímenes. E por favor, pentei esse cabelo.

-Vai se catar Mandro...

-Escuta – Falou voltando para Luca – Sobre aquela conversa, nosso segredo, okay?

-Claro...

Passou pela praça e viu um homem negro vestido de batina, devia ser o padre José Mendes, que sua tia havia comentado. Embaixo de uma das pequenas arvores da cidade Luca avistou o tal japonês, com algumas flores na mão. Eram realmente diferentes de todas as espécies as quais já havia visto, eram como, flores de vidro.

Ao caminhar em sua rua, algo lhe chamou sua atenção. Em frente a sua casa um carro preto estacionava. De dentro de seu interior saia um homem gordo dentro de um terno alguns números menor. Ele caminhou até a varanda da casa de dona Elisangela e bateu na porta. Luca o seguiu com os olhos, atravessando a rua e parando em frente ao pequeno portão.

Sua tia atendeu a porta e trocaram algumas palavras, o homem se virou e desceu as escadas da varanda e passou por Luca, sem mesmo o olhar.

-O que esse senhor queria Dona Eli? – Falou Luca entrando pela varanda

-Era da igreja a qual você se hospedou por alguns dias antes de vir para cá.

-E o que tem?

-Esse homem veio perguntar do Pastor Carlos, que faz alguns dias que ele não retorna para casa, e estão preocupados. Ele queria saber se por ventura, ele estaria aqui. Estranho, não?

-Com certeza? Será que algo aconteceu?

Luca Karim - Flores de VidroOnde histórias criam vida. Descubra agora