Mudanças

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Elise pov

Acordo com o Sol batendo em meu rosto y me levanto preguiçosamente. Vou ao banheiro, faço minhas higienes, y coloco minhas roupas favoritas: uma camiseta azul-esverdeada com detalhes de flores que vai até o meio de minha coxa, uma calça preta com as dobras azuis y a bandana de meu pai no meu pescoço.

É provável que você esteja se perguntando: Quem é essa maluca que do nada começa a falar de sua rotina ao acordar?

Bem, vamos às apresentações. Meu nome é Elise Fernández, tenho 16 anos, moro em Madrid, Espanha, com minha Mamá, María, que na minha opinião é uma das melhores estilistas que conheço. Provavelmente você pensa: "Uau! Sua mãe é estilista? Vocês devem ser bem famosas e ricas!". Bem... No. No somos como Gabriel Agreste y seu filho Adrien, internacionalmente conhecidos. Na verdade, nós duas somos bem pobres. Quando meu Papá, Juan, morreu de câncer há 6 anos, nós ralamos muito para conseguirmos nos sustentar.

Papá era um artista: pintava quadros, dançava, fazia mímica, mas o que mais amava nele era a música. Ele sabia tocar tudo: do acordeon a gaita, do violino a zabumba; qualquer instrumento que você desse a ele meu pai conseguia tirar músicas. Quando pequena, tentei seguir o ofício de minha mãe de desenhar y costurar, mas no deu muito certo, já que meus desenhos pareciam uma explosão de cor sem sentido y quase furei todo o meu dedo com a agulha; então Papá tentou me ensinar a música, y mi amigo, deu certo!

Quando yo tinha apenas 4 anos já sabia tocar violino y teclado. Aos 5, tocava também flauta, saxofone y gaita. Bem, até hoje sei tocar mais de 15 instrumentos, y continuo aprendendo; mas como Papá dizia, o melhor instrumento que yo tenho é a minha voz. Posso parecer convencida agora, mas sempre cantei bem; acho que puxei dele. Ele tinha uma voz maravilhosa. A minha mãe costumava dizer que ouvi-lo cantar era como "ouvir um rio correndo por entres as pedras y o vento balançando os salgueiros". Pode ser uma comparação esquisita, mas era exatamente assim.

Bem, voltando ao presente, saí do meu quarto y fui em direção à cozinha, onde encontrei minha mãe fazendo café, fui até ela y lhe dei um beijo estalado na bochecha.

– Bom dia Mamá!

– Bom dia Elise! Acordou cedo hoje!

Olhei para o antigo relógio da cozinha y vi que eram 7 horas.

– Pois é, estou animada!

Por que estou animada? Simples, vai ser a primeira vez que vou à escola! Ok, isso pode parecer estranho, mas yo no estudo em uma escola normal com várias pessoas da minha idade. Yo estudo em casa, com Mamá, y ela se esforça muito para me ensinar tudo que preciso saber para arranjar un emprego decente y melhorar de vida, além de algumas aulas de francês (seus pais eram franceses, y seu sonho é um dia morar na terra natal de meus avós) porque no temos dinheiro para pagar uma escola, y onde yo moro no tem escolas públicas, apenas a 15 km daqui, y como no temos carro estudo em casa mesmo.

Mas um tempinho atrás, chamei a atenção de uma escola de artes que me viu tocando acordeon y cantando num bar perto de casa, para conseguir dinheiro, y fizeram contato com minha mãe dizendo que yo poderia ganhar una bolsa de estudos y transporte até a escola. Y seria hoje que yo ia!

– Bem, sobre isso filha...

Olhei para ela, que torcia as mãos em seu avental, que Papá tinha dado a ela em um aniversário. Eu conhecia Mamá bem o suficiente para saber que quando ela torcia as mãos em seu avental era porque estava triste, preocupada ou ansiosa.

Miss Peacock: A Nova HeroínaOnde histórias criam vida. Descubra agora