*O Retorno

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"O problema é que os seres humanos têm o dom de escolher aquilo que é pior para eles"


- Harry P.


"Bem, já era hora" – Praticamente rosnei ao ver a sombra inconfundível de Rumple lentamente se formar em minha frente.

Durante todos os meses que sucederam a partida de Emily e os demais eventos não agradáveis da minha "vida", ele tinha vindo a cada dia em horas as quais Rafael já teria ido embora e me levava para a floresta para que aprendêssemos magia com mais liberdade e também – Pensava eu – Para que eu pudesse respirar algum ar que não fosse proveniente de fumaças de tochas que iluminavam minha cela.

"Boa tarde querida, estou bem e você?" – Sarcasticamente ele retrucou, sorrindo apesar de tudo.

"Vamos lá Rumple, sem tempo para jogos" – Vociferei. Sem precisar de uma segunda sentença, ele se aproximou e retirou minhas algemas, suspirei relaxando enquanto esfregava os pulsos vermelhos e doloridos.

"Que desagradável" – Falou ele com desaprovação falsa, olhando meus pulsos. Não retruquei, apenas revirei os olhos e fomos andando até a floresta.

"O que vamos aprender hoje?" – Perguntei curiosa enquanto olhava ao redor e sorria sentindo o ar em meu rosto. Liberdade.

"Vamos começar com algo mais... peculiar hoje" – Ele riu e de alguma forma, aquilo me deu arrepios. Fiquei em silencio enquanto ele explicava.

"Você vê, essa magia é um pouco mais complicada e requer um pouco mais de vontade do que antes, assim como uma raiva maior, isso será essencial para você pagar meu preço" – Ele sorriu e eu apenas assenti – "A pergunta que não quer calar é: Você será capaz?" – Perguntou ele e a raiva me abrangeu. Como ousa ele achar que sou fraca?

"Ora, mas é claro que serei, tenho desapontado você em alguma de nossas lições?" – Perguntei elevando uma das minhas sobrancelhas.

"Oh, claro que não querida, a não ser pelo desastroso episodio em que você vomitou ao ser transportado magicamente" – Ele suspirou e eu tentei não corar.

"Irrelevante" – Dispensei com um aceno gracioso da minha mão.

Ele riu e se inclinou para mim, acompanhei seus movimentos até que ele apenas parou quando estava cara a cara comigo e em um súbito movimento tocou minha bochecha com as costas da mão direita.

"Você, minha querida, me dará orgulho" – Riu ele e se virou saindo de perto de mim.

"Pode apostar nisso, senhor" – Sorri meu mais brilhante sorriso.

Depois de alguns segundos ele pareceu despertar de algum devaneio e olhou para mim fixamente antes de em uma nuvem de fumaça gerada por sua magia, uma pequena mulher, que parecia deter a minha idade, provavelmente dois ou três anos a mais, apareceu entre nós, com os pulsos amarrados atrás das costas, olhando desesperada para mim.

Olhei confusa para ele e de novo para ela com a testa franzida, mas antes que pudesse falar algo sobre minha confusão, ele estava atrás de mim, e com a voz atada de felicidade sussurrou:

"Mate-a".

"O quê?" – Perguntei horrorizada. – "Eu não irei matar ela, não irei matar ninguém" – Rosnei quase gritando.

"MATARÁ SIM!" – Gritou ele e logo após adotou seu tom suave de sempre. – "Você disse que não me decepcionaria querida, vamos lá, é simples, convoque sua ira e olhe no fundo dos olhos dela, mergulhe a mão em seu peito e arranque-lhe o coração"

The Queen (REESCREVENDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora