t h r e e

793 99 34
                                    

Yoongi.

Quando eu acordei, além de ganhar uma dor desgraçada nas costas por dormir no sofá nada confortável daqui de casa, ainda ganhei um belo galo ao bater minha testa na de Taeyeon.

Digamos que ela estava perto demais me esperando acordar.

— Bom dia, Oppa! — ela sorriu e eu urrei de dor. Ela não sentia dor nenhuma por ser uma máquina, mas eu sentia como se tivesse deixado uns dez pedregulhos cair na minha cabeça. — Você acordou às oito e trinta e dois da manhã, devo anotar como seu horário habitual? — Quando ela disse a hora, me assustei. Eu estava atrasado pro meu trabalho quase uma hora, e eu nunca havia me atrasado em um ano de trabalho!

— Por quê não me acordou? Estou atrasado pro trabalho! — levantei do sofá tropeçando em tudo. Quase cai em cima da minha mochila que estava jogada sobre o chão desde ontem.

— Não sabia que você trabalhava, Oppa. Me desculpe. Humanos trabalham? — assenti, escovando o dente. Eu dividia minha atenção entre escovar meus dentes e achar alguma calça jeans no meu closet todo bagunçado. — Ah, eu fiz café pra você. — ela pegou uma bandeja repleta de coisas e me mostrou.

— Não estou com...— enxaguei minha boca, enquanto negava, mas meu estômago me traiu e soou alto. — Droga. Passa isso pra cá. — Comi como um esfomeado, enquanto tentava achar meu celular e saber as horas.

Peguei minhas chaves e uma blusa qualquer que eu achei pelo caminho e vesti. Meu cabelo nem fiz questão de arrumar, já que estava muito atrasado. Taeyeon logo percebeu minha saída e foi atrás.

— Onde vamos, Oppa? — perguntou animada. — Vamos na casa de massagens?

— Não. Eu vou trabalhar e você vai ficar em casa quietinha, tá? — disse enquanto ligava o carro.

— Porque não posso ir junto, Oppa? — fez biquinho.

— Porque não pode. — murmurei. Mas se você acha que ela me escutou, se enganou. Ela apenas entrou no carro e fechou a porta e me olhou, esperando que eu dissesse algo.

Eu estava atrasado demais pra iniciar alguma briguinha de casal ou algo do tipo.

— Porque veio comigo mesmo quando eu te disse para ir pra casa? — perguntei atento na rua.

— Quero conhecer seu local de trabalho. Vi na internet que a maioria das traições acontecem no trabalho. Tenho que saber se você se sente atraído por algum colega de trabalho e vice-versa. — disse.

— Pode ficar tranquila que eu não tenho interesse em ninguém de lá. Aliás, nem somos namorados propriamente ditos. É só para fingir pra minha família que eu não sou alguém fechado e tímido que não vai formar uma família tão cedo.

— Fingir: ato de fazer parecer real (o que é falso ou inexiste); aparentar, simular. — ela voltou a ter o olhar vago por alguns segundos e depois olhou pra mim novamente. — Mas isso não é errado?

— Mas vamos encarar isso como um jogo, tá? Na frente dos meus parentes somos namorados e por trás somos amigos, que tal?

— Mas eu gosto de ter um namorado. — ela diz com uma voz triste. — Gosto de chamar você de oppa também.

Desliguei meu carro e saí, com ela no meu encalço. Havia chegado no trabalho e tinha alguns funcionários
na porta me encarando e encarando a garota ao meu lado.

— Eu provavelmente vou chegar em casa atrasado hoje. — bufei. — Consegue chegar em casa sozinha, né?

— Sim! Tenho um GPS acoplado no meu sistema. — ela disse alto.

Robot Love || YoongiOnde histórias criam vida. Descubra agora