Olha para estes poemas inocentes,
percebe o lixo que é.
Tu estás te purificando?
Não podes. Não és santo.Seus poemas são feios,
falam de morte, de sangue,
de cigarro, de governo,
de infelicidade, da velhice,
dos seus dedos raquíticos,
da sua alma corrupta,
do seu anseio pela derrota,
do seu eu lírico biltre,
das suas insatisfações,
de sua necessidade de corpos,
do seu desejo de vingança,
da sua existência atômica,
da sua voz exacerbada,
de seu peito falho,
de seu coração velho,
do seu ego, do seu egoísmo,
do seu nada, do seu tudo,
do rei que tem na barriga,
de escrever um poema que não gosta,
de ter qualidades de encenação,
de ter defeitos de personalidade,
de ver a morte e rir,
de mentir,
de não sorrir,
de desistir, da sua origem,
da sua putrefação,
de ser decompositor,
sugador, doente,
de se adjetivar assim
e quase gozar no papel,
de achar isso bonito,
de fumar, de morrer,
de não saber ser,
de não ser.Teu vômito sobe à garganta
quando pensas o que és,
quando decides o que queres,
quando percebes que tens o controle.Não escrevas poemas bonitos,
tu não serás publicado.
Não há necessidade disso,
volta a ser sádico.Tu não deves provar
o que és.
Porque tens tudo o que precisas.
Tua alma, tua caneta,
teu papel e teu sangue.
Bebe teu sangue.
Inspira-te.- William Philippe 09.11.15
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Hoje, a noite tocou blues
PoesíaATENÇÃO: LIVRO AINDA NÃO REVISADO Há mais poesias do que se pode catalogar. Mas agora toca blues e eu não me importo tanto. Estou escrevendo e não me sinto bem. Tudo tem a ver com mulheres e este cigarro já está apagando. É tudo melancólico e azul...