Pov. Harry
- Ela disse isso mesmo? - perguntei pela milésima vez a Max, que já estava ficando impaciente.
- Se você não acredita em mim, vá lá fora, veja se ela está lá. - Max disse. - Eu não vou mentir para você. Cloe simplismente não liga para o que você faz ou deixa de fazer. Para ela, você é só o "ajudante".
Olhei Max incrédulo, eu ia dizer alguma coisa, ia retrucar e respondê-lo na mesma moeda, ia humilhá-lo, dizendo que Cloe gostava mais de mim do que dele. Mas eu fechei a boca, por alguns segundos, eu senti uma pontada na garganta e minha visão embaraçar.
Max poderia estar certo, não poderia?
E se Cloe não ligasse mesmo para mim? E se ela gostasse de mim como amigo, ao ponto de dizer: "Dane-se o Harry. Eu não ligo para ele."
Eu sei que aquele beijo foi apenas para fazê-la dormir durante sua morte, e talvez, ela poderia ter mais uma chance. Eu a protegi da morte e da própria Gaia, e ela dizia "Dane-se"?
Puxei o ar e pisquei algumas vezes.
- Eu tenho que ir. - falei e antes que Solace falasse alguma coisa, saí da Casa Grande e caminhei sem rumo pelo Acampamento.
Bastou alguns passos para que meu rosto gelasse. Aquilo... aquilo eram lágrimas? Lágrimas?! Eu estava chorando?
Elas desciam pelo meu rosto congelando antes de caírem, estava frio, mas aquelas gotas d'águas me esquentavam.
O que eu estava fazendo? No que eu estava pensando? Por que estava sendo dramático?
Eu ri. E suspirei. E suspirei novamente. Eu não sabia quanto tempo eu ia conseguir carregar aquela armadura pesada que estava começando a ruir e pesar mais ainda. Tudo por dentro de mim estava pesando. Eu não estava mais aguentando aquela barra. Gaia aqui. Gaia ali. Gaia acolá...
Meta número 1: Sobreviver à Batalha Final.
Meta número 2: Esquecer Cloe.Pov. Zöe
Eu não conseguia escutar exatamente nada
O vento estava forte nos meus cabelos. E um sorriso estava esculpido no meu rosto.
Estávamos rápidos, mas parecia em câmera lenta para mim. O tempo passava devagar, eu havia esquecido da destruição de poucos segundos atrás, era reconfortante e calma, eu sentia uma vontade imensa de dormir nos braços de meu pai.
- Obrigado por me ajudar. - sussurrei e ouvi uma risada no meio da ventania, paramos no asfalto um pouco longe dos monstros e da Legião.
- Sua mãe é louca de deixar você comandar uma Legião. - ele riu, fazendo com que seus olhos brancos fantasiosos diminuísse de tamanho.
- Em parte foi eu quem aceitei. - entrelacei os dedos, enrubecendo. - Quero que ela confie em mim.
Meu pai ajoelhou-se, ficando um pouco mais baixo que eu. Senti suas mãos ventânicas tocarem meu rosto, fazendo-me arrepiar por causa da frieza.
- Claro que ela confia, querida. - ele disse. - Todos confiamos em você. Lacey está indecisa e nervosa, ela tem um dever importante para fazer, e nada mais incrível do que você, Zöe, cuidar de tudo para ela.
- Mas é difícil... - minha voz ficou rouca.
- Você acha que não foi difícil para ela no começo? - Dylan retrucou. - Eu acompanho aquela teimosinha desde que ela chegou no Júpiter. Foi a primeira noite que eu a vi chorar, depois disso ela nunca mais derramou lágrima alguma.
- Sério? - perguntei.
- Sério. - ele riu. - Eu não vou poder ajudá-la, mas eu posso despistar eles enquanto vocês fogem. Aceita?
Sorri.
- Aceito.
Pov. Lacey
The Big virou antes que se espatifasse na grande pedra, fazendo-nos afundar.
Tentei voar, mas não consegui. Puxei May e Luke e batemos de cara na pedra, a sorte era que daria para nos segurar suficientemente para não que não morrêssemos.
- Ok, Luke - Olhei para o garoto, que se esforçava em manter May flutuando. - , o plano é o seguinte: sairemos afundando por aquele redemoinho. Tenho uma certa impressão que é por ali...
- Tem certeza, Lacey? - perguntou receoso. - Eu acho que...
- Faça o que estou mandando. Você não vai morrer. É melhor que eu no mar. Confie em mim, garoto.
Luke tremeu e por um momento hesitou, mas de imediato soltou-se de May e afundou.
Eu não conseguia distinguir minha tremedeira. Se era por frio ou nervosismo.
- Ok, May, só é eu e você agora.
Agradeci a Netuno por não ter uma filha tão alta e nem tão pesada. Era razoável, pelo menos.
Puxei-a para mim e a abracei. Parando de nadar, afundamos juntas. E minha cabeça quase explodiu pela pressão da água.
Senti-me rodar em círculos várias e várias vezes, e por fim, uma onda forte nos levar para a areia.
A areia quente e molhada arranhou meus joelhos nus pela calça rasgada e tossi engasgando com água salgada. Meus tênis estavam ensopados, juntamente com a minha camiseta do Acampamento Meio-Sangue.
Olhei para os lados, tentando encontrar May ou Luke à vista.
- Não. NÃO!
Levantei cambaleante e caminhei pela areia.
Havíamos nos separado. Era só o que faltava. Eu não podia perder May de vista.
A tremedeira aumentou, assim que olhei para cima.
- Pelo Raio-Mestre de Júpiter!
Acima das árvores altas, uma trilha duas vezes maior se erguia. Com altos e baixos. Era uma montanha russa.
Eu tinha que encontrá-los. Mesmo que atravessasse a ilha inteira.
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A União dos Três Grandes | A Batalha Final (#3)
FanfictionCONCLUÍDA | TERCEIRO TOMO Após a inesperada morte de Cloe di Angelo e do estado que a Terra entra, agora, a Batalha Final se aproxima mais rápida e sangrenta. Lacey está sem dúvidas, perdida no meio dos Estados Unidos. May, além de ter que superar a...