Amor, é você?

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Firefox pov

Eu peguei Elise no colo, pulei em direção ao telhado e a deixei em uma área do pátio mais escondida, para que não fosse esmagada pela multidão que procurava por ela.

- Aqui está, ma cher. - disse a pousando no chão.

- G-Gracias... - ela disse e corou. Céus, ela fica tão linda assim!

- Não tem de que, Monelise. - sorri e ouvi meu Miraculous apitar avisando que meu tempo estava acabando. - Tenho que ir agora, foi um imenso prazer te conhecer. - tomei uma de suas mãos e depositei um delicado beijo nela, fazendo uma reverência que certamente a deixou muito corada.

- A-Até, Firefox... - ela disse e deu um pequeno sorrisinho.

Sorri novamente para ela e usei meu frisbee como impulso para sair dali, entrei em uma pequena sala não usada e me destransformei, revelando meu kwami de raposa, Hully*.

- Monelise? Jura? - falou ele olhando entediado para mim.

- Me deixa Hully! - falei bravo, mas logo sorri, sonhador. - Ela é tão linda, não é?

- Olha, por incrível que pareça, dessa vez eu até concordo com você.

- Nossa, estou comovido. - olhei-o com tédio.

- Ao seu dispor. - falou ele sorrindo. - Agora, você não tem que voltar pra sua aula Nathanael?

Olhei pro relógio e vi, desesperado, que ele estava certo. Peguei Hully e o coloquei dentro de minha jaqueta, escondi meu Miraculous - um colar com o formato de cauda de raposa - dentro da minha camiseta e saí correndo em direção à sala, e por muita sorte, a professora ainda não tinha chego. Aproveitei que todos estavam conversando exasperados sobre o ataque (menos Chloe, que aparentemente não se lembrava de nada) e me esgueirei até meu lugar, e assim que sentei peguei meu caderno de comecei a rasbicar um esboço qualquer.

Minha mente divagava enquanto meu lápis rabiscava o papel. Quanta coisa havia acontecido nos últimos anos! Não sei porquê, mas me veio então aquele dia fatídico em que conheci Hully...

"Tudo começou num dia qualquer, ou melhor, no último dia de aula do 1°ano, ano passado. Eu estava saindo da escola para ir para casa e acabei passando por uma ruela qualquer, de onde ouvi vozes discutindo, e não sei por qual razão parei para escutá-las melhor.

- Vamos velhote, dê-nos logo essa caixa aí. - ouvi uma voz jovem dizer.

- O que tem dentro? Jóias? Dinheiro? - perguntou uma segunda voz, com um leve tom de escárnio.

- P-Por favor meus jovens... - desta vez, a voz de um idoso claramente. - Essa caixa é especial para mim... Não façam isso...

- Qual é velhote, entregue-nos de uma vez!

- Parem já com isso! - ouvi uma voz e só então percebi que era a minha. - Não sentem vergonha? Dois brutamontes abordando um idoso?

- Olhe lá, um herói. - disse um deles rindo, e percebi que os dois tinham o que, uns 17, 18 anos?- Não acha melhor correr, pirralho?

- Não banque o salvador garoto. - disse o outro. - Ainda leva um murro.

Sei que a reação mais óbvia era correr e deixar o pobre senhor à mercê daqueles idiotas, mas tive uma ideia ainda mais estúpida.

Bancar o herói.

Corri na direção deles e consegui acertar um soco no estômago de um, que arquejou com o golpe. O outro me pegou pelos ombros e desferiu um soco no meu olho, me dando a certeza do roxo que ficaria depois.

- Está louco guri? Vou acabar contigo agora. - riu ele.

- Talvez. - disse e desferi um chute na área, tendo quase certeza que o havia deixado estéril. Doeu até em mim.

Ele arquejou e reprimiu um grito, e logo caiu com seu companheiro, que estava se recuperando. Só para me assegurar, dei um chute em sua barriga, tendo certeza de que não ia se levantar tão cedo.

- O senhor está bem? - perguntei ao velho de traços orientais e camiseta havaiana atrás de mim.

- Estou sim, meu jovem. - ele disse ainda olhando para os caídos, e em seguida olhou para mim. - Muito obrigado! Te devo minha honra!

- N-Não há de quê... - falei meio sem graça. - Tem mesmo a certeza de estar bem?

- Sim, sim. - ele falou acenando a cabeça animadamente. - Muito obrigado mesmo rapaz!

Dito isso, ele se virou e foi embora, e também já ia quando meus olhos captaram algo no chão.

Uma caixa.

Peguei a caixa e corri na direção que ele tinha ido, mas ele havia sumido. Sem opção, coloquei-a dentro de minha bolsa e torci para encontrá-lo..."

- Elise!

Uma voz me fez acordar de minhas lembranças e olhei para a porta, me deparando com Elise, que quase morria num abraço de Alya.

- Você ficou doida? Ficamos preocupados quando você sumiu! - falou Alya ainda agarrada à menina.

- A-Alya... - disse Elise ofegante. - No c-consigo respirar...

Alya soltou-a e Elise deu um grande suspiro, sorriu, e olhou para mim.

Oh merda, ela é linda demais.

Senti-me corar como um tomate e desviei meus olhos para meu desenho, e arregalei meus olhos ao ver que se tratava de um retrato dela. Rapidamente fechei meu caderno, bem no momento em que Elise sentava-se ao meu lado.

- Você está bem Nathanael? Está rojo.

- Como? - perguntei à dona da voz mais linda do planeta.

- Quis dizer vermelho, desculpe. Ainda no estou bem habituada a falar como vocês...

- Ah sim. - disse, mas corei ainda mais por ela ter percebido meu vermelho. Rapidamente tentei mudar de assunto. - Mas onde é que estava? Todos te procuraram feito doidos.

- Ah, sobre isso... - ela corou um pouco e olhou pro lado, mas foi interrompida pela professora que entrou na mesma hora.

- Todos já estão aqui? - ela perguntou, e na mesma hora Marinette entrou esbaforida na sala, junto com Adrien, causando alguns risos. - Claro que não. Marinette, Adrien, por favor, sentem-se logo. Bem, agora que estão todos aqui, vamos começar a partir do capítulo...

Nessa hora, todo meu corpo se desligou da voz da professora e comecei novamente a rabiscar em meu caderno, tomando o cuidado de não abrir na página de Elise.

- Já te disse que acho seus desenhos incríveis, no? - sussurrou ela sorrindo.

Corei ao ver seu rosto tão próximo do meu e sorri timidamente, fazendo ela sorrir ainda mais e voltar a prestar atenção na aula.

É, definitivamente, estou apaixonado.



*Hully é um nome derivado de húlí, que em chinês significa raposa.

Miss Peacock: A Nova HeroínaOnde histórias criam vida. Descubra agora