Mestre Fu

647 86 3
                                    

Firefox pov

Uma mancha vermelha se espalhava pelo uniforme de Miss Peacock enquanto olhávamos para ela pasmos. Chat deu um soco na cara de Hunter e eu me abaixei junto com Bug para vermos como ela estava, e admito, não parecia nada bem.

- Miss Peacock! Você está bem?! - perguntou Bug aflita.

- Y-Yo... Ugh! - a azulada suava frio e arquejava de dor, cada vez mais pálida.

- Fox, leve ela para o Mestre Fu. Ele deve saber lidar com isso. - disse Bug e peguei Miss Peacock no colo com cuidado, a mesma já quase desmaiando.

- My lady! - gritou Chat chamando nossa atenção enquanto lutava com Hunter. - Uma forcinha aqui!

- Vá! - disse Bug autoritária e se virou para ajudar Chat, enquanto eu corria pelos telhados em direção à casa do mestre.

- F-Fire... Firef-fox... - gemeu Miss Peacock ainda suando frio.

- Calma, estamos quase chegando. - falei numa tentativa de acalmá-la. Passei por mais alguns telhados e finalmente cheguei; ainda com a heroína no colo, abri as portas de papel do local de meditação do Mestre Fu, onde o encontrei de olhos fechados, meditando como sempre.

- Mestre! Por favor, nos ajude! - falei preocupado pois o sangue nas costas de Miss Peacock só aumentava. Mestre Fu abriu os olhos e os arregalou ao vê-la naquele estado. Ele se levantou rapidamente e seu kwami o seguiu, vindo até mim.

- O que aconteceu? - perguntou ele enquanto apontava para algumas almofadas no chão, onde a coloquei com cuidado.

- Estávamos presos nas mãos de um vilão, e... Ela salvou a gente. - olhei para ela que, de olhos fechados, gemia de dor. - Mas acontece que assim que ela conseguiu nos libertar, ele veio por trás e a acertou com uma foice. - Mestre Fu a virou e examinou seu ferimento ensanguentado. - Ela vai ficar bem?

- O corte não foi muito profundo, mas ainda sim ela precisa de ajuda urgente. É melhor sair daqui Firefox, vou ter que destransformá-la para tratar desse ferimento. - assenti com a cabeça e passei pelas portas de papel, no momento em que uma luz azul preenchia o cômodo atrás de mim. Sem me virar, fechei as portas e fui até o banheiro, onde me destransformei.

- Hully, destransformar. - uma luz laranja percorreu meu corpo e meu kwami caiu em minhas mãos, dormindo. Coloquei-o em cima da pia e a abrindo, lavei o sangue que havia ficado em meus braços quando a carregava. Esperei até que Hully conseguisse abrir seus olhos, e, enquanto esperava, fiquei me olhando no espelho.

Não costumava fazer isso, - tradução: nunca - mas me flagrei me vendo e lembrando de como era. Quando conheci Hully, eu era mais baixo, e bem mais magrelo; depois, fiquei mais alto - 1,78 para ser exato - e mais musculoso, e digamos que essa parte foi graças à Hully e meu "trabalho" de super-herói. É engraçado também pensar como eu era extremamente tímido naquela época - não que agora eu seja um fanfarrão, pelo contrário - mas pelo menos não fico vermelho e gaguejando só de falar com alguém. Quer dizer, só com ela...

- Nathanael...? - a vozinha do kwami me despertou de meus pensamentos. - Onde é que a gente está? Aqui não é sua casa, é...?

- Não, é a do Mestre Fu. Viemos aqui trazer Miss Peacock, lembra? - ele franziu a testa mas depois de uns segundos pareceu se lembrar, acenando a cabeça. - Ela está com ele agora, sendo tratada.

- Entendi... - disse ele com uma das patinhas na cabeça, e flutuou até a altura de meu rosto. - Você não teria uns amendoins aí, teria?

Sorri e tirei do bolso de minha jaqueta um pacote de amendoins. É a comida favorita dele.

Miss Peacock: A Nova HeroínaOnde histórias criam vida. Descubra agora