junho

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Sente. Sente isso tudo.
Porque viver não é tão simples
quanto disseram que seria.
Este poço tende a aumentar,
as paredes escorregadias
não permitirão saíres.

Bebe. Bebe isso tudo.
Bebe porque não conseguirás
te vingar do que quer que seja.
Bebe porque fadado estás
a todos os interlúdios
que vieram e virão.

Sufoca-te, pois não poderás
te render. És, já, tudo que podes,
ou seja, o mínimo, ínfimo.
É a ânsia, novamente, o que agride.
Agride-te insuportavelmente.
Initerruptamente.

Corta-te, precisas te purificar,
precisas eliminar o que há
dentro de ti... tudo.
Tu estás poluído,
e sentes o peso das pálpebras
sobre teus olhos.
Isto é horrível, eu sei.

Mas acalma-te, ao menos hoje.
Teus motivos irrisórios nem a ti
convencem. Nem a mim.
Os motivos devem ser apenas teus,
lembra-te do teu principal princípio.
(o qual não poderei vos contar)

O português não permite que
eu me dê ordens, mas a poesia sim.

- William Philippe 23.06.16

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