Capítulo IX

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Nunca passei por essa experiência nos meus trinta e dois anos de vida, e pra ser sincero não queria passar novamente. Estar de joelhos fez eu me sentir vulnerável e olhar seus olhos sem poder ao menos imaginar o que passava por trás deles me dava pânico. Os que estava à nossa volta já nos olhavam ansiosos esperando pelo mesmo que eu, isso deixou meu estômago embrulhado e os delírios da minha mente naquele momento me deram a certeza de que se ela dissesse "não" eu deveria me jogar lá de cima.

Então, tirando as mãos do rosto embasbacado como meu pedido Bea segurou em meus braços e me fez ficar de pé, parecia não respirar direito, olhou profundamente em meus olhos tomando um volume significativo de fôlego. Então é isso! Eu já estava pronto para o suicídio. Já conseguia seguir os batimentos indo embora...

-Mas é óbvio que sim!- Bea respondeu em alto e bom som com o rubor gracioso de suas bochechas sendo coberto por rios de lágrimas que, honestamente, pensei que nunca cairiam.

Sem exceções, todos aplaudiram aliviados como eu por finalmente ter um feedback positivo. E pensar em todas as vezes que ela já fugiu desse assunto... Foi extremamente inacreditável ela ter aceitado. Emocionado e bastante trêmulo finalmente consegui por aquele anel incrível em seu dedo anelar direito. Suas mãos, tão elegantes, conseguiam ofuscar até mesmo o mais belo dos diamantes. Bea fez o mesmo comigo e selamos aquele marco ilustre de nossas vidas um formidável beijo às luzes de Paris.

-Não imagina o que me fez sentir com isso.- Sussurrei envolvendo sua cintura com a testa encostada na dela.

-Agora acabou?- Perguntou contornando meus lábios.

-Por hoje sim.- Sorri- Já podemos voltar pro hotel.

-No momento é o que eu mais quero fazer.- Mais um beijo estonteante e nós descemos.

Acho que ambos, em maneiras diferentes, estávamos em êxtase num nível que impedia qualquer palavra de saltar para fora de nós, apenas sorrisos. Mãos dadas como laços feitos a nó de marinheiro, praticamente corremos de volta para o carro. À partir daquele momento eu já sabia exatamente o que passava na cabeça dela, nossos pensamentos quase pairavam no ar entre nós e eram mais do que semelhantes.

Toda nossa inibição se fora no instante em que as portas do elevador se fecharam. Entramos no quarto de lábios selados, eu não enxergava motivo para esperar mais. Completamente excitado tirei toda minha roupa num instante enquanto ela me observava sentada na cama segurando suas mãos, parecia pensar em alguma coisa. Dei um passo para chegar até ela novamente e segurei sua nunca pela lateral de seu rosto sem tirar os olhos dos delas, deslizei as mãos até suas costas desabotoando seu vestido. Exatamente no último botão ela disse:

-Vamos fazer de outro jeito.- Bea me interrompeu sorrindo.

Assim me levou até o banheiro conduzindo para dentro da banheira. Quase um flashback, mas essa com certeza seria melhor que a primeira vez. Enquanto eu abria a torneira, sentindo a água morna cair e despejava espumas na água, ela, lenta e sensualmente, tirou toda e cada peça de roupa que a cobria. Primeiro o vestido, em seguida a meia calça, essa foi minha parte favorita, depois e por último a calcinha branca de algodão. Foi como assistir minha estrela favorita em um show particular feito especialmente para mim.

Vidrado em cada detalhe do seu corpo estendi a mão para ela que se aproximou entrando com cuidado naquela banheira pequena. Quanto menor o espaço, melhor para mim que só queria senti-la cada vez mais perto. Minhas mãos encaixadas perfeitamente em sua cintura, a espuma cobrindo metade dos seus seios, acabei recebendo o melhor beijo da minha vida. Lento, úmido e principalmente quente. Nada mais relaxante que o deslizar de nossos corpos nus dentro da água. Partículas de espuma flutuando e pousando em nossos cabelos. Era como um conto de fantasia perfeito.

Always be Mine - Livro II - Série "Mine"Onde histórias criam vida. Descubra agora