Capítulo 4

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Meus olhos se abriram hesitantes para uma luz branca e forte. Estou em um quarto desconhecido, um quarto quase todo branco, a única coisa que não é branco é a parede lilás atrás de mim, no teto as luzes brilhantes quase me cegam. Me mecho na cama dura e desconfortável, uma cama com grades ao lado. Estou vestida em uma camisola folgada branca de algodão, Argh! Isso conseguiu ser pior que minhas roupas.

Ergo a mão e passo os dedos no pescoço, procurando o colar. Quando meus dedos tocam o pingente de estrela, sinto um alivio profundo.

Olhei ao redor e vejo outra cama como a que estou deitada, uma mesa cheia de medicamentos e no canto de uma parede vazia, há duas poltronas brancas, Coe está sentada em uma delas. De saía longa preta e blusa de ceda azul, seu cabelo bronze está preso em um coque.

Senti uma pontada aguda de dor na minha nuca. Ergui a mão e passei os dedos de leve sobre onde estava doendo.

-Aí! -Eu gemi.

-Eu sinto muito. -Coe murmurou.

-Eu também, isso vai ficar dolorido. -Resmungo- É um sonho ou você realmente está aqui?

-Eu estou aqui, mas só você pode me ver.

Sento-me na cama e olho para ela, parece infeliz.

-O que aconteceu depois que eu apaguei? -Pergunto.

-Eu não sei, estava observando pelo seu ponto de visão e quando você apagou eu perdi o sinal. Só voltei quando Cassandra soube da história.

-Você não pode entrar na mente de qualquer um? -Franzo de leve.

-De qualquer um que eu esteja familiarizada, não de um estranho. -Pausa- Preciso saber mais sobre aquele garoto, mas Sônia ainda não o encontrou novamente.

-Uh, então ele ainda não contou a Sônia quem eu sou.

-Ele não pode contar, caso contrário está tudo acabado. A nossa arma secreta é sua identidade oculta, Sônia não pode saber que você é filha de Carolyn, ela precisa continuar achando que é invencível. -Pausa- Lucinda só pode voltar quando um ritual com o sangue da escolhida for feito, e esse ritual só funciona na lua de sangue que acontece a cada vinte anos.

-Deixe-me adivinhar, a lua de sangue está prevista para este ano?

Coe assente com a cabeça.

-O meu plano é: Você vai matar as irmãs Morozov quando ela for sequestrar Cassandra para leva-la ao local do ritual, eu vou te dar cobertura.

-Porque não posso mata-las antes?

-Quando eu tirei a essência do poder delas não as deixei tão humanas, já que elas tem sangue de conjuradora. Tanto Sônia quanto Alexandra, continuam podendo morrer apenas pela adaga e pela lei, só podem morrer por um guardião se estiverem tentando contra vida da sua protegida.

-Que merda.

-Concordo.

-E qual é a versão da história que Cassandra sabe sobre o meu acidente?

-Aquele seu amigo Brayan a encontrou desmaiada no chão, achou que tivesse escorregado e batido a cabeça, então chamou ajuda. -Coe levanta da cadeira e caminha lentamente até a janela de vidro perto da minha cama e observa algo lá em baixo. -Eu não confio muito nesse garoto.

-No Brayan? -Pergunto confusa.

Ela concorda com um aceno de cabeça.

-Acho que eu o vi, algumas vezes, com Alexandra.

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