Capítulo XX

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Nunca fui o tipo de homem que brinca em serviço, já tinha em mente quem eu deveria procurar, mas obviamente não mostraria minhas cartas na manga para Bea, pelo menos não dessa vez. Enquanto ela tentava tomar um lado neutro na história, eu iria agir para obter as provas o mais rápido possível. Pesquisei em meus contatos o número do detive Roger Damian, o homem que no ano anterior ajudou a redigir minha carta de alforria no caso Melissa. Tinha certeza que ele era a pessoa certa que nos livraria Emma.

Liguei para o seu escritório assim que tive uma brecha para ficar sozinho, mas ninguém atendeu. Talvez estivessem fechados, então deixei para uma outra hora. Mas a ansiedade me consumia, liguei inúmeras vezes em horas diferentes e o resultado era o mesmo. O que me restou foi enviar um e-mail e esperar que respondessem logo. 

Durante o almoço não conseguia desviar minha atenção do celular por nem um minuto, minha barba coçava e os dedos inquietos batiam na mesa. Isabella notou e não conseguiu ignorar por muito tempo, confesso que até mesmo eu estava me sentindo irritado com isso.

-Esperando uma ligação importante?- Como sempre sorrateira.

-Mais ou menos.- Tomei um gole de vinho.

-Eu diria que é mais.- Deu um meio sorriso- O que é dessa vez? Investidores? Clientes famosos?

-Nada pessoal, mas algumas informações são confidenciais.- Pisquei para ela.

-Sinto muito me intrometer, Sr. Hans.- Cruzou as pernas e os braços simultaneamente.

Entendi muito bem o que ela tentava fazer comigo, um jogo emocional, mas eu não sou tão bobo quanto ela imaginava naquela época.

Entre meios sorrisos e olhares fuzilantes concluímos nosso dia no trabalho. Antes de voltar pra casa sugeri jantarmos fora, apenas nós dois, mas acho que todos sabem qual foi a resposta. Dei de ombros, pela primeira sentia que isso estava prestes a acabar. Dentro de casa eu fingia que Emma simplesmente não existia e que éramos apenas Mia, Bea e eu. Só poderia ficar melhor se Roger respondesse logo meu e-mail ou atendesse minhas ligações.

Decidi não jantar em família naquela noite, ao invés disso preferi uma tigela de castanhas e uma bebida forte na sacada do segundo andar durante o tempo em que queimava minhas retinas encarando o celular.

-O que está fazendo?

Olhei por cima dos ombros e Bea se aproximava com uma lingerie bem sexy por baixo do roupão.

-Agora, tentando não ficar ereto.- Sorri.

-Vem deitar comigo e resolvo seu problema em dois minutos.- Encostou-se no parapeito.

-Dois minutos?- Disse surpreso- Estou um pouco ofendido.- Bea deslizou para o meio dos meus braços e se sentou no parapeito me abraçando com as pernas- Isso é meio perigoso, não acha!?- Sorri terminando meu drink.

-Sexo seguro é para os fracos.- Enfiou uma das mãos dentro da minha calça e massageou lentamente.

-Hmmmmmm.- Gemi com o prazer-  Pretende algo, Srta. DiLorenzo?

-Sempre pretendo algo com você.- Deslizou os lábios por meu peito- Mas hoje tenho uma condição.

-Imaginei.- Sorri- E qual seria essa condição?

-Conte o que está esperando no celular.- Começou a me masturbar.

-Nada com que deva se preocupar.- Precisei de muito esforço para me controlar.

-Claro...- Insatisfeita, desceu do parapeito e tirou a mão de onde estava.

-Então vai ser assim?- A encarei incrédulo.

Always be Mine - Livro II - Série "Mine"Onde histórias criam vida. Descubra agora