Capítulo II

8.4K 528 41
                                    

Quantas pessoas tem a chance de dizer que acordaram de cara com a Torre Eiffel? O outro hotel era incrível, a varanda do meu quarto proporcionava uma vista panorâmica da cidade, aquilo sim estava no meu nível. Só faltava uma coisa para se tornar perfeito: Poder aprecia Isabella enrolada nos lençóis admirada com a vista da varanda, como na nossa primeira noite romântica em Nova Iorque. Mal podia esperar para leva-la e repetir a dose, ter ela em meus braços novamente, poder acariciar cada parte do seu corpo... Só em pensar nisso todo meu corpo estremecia, mas já era hora de agir.

Levantei cedo e com muita fome, tomei um café reforçado e me arrumei para namorar. Não sei porquê, mas as minhas expectativas eram altas, mesmo conhecendo Bea e sua personalidade extremamente forte. Eu precisava me redimir com ela, obviamente reatar o namoro. Só esperava que Oliver não tentasse mais nenhuma gracinha com ela, caso contrário eu mesmo me encarregaria de deixá-lo com os olhos roxos. Na recepção pedi que chamassem um táxi, não esperei nem cinco minutos e já havia um na porta do hotel à minha espera. Disse o lugar ao taxista, tentando me manter calmo, mas estava tão ansioso que pareceu chegar bem mais rápido. Ao descer senti meu estômago embrulhando, paralisei pelo medo de não ser recebido por ela. Não era pra menos o nervosismo, depois daquela cena ridícula no quarto eu deveria enfiar minha cabeça na terra como um avestruz.

Eles não estavam mais no hotel quando perguntei sobre, mas pelo menos consegui o endereço do outro local que pelo que consegui entender era onde ocorriam as aulas. E lá fomos nós para as ruas novamente. Confesso que esperava um lugar mais moderno, espaçoso e acabei encontrando o que parecia ser um pequeno museu, a julgar pela sua estrutura. Entretanto era lindo, uma típica construção francesa, rico em detalhes arquitetônicos belíssimos. Subi as escadas da entrada e caminhei vagarosamente até o balcão no meio daquele elegante salão. O recepcionista olhou-me de cima a baixo enquanto eu me aproximava.

-Bom dia.- Tentei parecer o mais educado possível, visto que os europeus não gostam muito dos americanos.

-Pois não!?- Respondeu mecanicamente piscando os olhos.

-Há uma turma de intercâmbio está por aqui e eu gostaria muito de falar com uma das alunas. É importante.

-Sim, as aulas são ministradas neste edifício. É pai de alguma delas?

-Na verdade não, mas sou da família, de certa forma.- Sorri amistosamente.

-Terceiro andar, senhor.- Apontou para a escada à esquerda.

-Muito obrigado.- Subi calmo para não chegar suado até ela.

Todas as portas eram de madeira maciça, com um grande retângulo de vidro onde haviam placas escritas informando o que havia por trás delas. Enquanto caminhava pelos corredores avistei Bea sentada na última carteira da sala e atenta à aula, dedicada como sempre. Sorri suspirando e com o coração acelerado, esticando a mão para girar a maçanete e tirar ela de lá. Minha sorte estava atingindo o auge durante aquela viagem, a mesma senhora que me impedira de entrar no quarto de Bea apareceu para importunar meu progresso.

-Nem mais um passo!- Ela esbravejou cruzando os braços.

-Porra...- Sussurrei me afastando da porta- Eu preciso falar com ela. Vai me dizer que é proibido homens aqui também!?

-Você não pode entrar aqui desse jeito, importunar minhas meninas e atrapalhar a aula. Saia já!

-Só preciso falar com uma delas, não vou atrapalhar a classe inteira. Será que você não entende!?- Quase me ajoelhei.

-Retire-se, por favor.- Gesticulou para a saída- Se quiser falar com uma delas que seja em seu tempo livre.

-Isso é uma necessidade.- Andei até ela, mas gesticulou para que eu não me aproximasse mais.

Always be Mine - Livro II - Série "Mine"Onde histórias criam vida. Descubra agora