Octopus

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Marinette pov

- Ai Alya, você acha mesmo?

Eu estava em meu quarto, jogada em minha cama, enquanto Alya andava de um lado para o outro no tapete gesticulando sem parar. Depois da escola, eu havia a chamado pra almoçar em casa, e aproveitei para contar meus sentimentos quanto à Chat Noir.

- Oh, mas é claro que sim! Depois de tudo o que você falou, é impossível que não goste dele!

- Mas primeiro, - levantei um dedo para representar. - ele é um herói, e eu sou uma garota extremamente estabanada. Ele nunca iria me notar. Segundo, - levantei outro dedo. - eu ainda sinto certo carinho por Adrien.

- Exatamente. Você sente carinho. - ela se aproximou e se sentou na cama, e começou a fazer um cafuné nos meus cabelos. - Eu sinto carinho por você, mas não gosto de você. É o que geralmente as pessoas chamam de amizade. - ela riu.

- Mas Alya, - me levantei, e olhei pra ela. - eu não posso gostar de Chat Noir, eu amava Adrien!

- Primeiro, - ela levantou um dedo, me imitando. - você amava, então não tem problema nenhum. Segundo, - levantou outro. - eu tô gostando muito desse novo shipp e não vou parar até vê-lo se tornar real. - ri da expressão determinada dela e ela sorriu também. - O que você acha melhor? Chatette? Não. Marinoir?

- Marichat. - falei sem pensar, e corei da ponta dos pés até a cabeça, fazendo a morena rir.

- Tá vendo, até você quer que seja real! Na verdade, principalmente você. - falou ainda rindo.

- Alya! - peguei uma almofada e bati nela, enquanto ela apenas ria. - O pior é que nem posso mais te zoar pelo Nino.

- Pois é amiga, eu corri atrás e agora estou nas nuvens. - ela se levantou e esticou a mão para mim. - Agora é sua vez de conquistar o seu crush!

- Ok... - falei incerta, pegando sua mão e me levantando. - Mas não conte pra ninguém!

- Amiga, acha mesmo que-

- Marinette! - disse minha mãe ao abrir esbaforida a portinhola do meu quarto, visivelmente assustada. - Meninas, venham ver isso!

Ela sumiu nas escadas sem dar tempo à nós de perguntarmos o que era, então seguimos minha mãe até a sala, onde a TV estava ligada.

- ...relatos afirmam que o monstro saiu do colégio François-Dupont, e apesar de não sabermos a ameaça que representa, o que temos certeza é de que é muito perigoso. - falou a repórter Nadja, no centro da cidade. À sua volta, muitas pessoas corriam e gritavam. - Octopus, como se auto-denomina, está aterrorizando as ruas de Paris, atacando civis inocentes com seus tentáculos. Agora mesmo, obtivemos imagens de um espectador anônimo que filmou o momento em que o vilão fazia mais uma vítima. - a câmera mudou e um vídeo feito no celular apareceu na tela. Nele, um homem - espera, é o Richard?? - com vários tentáculos negros saídos de suas costas chegava perto de um jovem aterrorizado, sorrindo.

- Diga-me: à que família os polvos pertencem? - perguntou Octopus ao garoto.

- O-O q-q-que? - o garoto parecia cada vez mais amedrontado pelo vilão.

- Resposta errada! - Richard sorriu e pulou em cima do garoto, prendendo seus tentáculos em sua cabeça enquanto o jovem, que antes gritava, ficava sem expressão. Após um tempo, ele o largou no chão, e seu corpo aumentou um tanto. A câmera mudou de novo e Nadja apareceu novamente.

- Esse monstro está aterrorizando a todos, e não se sabe o que ele faz com seus tentáculos, então vai o aviso: não saiam de casa por nada! Por enquanto ele só atacou pessoas nas ruas, mas tranquem suas portas mesmo assim! E- um tentáculo surgiu de repente na câmera e puxou a moça pelo cangote, fazendo-a sumir da tela. - Ah! Me solte!

Aparentemente, o câmera-man correu para longe e deixou a câmera cair, já que a imagem mostrava o monstro segurando Nadja com os tentáculos, do chão. Senti que todos nós prendemos a respiração, vendo o que aconteceria à repórter, quando algo aconteceu. No momento em que Octopus ia abrir a boca, algo muito rápido - parecido com uma flecha - foi lançado a seus pés, explodindo em uma bomba de fumaça.

- Aaaaaahhhh!! - rugiu o monstro, que só era visto pela sombra que criava na fumaça. - Não vejo nada!

Ele soltou Nadja, que se arrastou para fora do fumaceiro até ser vista pela câmera de novo, e uma pessoa com trajes azuis pulou para dentro da névoa, a lançadora da flecha.

- Miss Peacock... - sussurrei sem pensar.

- Disse algo, querida? - perguntou meu pai sentado no sofá, com os olhos ainda vidrados na TV.

- Ahn, não, eu... Eu vou ao banheiro, ok?

Aproveitei que todos estavam distraídos - meus pais na TV e Alya no celular, certamente no Ladyblog - e saí correndo até meu quarto, onde encontrei Tikki flutuando nervosa.

- Eu ouvi tudo! - ela falou, antes que eu pudesse explicar a situação. - Vamos!

Adrien pov

- Caraca, moleque... - falou Nino ao meu lado, olhando pela janela. Estávamos jogando quando ouvimos gritos nas ruas, e fomos até a minha janela para ver o que estava acontecendo. E cara, o que era aquilo.

Um homem enorme, vestido com o jaleco de um professor, tentáculos nas costas a la Dr. Octopus e óculos pontudos corria atrás das pessoas na rua e as pegava pela cabeça, fazendo sabe-se lá o que com elas e ficando cada vez mais forte. Óbvio que já teria me transformado e ido salvar os cidadãos, se não fosse por Nino.

- Que merda... - pensei alto, ainda pensando em como despistar o moreno.

- Realmente, e das grandes... - falou ele ao meu lado. - Eu nunca vi um akumatizado tão grande assim cara. Quer dizer, teve aquela do robô gigante. - ele levantou um dos dedos, franzindo a testa. - E quando o Ivan virou aquele monstrão de pedra. E também quando-

- Ok, já entendi... - suspirei. O vilão estava relativamente perto de minha casa, tanto que conseguíamos ver ele por entre alguns prédios. Agora pouco, enquanto ele segurava uma mulher, uma bomba de fumaça explodiu nele e vi Miss Peacock pular em direção à Octopus. Fiquei feliz de saber que ela estava melhor a ponto de poder lutar, mas queria ter chego primeiro.

- Você viu aquela menina de roupa azul pulando no cara? - falou Nino de repente. - Foi animal!

- É, foi mesmo... - respondi meio emburrado. Eu queria ter feito isso!

- Onde será que estão Ladybug, Chat Noir e Firefox?

Assim que disse isso, um vulto laranja passou feito um raio por cima dos prédios e pulou até o akumatizado. Falando no diabo...

- Acho que aquilo foi o Firefox. - falei tentando parecer entusiasmado.

- Eu vi! Agora só faltam os outros dois.

- É. - falei encostando na janela, olhando para a ação impotente. - Só faltam os outros dois...

Miss Peacock: A Nova HeroínaOnde histórias criam vida. Descubra agora