Prólogo

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Caminho mais uma vez irritada com o dia que tinha passado na escola. Agora era assim todos os dias, pouca era a vontade de ir para as aulas, pouca era a vontade de sair de lá, nem vontade de ir para casa tinha, acho que perdi simplesmente a vontade de acordar para um novo dia.

Sempre fui uma rapariga com bons objectivos que sabia o que queria, sempre a pensar no futuro e com a cabeça na lua, enquanto que as outras pessoas se encontravam demasiado presas à realidade para sonhar e pensar mais além. Não é que agora não saiba o que quero simplesmente não vejo os meus sonhos a concretizarem-se nem todo o cenário que costumava imaginar na minha cabeça.

O dia de hoje foi pior que mau para além do costume com os meus fantásticos colegas e professores, ainda passei por ele.

Ao entrar em casa reparo que o Harry ainda não tinha chegado. Entro no meu quarto e pouso a minha mala visto que já me doía o ombro e dispo-me, ficando nua de modo a tomar uma banho que me pudesse aliviar ligeiramente todos os pensamentos depressivos que me passavam pela cabeça, coisa que não resultou. Ao sair olho-me ao espelho e faço uma cara em desagrado com o corpo que vejo. Foi a gota de água por hoje, grito desesperadamente como se facas estivessem a ser espetadas no meu estômago, o que no fundo era semelhante à dor que sentia no fundo do meu ser e por fim num puro momento de loucura, a que já me estava a acostumar ultimamente, dei um soco no espelho da casa de banho partindo apenas uma parte do mesmo e ficando com alguns vidros no meu punho. Olho desesperada para o que fiz não conseguindo reconhecer os meus próprios atos e ando até ao meu quarto, sentando-me na porta do mesmo ainda com a toalha do banho enrolada à volta do meu corpo e com os joelhos perto da minha cara enquanto chorava desesperadamente como se me estivessem a torturar. Desperto ligeiramente do meu estado de loucura e depressão quando ouço a voz ligeiramente rouca e apavorada do meu irmão:

- Rose, o que raio é que estás a fazer? E que merda é essa na tua mão? – pergunta irritado com os olhos arregalados para o meu punho que se encontrava a abraçar as minhas pernas .

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