Capítulo I

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O que eu fiz de errado na minha vida pra ter um carma tão cruel? Poderia ter sido menos doloroso se alguém enviasse uma foto pro meu e-mail da mulher que eu amo com o novo amante dela na cama. MEU DEUS! O que eles não fizeram durante esses três meses!? Eu só queria entender suas motivações? Foi por algo que eu fiz ou por causa da distância? Ela me fez acreditar que eu não era alguém tão mau assim, mas naquela altura eu duvidava e muito que isso fosse verídico. Minha cabeça fervia tanto que eu poderia frita algo nela, bem em cima do meu belo par de chifres franceses novos.

Tirei meus casacos e joguei aquela caixa de presentes no lixo, os papéis eu guardei em segurança, afinal eram documentos. Quanto às alianças, pensei em jogá-las no vaso sanitário, mas acabei decidindo ficar com elas, como um método de punição própria e pra nunca mais sequer pensar em me relacionar com alguém novamente. A coragem que não tive naquele café começou a surgir dentro de mim juntamente ao ódio e eu só queria arrastar a cara daquele otário no afasto, mas não queria voltar lá e acabar dando de cara com Bea transando em cima daquela mesa ridícula. Precisava de uma bebida, minha bebida, meu uísque! Queria encher a cara e tomar um banho quente, com sorte eu poderia morrer afogado na jacuzzi e acabar com a minha dor.

Entrei no banheiro e deixei a banheira enchendo enquanto buscava uma bebida no frigobar. Parece que meu agente de viagens previu que eu estava preste a me foder e mandou encher meu quarto de uísque. Peguei uma garrafa e voltei ao meu caixão de porcelana, despido entrei na banheira e fechei os olhos sentindo o uísque queimar minha garganta e a dor com as lágrimas escorrendo despedaçar meu coração. Depois de um tempo eu só tinha uma garrafa vazia e uma toalha no rosto. Quase pegando no ouvi várias batidas na porta, o que era estranho porque não me lembrara de ter pedido serviço de quarto, mas não me deixaram em paz apesar da minha falta de resposta.

-Porra!- Sequei os pés enrugados e enrolei uma toalha na cintura indo atender com má vontade.

Meu coração voltou a viver novamente no momento em que abri a porta. Era ela. Seus cabelos estavam um pouco mais curtos, uns centímetros abaixo dos ombros com aquelas pontas curvilíneas que eu tanto amava. A franja bem acima dos olhos, cobrindo suas sobrancelhas. Parece que o frio deixara suas bochechas coradas ou talvez fosse apenas a felicidade ao me ver. Um sobretudo bonito na cor champanhe e uma boina vermelha realçando toda beleza de sua pele. E seus lábios... Ah! Aqueles lábios. Fontes do meu prazer e ruínas, sempre vermelhos contornando o sorriso mais incrível do mundo.

-Nicolas!- Bea exclamou se jogando em meus braços sem demora.

Por alguns breves segundos consegui me esquecer da decepção e abracei calorosamente em retorno sentindo seu aroma estonteante de sempre. Ela ainda parecia a minha Bea, mas só por fora. Soltei-a de meu abraço e encarei o corredor até que ela resolvesse me soltar.

-Eu não esperava você aqui! Senti tanto a sua falta...- Seus olhos brilhavam, como sempre mostrando-se sinceros. Porém, dessa vez , eu sabia que não eram.

-Resolvi fazer uma surpresa.- Disse friamente sem conseguir encará-la- Mas não foi uma boa ideia.-Virei as costas e fui me sentei na cama.

-Como assim?- Fechou a porta e se pôs de pé entre minhas pernas segurando meu cabelo ao topo da minha cabeça tentou me beijar, mas eu recuei antes que fosse tarde demais pra mim- Você bebeu de novo?

-Prefiro falar sobre você.- E a raiva voltou- O que tem feito nas últimas semanas? Você parece tão ocupada...- Semicerrei os olhos.

-Que besteira é essa?- Bea riu- Você sabe de tudo que eu estava fazendo.

-Há controvérsias.- Cruzei os braços seriamente.

-Do que você está falando?- Ela recuou dando alguns passos atrás.

Always be Mine - Livro II - Série "Mine"Onde histórias criam vida. Descubra agora