Robot Love || Yoongi

n i n e

Yoongi.

"Estou te esperando no térreo do prédio."

Essa é a primeira mensagem que recebo no dia, e que consequentemente, acaba me acordando.

"O que você tanto quer me falar que não pode esperar amanhecer?" escrevo de volta.

"Yoongi, são duas da tarde!" acabo olhando pro relógio do próprio celular, confirmando que Namjoon estava certo.
"Precisamos falar sobre a robô, ande logo!" Namjoon manda novamente.

Olho para extensão do quarto procurando pela robô, mas não a acho. Coçando os olhos, decido me arrumar e me acordar para receber Namjoon e procurar pela loira depois.

[...]

— O que quer? — falo assim que vejo Namjoon no térreo do prédio, andando de um lado pro outro, preocupado.

Agora ele se preocupava?! Na hora de me deixar com uma assassina em potencial ele não pensou nisso!

— Precisamos contar a verdade pra robô e entregar o mais rápido possível para Park Jimin. — ele diz, finalmente. Apenas assinto, não era isso o que tínhamos combinado antes?

— Ok, você já disse isso... Ei, espera! Porque temos
que contá-la? Quer dizer, não é uma informação tãoooo importante, né? — Finalmente penso no que ele realmente quis dizer. Fico pensando apenas na ciborgue me batendo e querendo arrancar meus órgãos com as mãos. Uh, isso deve doer muito! E se ela de repente querer enfiar meus órgãos de volta, só que, pelo... esquece.

— Você quer ter o seu pescoço deslocado? Quero que pelo menos ela esteja do nosso lado! E precisamos combinar algo para contar ao meu chefe, não acha? — assinto.

— Ora, ora. O que temos aqui. — o porteiro do prédio chega olhando por todo o local com seus olhos curiosos, isso pra não dizer, fofoqueiros.
— Da última vez que lhe vi, você estava com uma moça. O que aconteceu?

Não é da sua conta! quis responder.

Mas apenas respirei fundo e disse:

— Problemas familiares, apenas. Estou indo devolvê-la pra família.

— Devolvê-la? Você por acaso roubou a garota? — o homem ri, e eu queria muito achar graça se não fosse minha real situação.

— Não, que isso... Como pôde pensar que logo eu faria algo deste tipo? — murmuro irônico, olhando pra Namjoon. Espero que esse porteiro não perceba ou irei visitar a polícia mais cedo que eu imaginava.

Depois disso, eu só tive que arrastar Namjoon pro meu apartamento e bolar uma história esquisita pra dizer à robô.

— Kim Taeyeon! — grito, assim que abro a porta do apartamento. Ela vem correndo, provavelmente da cozinha e me dá um selinho, no qual, sempre sou pego de surpresa.

Eu sentia minha orelha esquentar junto com o meu rosto toda vez que ela fazia isso.

— Quer me dizer algo, oppa? — seria esquisito dizer que eu sentiria falta dela me chamando disso?

— Sim, eu e Namjoon queremos te contar uma história, sente-se aqui.
— aponto para o sofá, no qual, ela senta-se sem questionar. Namjoon faz o mesmo.

A ciborgue intercala seu olhar entre eu e Namjoon, atentamente.

— Então... — Namjoon começa.  — Tem um tal de Park Jimin que adora fazer robôs igual a você, sabia?

— Sim, sei que ele é o meu criador. Fundador da Park JiMin Technologies E Co. — ela diz sorrindo.

— Sim, é claro que você sabe. — ele murmura.

— E o que tem? Ele vai me dar um irmãozinho? — ela pergunta curiosa.

— Não, Taeyeon, o que eu quero dizer é que, Park Jimin lhe construiu para matar seres humanos, muitos deles, entende?

— Mas os humanos não são criaturas amáveis? — ela questiona, olhando para o chão.

— Sim, e nós não devemos matá-los, mas é isso que o seu criador quer.
— eu finalmente digo. Taeyeon pega minha mão e aperta, e ao contrário das outras vezes, não doeu. Parecia que ela sabia o que ia acontecer dali pra frente.

Eu iria devolvê-la.

E talvez nunca mais vê-la novamente.

— Então, o que eu devo fazer? — ela finalmente pergunta.

— Nós devemos ir até ele e tentar fazer com que ele mude de ideia, certo? Nós só lhe roubamos para que ele não tenha essas ideias loucas novamente. Mas ele sente sua falta e já aprendeu a lição, então precisamos te entregar ao verdadeiro dono.  — Namjoon mente e parece explicar para uma criancinha.

— Oppa, eu não quero ir. Não quero ter outro lugar como casa, eu gosto daqui. — Taeyeon me olha e seus olhos mudam de cor, fazendo o meu olhar demorar um pouco demais neles.

— É necessário, amor. — sussurro, antes que possa me deter. Ela parece ter me ouvido e seus olhos se intensificam para um rosa pink. Taeyeon sorri animada e me abraça forte.

Dessa vez, machucou um pouquinho.

[...]

— Ok, vocês entram e eu fico aqui esperando, pra sabe... Caso ele te jogue do último andar do prédio e eu tenha que te levar pro hospital sem a ajuda da polícia. — digo, estacionando o carro na calçada. Sei que provavelmente tomaria uma multa, ainda mais estacionando no prédio mais famoso de toda a Seul, mas nesse momento não era na multa que eu pensava.

E sim, em resolver logo as coisas e voltar pra minha cama.

— Que belo amigo você é. — Namjoon me dá um peteleco na testa, fazendo a área ficar vermelha rapidamente.
— Taeyeon, o que acha de apresentar o seu criador pro seu namoradinho Yoongi? Ele iria adorar! — ele provoca.

— Não acredito que...

— Mas é claro que iríamos juntos! Min Yoongi é o amor da minha vida e jamais estaremos separados! — ela rapidamente levanta de seu assento, na parte traseira do meu carro e agarra-me pelo pescoço, me dando um abraço esquisito e um beijo melado do rosto.

Bem, nem tão melado já que ela era uma robô e não produzia saliva. Eu acho.

Ao entrar no grande edifício pois não tive escolhas, os olhares iam somente em Namjoon e na robô, que ele orgulhosamente dizia que tinha resgatado. Entramos no elevador sendo observados até o último fio de cabelo.

— Você está pronto pra algo que eu faço a miníma ideia? — Namjoon me olha, enquanto o elevador subia devagar pro andar do presidente.

— Acho que sim. O número da minha mãe ta na discagem rápida e a ambulância também. — ele assente.

As portas se abrem e automaticamente eu sinto minha boca fechar, em desespero. Namjoon fala com a secretária de Park Jimin enquanto Taeyeon olha para todos os cantos do prédio. Depois de alguns minutos, Park Jimin nos chama em sua sala e eu sinto minhas pernas tremerem como gelatina.

Por que eu sinto que vai dar merda?