Capítulo 10

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Oi amores ❤

Perdão pela demora para atualizar o capítulo, para recompensar irei postar o próximo antes do Domingo.

Boa leitura :)

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Chutei o cobertor para o chão e fiquei de braços e pernas abertas sobre a cama, encarando o teto branco.

É madrugada, a festa de Brayan terminou há algumas horas. O quarto está quente e a camiseta do pijama está grudada no meu corpo mas não foi o calor que me acordou, foi um pesadelo pertubador que tive.

No pesadelo também era de madrugada, um casal estava preso em um beco sem saída e Coe estava encostada em uma parede com uma estaca de prata nas mãos. Sua expressão era fria e seu olhar sombrio, era um rosto de uma assasina. O homem cerrou os punhos e atacou Coe que desviou-se de seus golpes com facilidade, então sem exitar ela afundou a estaca no coração do homem que caiu morto no chão. A mulher estava completamente paralisada, o seu choro era silencioso e quando Coe a atacou, ela não se defendeu, apenas aceitou a morte. O casal era os pais de Dylan.

Não consegui parar de pensar na revelação de Dylan desde da nossa conversa. A situação é irremediável, minha Tia assassinou os pais dele, essa é a razão por trás de todo ódio e raiva de Dylan.

Estou completamente dividida. Por um lado eu não consigo julgar Dylan por querer vingança, por querer assassinar a minha única Tia. Porque eu o entendo, quando roubam algo assim de você, quando te fazem passar todos os dias por uma dor indescritível, por um vazio torturador, desejamos vingança. Mas por outro lado eu não posso deixar ele fazer isso, matar Coe que é o meu sangue, minha família, fazer Cassandra passar pela mesma dor novamente. E se eu não posso deixa-lo ter sua vingança, terei que lutar com ele, definitivamente seremos inimigos e eu não quero isso.

Escorreguei para fora da cama e calcei os chinelos. Cassandra dormia como se estivesse em coma e roncava baixinho. Com um sorriso irônico, discretamente sai do quarto. Precisava de ar. Dificilmente conseguiria dormir essa noite, imaginando como foi a vida de Adrian sem os pais, como foi para o Brayan perder a mãe, como foi ter que morar com as irmãs Morozov, sem carinho ou amor. Pelo menos eu tive Gayle. Eles não tiveram ninguém por eles.

O corredor estava vazio o que já era de se esperar. Abandonei o elevador e caminhei até as escadas. Desci até a sala de jogos que estava completamente escura. Eu não tenho medo do escuro mas tenho que admitir que esse lugar é assustador quando está vazio. Se eu me concentrasse bem, poderia ouvir não muito longe, sussurros, chiados, alguns passos... Um objeto de vidro caindo no chão. Os pelos do meu braço se eriçaram.

Oh, Alicia pare com essa paranóia.

Caminhei com cuidado, procurando à porta até que consegui encontrar e milagrosamente estava destrancada.

Parei em frente à porta do lado de fora do prédio, apenas a luz das estrelas clareavam a escuridão.

E a paranóica voltou. Dentro do prédio eu pude ouvir passos, como saltos contra o piso. Não, não era nenhuma paranóia, tinha alguém lá dentro.

Deve ser apenas algum aluno acordado também, alguém que estava na festa.

Mas esses não eram passos de quem estava com receio de acordar quem estava dormindo e atrair a Inspetora que poderia fazer uma denúncia à Diretora dizendo que alguém quebrou as regras e saiu depois do toque de recolher, eram passos de quem não se importava se seria descoberto ou não.

Voltei para dentro do prédio e escutei atentamente. Os passos agora estavam na escada. Então cautelosamente comecei a seguir o fantasma.

Os passos pararam no quinto andar. Eu estava um lance de escadas a baixo e podia ver de longe a silhueta de uma garota, ela olhou para trás e no mesmo instante me agachei buscando esconderijo nas sombras, foi o suficiente para ela não me ver. Segundos depois os passos retomaram e a garota entrou no corredor dos quartos masculinos.

É só alguma garota indo escondido para o quarto do namorado.

Sei que podia ser isso, mas entre as opções de voltar ao jardim e ficar presa em meu próprio drama ou conferir se essa garota misteriosa é ou não uma intrusa, optei por conferir.

Meus passos foram quase silenciosos quando terminei de subir as escadas e entrei no corredor dos quartos masculinos. Busquei refúgio atrás da parede e espiei o corredor escuro. Nesse momento as luzes se acenderam e meu coração quase pulou para fora da boca, rapidamente recuei para trás da parede.

-Você é péssima nessa coisa de perseguição. -Disse uma voz feminina, doce demais, trasueira demais.

Meu corpo congelou por um momento mas rapidamente me recompus e saí de trás da parede. Nunca fui o tipo de garota que se esconde.

A silhueta da garota estava encostada na última porta do corredor. Era uma garota alta, loira, rosto juvenil e um olhar desafiador. Ela estava vestida em um vestido curto dourado e saltos vermelhos.

-Perdão. -Ergui as sobrancelhas. -Achei que meus dons eram melhores.

-E talvez sejam. -Ela sorriu, frio. -Não fique frustrada, os melhores perdem para mim.

-Quem é você? -Perguntei.

Ela coloca as mãos sobre a boca de um modo dramático.

-Quem sou eu? Estou desapontada que você ainda não tenha ouvido falar de mim!

-Talvez você não sejam tão famosa quanto imagina. -Falei em um tom irônico. Ela sorriu, tão fria como antes.

-Acredite, eu sou. -Ela dobra os braços em frente ao corpo e caminha devagar em minha direção, sem desgrudar seus olhos esmeraldas dos meus. Cerrei os punhos e me preparei para o caso dela me atacar. -Pare Alicia, não se preocupe. Eu não irei lutar com você, não hoje.

Ao som da voz dela o meu corpo parou onde estava e por mais que eu tentasse me mecher, não conseguia.

-O que você fez comigo? -Perguntei entredentes.

-Eu posso compelir você a fazer o que eu quiser. -Ela riu. -Você se tornou tão famosa entre nós e aí está você, totalmente vúneravel a mim. A filha da grande Carolyn Werlin não passa de uma jovem estúpida, vadiazinha e irritante.

-Solte-me que irei mostrar o que a vadiazinha pode fazer com o seu lindo rosto. -Sibilei.

-Olha, ela é um cãozinho feroz. -A Bruxa riu e parou em minha frente, afundou uma unha em minha bochecha até que sangue começou a escorrer. -Feroz e inútil, não tem nenhum poder. Se eu não precisase de você para atrair uma pessoa, te mataria agora mesmo.

Um tremor surgiu por minhas espinhas. Eu estava com raiva, raiva por estar vúneravel, raiva por não poder arrancar os olhos dessa vadia com minhas próprias mãos para ela não poder nunca mais me compelir ou compelir qualquer outro.

Tentei desviar o olhar dela mas foi inútil.

Ela soltou uma gargalhada ao perceber o que eu estava tentando fazer.

-Eu adoraria vê-la lutando consigo mesma durante toda a noite mas tenho outros planos, coisas mais interessantes para fazer. -O olhar dela penetrou para além de mim, era como se ela estivesse vendo a minha alma. -Você me conheceu hoje mas você vai esquecer, vai ser como se nada disso tivesse acontecido até que seja a hora de lembrar. No momento certo você vai contar sobre mim a Brayan Cooper, vai dizer que Sônia e Alexandra estão com a coisa que ele mais ama no mundo e para ter isso de volta, ele terá que fazer outro trabalho sujo, mais pessoas precisam morrer para ele provar sua lealdade a nós. É burrice lutar quando não tem como ganhar, isso serve para ele e para você. Agora volte ao seu quarto e durma.

Eu sabia que era mágia, sabia que devia lutar contra a hipnose mas então tudo desapareceu da minha mente, ela desapareceu da minha mente e eu simplesmente obedeci.

Virei-me e caminhei de volta para o meu quarto.

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