Um mês depois
Posso dizer que a minha vida deu uma reviravolta desde aquela nossa noite que aconteceu entre mim e Harry, tenho visto o mundo de uma forma melhor, acabei por aceitar que mesmo estando de cadeira de rodas isto não era o fim do mundo, se deus me quis assim foi por um propósito, ensinar-me o verdadeiro valor da vida. Comecei aceitar a Mary na minha vida o que me diz que ela ficou muito feliz mas eu avisei para que não peçam para lhe chamar de "Mãe", simplesmente não consigo ainda e sinto que estarei a trair a minha mãe adotiva porque sempre pensei que ela fosse a minha mãe verdadeira, foi ela que me educou, que me criou e então saber que isso era tudo mentira que a minha mãe biológica não passava da nova empregada que Harry tinha contratado é deveras estranho. Gemma e Lucy já tinham ido embora da mansão de Harry á uma semana atrás após passarem tanto tempo aqui Gemma decidiu voltar para a sua casa com a filha tentar refazer a sua vida sozinhas, neste tempo em que tive com a minha irmã soube um pouco do que se passou com ela no passado, acabou por me contar que Lucy originou no fruto de uma violação o que fiquei em choque quando o soube, apenas que me contou que onde ocorreu isso tudo foi numa festa e que escondeu isso da família mas quando se apercebeu que estava grávida o medo contaminou-a e apenas contou ao Harry que quando ficou a saber da história foi atrás do rapaz que lhe violou mas Gemma não queria problemas e também não queria que o rapaz ficasse a saber que lhe tinha engravidado pois poderia lhe querer tirar a filha á força. Fiquei horrorizada com o que me havia contado e sei que este assunto para ela ainda é muito frágil e decidi então não força-la a mais.
A minha relação com o meu pai, bem, não consigo decifra-la pois estamos sempre a discutir até por coisas mesmo sem nexo nenhum, significantes. A nossa relação nunca mais ficou a mesma depois de saber o que ele me fez e o que me escondeu durante 17 anos da minha vida, sim 17, hoje faço anos e não estava nada contente para os fazer, parece que a cada ano que passa conhecemos novas coisas no mundo, conseguimos identificar a realidade do mundo e os sentimentos indecifráveis juntamente a bipolaridade. Apenas queria voltar a ser uma criança onde não sabia o verdadeiro significado da realidade do mundo.
"E já sabes o que vais querer fazer na tua vida?" Anne questionou-me retirando-me de todos estes pensamentos fazendo-me direcionar toda a minha atenção para ela. Apenas nós estávamos no jardim a conversar sobre tudo o que se havia passado, daí os meus pensamentos.
"Não sei ainda, acho que arquiteta." disse com um grande sorriso nos lábios.
"Oh, o curso que a tua mãe quis" comentou. Já tinha começado a estudar novamente para recuperar o ano que eu perdi.
"Sim, ao menos nisso somos parecidas." murmurei para mim mesma e só quando Anne gargalhou reparei que esta tinha ouvido.
"Gracie iria ficar muito feliz por fazeres aquilo que ela não conseguiu fazer."
"Mas ela não tirou o curso?" perguntei em confusão.
"Sim, mas antes que ela pudesse realizar o sonho de encontrar um trabalho na sua área morreu." sussurrou tentando não ser muito bruta. Assenti entendendo e antes que pudesse responder senti um enjoou na garganta eu sabia o que iria acontecer, queria me levantar e correr em direção á casa de banho mas só tive tempo de gritar, inclinar-me e deitar toda a comida do almoço para fora.
"Amber!" Anne assustou-se agarrando nos meus cabelos puxando-os para trás. "Mary" gritou enquanto ainda deitava o liquido borrento do meu estômago.
"Oh minha nossa senhora!" senti os passos de Mary enquanto limpava a boca e fazia uma careta pelo sabor que deixou a minha boca, era horrível. Mary ajudou-me a recompor-me e eu ainda sentia-me enjoada mas ela foi-me buscar um copo de água e assim que voltou trazia com ela esfregona e detergentes para retirar aquele maldito cheiro, a sorte é que vomitei no chão de madeira e não na relva. Olhei para Anne que me encarava pensativa.
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Delirium ||H.S|| ✔
Fanfiction"Amber vem aqui!" Ordenou. "N-não." respondi trémula, sabia o que estava para acontecer. "Amber" rosnou. Lentamente aproximei-me e este sorriu em agrado. "Põe-te de quatro, Agora!" gritou. Engoli em seco. Se a chama se apagar cada um segue com as...