s e v e n

693 94 23
                                        

Yoongi.

A tarde seguinte foi marcada pelas mulheres da casa indo a várias lojas e fazendo coisas que mulheres normalmente fazem.

E não, isso não incluía o projeto de Robocop, que agora, se encontrava ao meu lado.

Kim Taeyeon preferiu não ir às compras com minha mãe e sim ficar ao meu lado. Claro que, a família inteira, maior parte as mulheres, acharam fofo e tudo mais, mas eu achava muito grude e cansativo.

Até porque ela era uma robô um tanto animada, e como se dificilmente se cansava, sobrava pra quem?

Isso mesmo, eu.

Os homens resolveram jogar algum jogo antigo em algum bar nas proximidades e a maioria me dizia pra ter juízo e ficava rindo da minha cara.

Então, acabou que naquela tarde, a minha prima, Min Su Na, resolveu brincar de bola conosco. Se bem que pareceu mais que ela tinha nos obrigado, mas até que Taeyeon foi de bom grado.

Mas, eis que surge um problema: a bola cai debaixo de um carro. E como eu não sou muito fã de fazer esforços (ainda mais quando é somente pra pegar uma bola), minha ajuda foi descartada nos primeiros segundos.

E como salvadora da pátria, surge Taeyeon, me causando um problemão... Ela levantou o carro e Min Su Na pegou sua bola, claro que, muito impressionada com a robô. Bom, eu também estava, mas já estava ciente da sua força um pouco fora do normal.

Ela levantava o carro com naturalidade, como se fosse apenas uma caixa vazia (e pra ela realmente poderia ser uma), enquanto pra mim era um absurdo. E até que feria um pouco da masculinidade que eu achava que tinha.

— Você tem que me prometer que vai esquecer o que acabou de ver, ok?
— eu implorava para Min Su Na. Sabia que as chances dos adultos da família acreditarem nela eram quase nula, mas se ela envolvesse o meu nome na história (o que certamente ocorreria), estava tudo acabado.

Era claro que eles acreditariam numa garotinha, contado o fato que eu estava há muito tempo sem namorada e quando apareço com uma, e ela é legal, eles vão achar estranho.

— Mas porque eu não posso contar?

— Porque você apenas não pode.
— eu dizia de saco cheio, apenas querendo que aquilo acabasse logo. Sério, porque diabos eu fui seguir a ideia de Kim Namjoon? Qual é, ele é o meu amigo que tudo que toca, quebra. — Ei, porque você não me dá uma ajudinha aqui? — olho para a robô que ainda continuava segurando o carro como se nada houvesse acontecido.

Ela larga o automóvel, que faz um baita barulho ao encontrar com o chão e corre até mim, sorrindo.

— Como posso ajudar? — ela diz prestativa, entregando a bola de Min Su Na.

— Nos seus dispositivos não tem nada que apague a mente dessa pirralha? — perguntei.

— Você acha que sou uma bruxa ou algo do tipo? — ela me devolve outra pergunta.

— Oppa, sua namorada é legal. — Min Su Na ri e assim, voltamos pra dentro de casa.

[…]

Era domingo. À noite.

Ou também pode-se referir como o último dia com a minha família. Normalmente, as pessoas que não costumam ver seus familiares regularmente, ficam com a mínima vontade de voltar para suas vidas.

Mas eu era uma exceção.

Eu estava tão feliz que resolvi até aceitar o convite do meu primo chato para participar da festa de família.

E bem, aqui estamos. Eu e Taeyeon, já que ela não larga do meu pé.

Se as namoradas reais fazem este tipo de coisas, agora eu entendo porque estive esse tempo todo sozinho.

Taeyeon estava novamente como uma modelo digna de capa de revista enquanto eu apenas estava... Eu.

O Yoongi desajeitado de sempre.

O contrário do meu primo, que  estava todo arrumado como se fosse participar de uma edição do Oscar. Tenho que admitir, ele estava melhor que a minha cara de sono.

Passou algumas horas e já era meia-noite e meia. Meu primo bebia todas e gargalhava alto, sempre me fitando com um sorriso um pouco mais diabólico do que o normal. Até que a música parou e ele começou a chorar alto.

Aquilo estava me irritando e eu já me levantava da mesa do jardim, quando ele gritou:

— Ei, você! Pare aí mesmo. — ele vem até minha mesa entre tropeços, apontando o dedo.

Reviro os olhos me preparando para um diálogo de bêbado.

— Você sabe que eu te odeio, não é?
—  ele grita mais, chamando atenção de alguns adultos.

— Sim, e daí? — comentei desinteressado.

Aish, como eu te odeio, Min Yoongi! — ele bate em meus ombros, com força e acaba por quase desmaiar em cima de mim. — Eu odeio como sua mãe fica te idolatrando o tempo todo, o jeito que a família inteira te protege e o jeito que você sempre consegue se passar por coitadinho.

— Agora a culpa é minha? — pergunto surpreso. Ele que me humilha sempre e eu que sou o culpado?

Assuntos de bêbados me estressam, ah, e meu primo também.

— Eu sempre quis fazer uma coisa e agora ninguém vai me atrapalhar... — ele diz e logo me dá um soco no lábio, que sangra imediatamente. Eu já sentia o gosto metálico e meu instinto foi recuar e depois devolver sua agressão com um chute que o fez cair.

O resto da família olha para a confusão e logo puxa ele para algum canto antes que ele venha me bater mais. Se bem que nesse estado, ele iria mais apanhar do que bater.

Volto para dentro da casa, guiado por Taeyeon. Ela me guia pelos ombros até o banheiro e eu não reclamo, já que eu precisava aliviar a ardência que eu estava sentindo.

Me mantenho em pé, encostado na pia do banheiro enquanto a robô procura em seu sistema de internet algum medicamento que seja igual ao que ela achou na caixinha de primeiros socorros. Depois de achar, ela abre um pote pequeno que exala um cheiro forte de menta e passa no corte do meu lábio.

A dor se torna pior pelo contato do remédio na minha pele e eu reclamo de dor, fechando os olhos. Quando abro meus olhos, sinto que ela está perto demais, e para a minha surpresa, ela imediatamente cola seus lábios no meu.

Fico estático. Meu coração bate depressa e ela me olha terna e percebo seus olhos mudarem de
cor: era rosa.

— P-por que fez isso? — pergunto encabulado, ainda era esquisito ter uma namorada e ainda mais uma que me beijasse (e fosse real).

— Na internet diz que também se cura feridas com beijo. — ela me olha sorrindo.

— Isso se aplica apenas para crianças pequenas. — revirei os olhos.

— Então você não gostou? — ela me encara.

— E-eu... Eu? — uma súbita vontade de tossir me atinge. — Vamos apenas dormir e esquecer, tudo bem? Estou cansado.

Ela assente e sai do banheiro em disparada.

Eu... Eu gostei.

Robot Love || YoongiOnde histórias criam vida. Descubra agora