Capitulo 1: A Primeira

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No seu quarto Luci, estava em frente ao espelho, que era a unica parte do quarto que não tinha algo espalhado em cima. Nunca fora muito organizada e quando cresceu as coisas pioraram, celular, roupas, sapatos, sua mãe dizia que parecia um cenário pós-terceira guerra mundial, a garota ria, mas no fundo sabia que era verdade.

Naquele dia tinha inumeras vezes trocado de roupa, sapatos, brincos, tinha que estar bonita, provocante, sensual, não que fosse uma ocasião especial, para ela essas três palavras eram tão rotineiras nas noites de sexta feira, que não somavam mais nada de especial, mas naquela noite já estava cansada de se ver em frente aquele espelho ,não que não se achasse bonita era, alta, com silicone nos seios, cabelo castanho bem cuidado que já tinha sido loiro, ruivo, preto, era uma garota bonita, rosto angular, corpo malhado da academia algo que os homens chamariam de ''gostosa'' e sim ela se gostava do contrário não passaria horas se produzindo em salões e clinicas de beleza, reduzindo algo, aumentando outro, tudo em busca da perfeição.

Seu nome era Luciane, mas todos a chamavam de Luci desde a 5° série, na época em que usava aparelho nos dentes, era feinha e sem graça, vida que ficou pra trás. Agora era outra Luci a Luci popular, festeira, cobiçada, ela amava essa nova vida e não a trocaria por nada. Não conseguia entender como certas pessoas davam fim na própria vida, todos temos problemas e todos temos a capacidade de supera-los.

Não! Dizia ela para si mesma vou viver para sempre, intesamente e nem eu nem nada irá dar fim nisso.

No andar de baixo a mãe lê uma revista, e o pai está no computador, Luci ouve levemente o digitar do pai, o que para ela não é novidade ele vive naquele computador ou no escritório, vida de empresário. Seu pai é dono de uma concessionária de carros de luxo muito prospera. Quando pequena ela ia no local, depois de uns anos perdeu a graça, começou a se interessar por outras coisas, como festas, amigos, namorados...a vida muda, as pessoas mudam.

O celular toca, ela lê o nome na tela Barbara, a amiga, companheira de farra e de bebedeira.

-Alô? Oi Barbara... to quase pronta! O quê 10 minutos? Ok, vou me apressar.

A largada foi dada, 10 minutos e Barbara estaria ali com seu carro, e não era um eufemismo, Barbara era pontual, o que dependedo da situação era uma qualidade, mas outrora enorme defeito.

Luciane escolheu um vestido amarelo justo e curto, passou a prancha nos cabelos, mais uma vez, colocou um sapato tão alto que seus pés doiam, ah não importa, pensou ela.

O local da festa era conhecido já tinha ido lá duas vezes, era uma boate, no leste da cidade. Iriam ela outros amigos, que até o fim da noite ela esperava reconhecer.

Olhou o relógio, estava quase na hora, mas alguma coisa faltava, ah sim a selfie para a rede social. Luciane publicava quase tudo nas redes sociais, comida, academia, ela mesma, no começo era por achar legal, depois nem tinha mais sentido era hábito, ganhar curtidas, comentários, visualizações.

Ela seleciona a camera no celular, dá uma mexida no cabelo, faz uma pose e pronto, mais um registro de sua vida, ali sendo a vida de todos.

A buzina do carro toca chegando aos ouvidos de Luciane, a mãe dá um grito:

"Luci, a Barbara chegou"

-Eu sei mãe, to descendo!

Pega a bolsa com celular, dinheiro, camisinhas e desce as escadas.

Na saída diz automaticamente:

-Tchau pai, tchau mãe

e recebe a resposta mais automática ainda:

-Tchau filha.

Se encontra com Barbara, e com as outras duas meninas no carro, coloca uma musica em som absurdamente alto e lá se vão para uma festa realmente inesquecivel

36 horas depois.

Rita estava cansada, à semanas que trabalhava em um caso sobre um abuso em uma escola particular, queria férias, queria Copacabana, queria no minimo não ter que comer comida congelada todo o dia. Em sua mesa concluia o relátório final da investigação. Daniel seu parceiro chegava com cara de sono na porta:

-Não tem café suficiente para mim.- disse ele

-Mistura com coca-cola

-Que nojo, um dia desses descubro mais sobre esse seu avançado paladar.

-4 anos, juntos não é sufieiente para saber que eu como presunto com mel?

-Não, mas é sufienciente para mim não cair nessa pegadinha quando for tomar café na sua casa.

Rita e Daniel. eram mais do que parceiros, amigos, haviam trabalhado por um tempo em departamentos diferentes, até cairem juntos na mesma repartição. No começo não se davam muito bem, Rita era incisiva, direta, um pouco embrutecida pela viuvez que havia tido tão cedo aos 28 anos. Já , nunca tinha se casado era apenas um ano mais novo que sua parceira. Os conflitos se davam porque Rita era extremamente teimosa na maioria das vezes e Daniel, era um homem muito culto e inteligente o que o fazia emitir muitas opiniões, resolver pontos cruciais dos casos e Rita não concordava com ele. Mas com o tempo começaram a se dar melhor, a convivencia os obrigou e os uniu.

-O que está fazendo?

-Acabando o relátório do caso da escola

-Acabei antes- diz Daniel com ar triunfante

-E depois foi comer sorvete e dar em cima da moça que te vendeu?

-Errou, era a moça do bar e eu...

O telefone da mesa dele toca

A feição dele muda, fica séria

,-Alô? uhum... sim eu sei como chegar! Está bem, já estamos a caminho

-O que foi? Pergunta Rita colocando uma mecha do cabelo curto para trás e se inclinando na cadeira.

-Um corpo foi encontrado numa trilha do Morro da Urca, a pericia está no local, e o resto do esquadrão está chegando lá

Rita suspira, dá um e sorriso e diz

-Quem dirige?

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⏰ Última atualização: Jun 23, 2016 ⏰

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