Miss Peacock: A Nova Heroína

Yo soy uma heroína!

Miss Peacock pov

No me lembro exatamente onde ou quando parei. Só me lembro da culpa avassaladora que enchia meu peito, com vozes gritando "covarde, covarde!". Y o pior é que yo sabia que as vozes estavam certas.

Me encostei no que percebi ser a parede de um beco y deixei-me deslizar até o chão, enfiando minha cara em minhas mãos y desatando a chorar, enquanto me destransformava.

- Querida-

- No me chame de querida, Graccy! - interrompi o kwami, o que o fez calar a boca. - Yo no soy querida! Soy uma covarde, que no consegue encarar um inimigo sem fugir. - me lembrei do rosto abatido de Firefox preso em sua cela invisível y meu coração se amargou. - No soy melhor que aquela Miranda, Graccy.

- Nunca diga isso! - disse ele agarrando meu rosto com suas patinhas, olhando muito sério para mim. - Miranda foi um erro, mas você não é! Seu coração é puro e justo, posso sentir. Quando você se transforma, nos tornamos um, e nenhum de nós é um covarde. É normal sentir medo, até mesmo um herói.

- Mas um herói no abandona seus amigos à mercê de um vilão louco!

- Heróis são humanos, e humanos erram. - disse ele gentilmente. - Um herói, como todo humano, sente medo, angústia, solidão... Mas ele também sente amizade, alegria, amor! E quando me uno a você, só consigo sentir essas coisas. Você é mais forte do que pensa, Elise Fernandéz. Poderia mudar o mundo, mas seu medo te cega. Se lamentar aqui enquanto seus amigos estão presos não fará com que mais ninguém se levante para salvá-los, e tampouco fará com que Hunter os liberte. Só você pode fazer isso. - ele me olhou com aqueles olhinhos penetrantes y sua expressão retornou à sua careta de arrogância normal. - Agora, querida, vamos chutar o traseiro daquele grito de horror da moda!

Ladybug pov

- ME SOOOOLTEEE!!! - rugiu Firefox pela terceira vez, estourando meus tímpanos pela terceira vez. Juro que estou muito perto de dar um murro naquela boca grande dele.

Firefox tem um ponto que me faz ficar indecisa por admirar ou odiar: seu orgulho impecável. Logo depois que a nossa última esperança, Miss Peacock, fugiu, Firefox não parava de reclamar um segundo. Cuspiu várias obscenidades à Hunter, o que resultou em nós três juntos, presos em uma daquelas celas invisíveis no topo de um prédio, livres de cordas, mas sem nossas armas. E como Fox e Chat são os únicos com poder nas mãos mas já haviam os usado, Fox num ataque de raiva e Chat para me libertar das cordas, nós três nada podíamos fazer senão sentar e aguardar que nossos uniformes se fossem com o tempo; mas não Firefox. Recusava-se à calar a boca, aquele filho da mãe orgulhoso demais para se sentar e se entregar ao seu destino.

- Se você não calar a boca logo, vou cortar sua língua! - ameaçou Chat sentado ao meu lado.

- E se me ameaçar outra vez, vou arrancar esses seus cabelos loiros um por um! - rebateu Fox do outro lado.

- O que disse, cara de fuinha? - perguntou Chat num pulo.

- Isso mesmo que ouviu, gato vira-lata!

- Tomate podre!

- Loiro oxigenado!

- Raposa sarnenta!

- CHEGA! - eu disse num pulo, fazendo minhas mãos irem de encontro à orelha de cada um, arrancando delas um sonoro "clap!". - Se os dois não calarem a boca, podem ter certeza de que eu mesma arranco a língua de vocês!

- Ok... - disseram emburrados em uníssono.

- Vocês se dizem heróis, mas não passam de criancinhas. - disse Hunter, que estava de pé nos observando; acho que decidiu que seria mais fácil roubar nossos Miraculous quando nosso tempo se esgotasse. Fox abriu a boca para dizer algo, mas a fechou assim que viu meu olhar. - Teimosos, birrentos e tontos... Me pergunto por que as pessoas confiam tanto em vocês.