Capítulo 17

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Eu levantei os olhos para Dylan depois que os nossos lábios se afastaram. Aqueles pares perfeitos de olhos azuis pareciam mais brilhantes do que a própria lua nesse exato momento. Eu o observei em silêncio, nossas respirações igualmente aceleradas, seu cabelo estava bagunçado e um sorriso torto estava nos seus lábios, senti um misto paixão e tentação que formaram uma combinação perfeita.

Dylan acariciou o meu rosto, demorou contornando meus lábios, depois em toda a extensão do meu pescoço, a minha clavícula e subiu a mão pelos meus cabelos, sem desgrudar os olhos dos meus. Nunca tinha experimentado sensação melhor. Seu cheiro era delicioso, o gosto da sua boca era ainda mais.

Eu sorri e o beijei novamente, dessa vez um beijo calmo e doce, demorando meus lábios nos dele.

-Diga alguma coisa. -Ele sussurrou.

-Não estrague o momento com palavras. -Puxei a manga dele para que voltasse para mais um beijo e ele não se moveu.

-Não pode simplesmente se aproveitar de mim e não dizer nada. -As palavras saíram com um sorrisinho nos lábios.

-Teoricamente você se aproveitou de mim. Eu estou bêbada. -Eu ri. Na verdade eu nunca me senti mais em minha sanidade do que agora.

-Então amanhã de manhã você irá fingir que nada aconteceu? -Ele me encarou, olhos semicerrados.

-Eu não sei, provavelmente.

-Então, sem rodeios, o que somos?

-Amigos, eu acho. -Respondi.

-Amigos... -Ele repetiu não gostando da palavra. -Amigos que se beijam?

-Amigos que estavam bêbados e se deixaram levar pelo calor do momento.

Ele riu como descrença. -Você sabe que não foi apenas o calor do momento.

-Se não falarmos em voz alta, não existirá.

-Mas existe. -Agora ele estava sério.

Merda, como de um beijo apaixonado e um flerte, viemos parar em suposições sobre sentimentos?

-Não.

-Alicia...

-Não diga, Dylan, se eu não ouvir não será real.

-Mas é. -Ele pegou em minha cintura e me puxou para ele, deixando nossos corpos tão juntos que eu senti o pulsar do seu coração. Tudo que eu quis foi tocar o rosto dele e beijá-lo para sempre. -Negue que não existe sentimento.

Minha boca ficou entreaberta, eu tinha que negar, mas por algum motivo eu a fechei. Ele sorriu.

-É real, Alicia, mesmo que você tente negar.

Ele não me soltou, e sinceramente eu não queria que me soltasse.

-Nós não podemos ficar juntos, há impecilios e não é certo. -Murmurei.

-Sim Alicia, há impecilios e não é certo. -Ele murmurou. -Mas você quer saber? Eu não me importo.

-Eu não posso me permitir amar você. -Eu murmurei. -Não posso.

-Mas você ama. -Ele murmurou. -E eu não sei como deixar você ir, não sei manter distância e estou cansado, cansado de fingir que não estou completamente apaixonado por você. Então não nos negue isso, não quebre o meu coração.

Senti as mãos dele sobre meus ombros, tão delicadas e ao mesmo tempo tão fortes, seus dedos aos poucos se tornaram carícias em minha pele, ele tocou o meu queixo, erguendo o meu rosto, obrigando a olhá-lo nos olhos, foi só então que eu percebi que estava chorando. Dylan elevou a mão para o meu rosto, limpando minhas lágrimas.

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