17 - Papai

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Atualização dupla sim! Enfim, penúltimo capítulo 😭💔 espero que gostem. (Pai da Rebecca no multimídia). Enjoy 😘
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Dores. É nisso que se resume os últimos dias, se estou em pé, dói, se estou deitada, dói, se estou sentada, pior ainda.

Passo a mão na minha barriga - agora enorme - sete meses quem diria não? O tempo passa tão rápido, e eu mau posso esperar para ver o rostinho do meu bebê.

Olho para o relógio na cabeceira da cama: 9:45 am. É agora.

Me levanto devagar da cama e vou em direção ao guarda-roupa, pego um vestido preto longo e uma sapatilha azul celeste, me visto e vou até o espelho arrumando meu cabelo e passando uma maquiagem leve para esconder meu rosto magro, esses últimos seis meses de gestação tem sido horríveis, está realmente acabando comigo, mas como o Spence disse, quando ele nascer, todas as dores vão ter valido a pena.

Pego minha bolsa e saio do apartamento de Spence deixando um bilhete para ele em cima da mesa de centro.

Vou até a rua e entro no táxi que eu havia chamado.

- Para onde senhorita?

- Cemitério, por favor. - Digo e ele assente indo até lá.

Hoje faz onze anos que meu pai morreu, eu nunca tive coragem de ir ao cemitério vê-lo, mas hoje, eu sinto a necessidade disso. É como se, ao engravidar eu realmente sentisse o quanto meu pai me amou, sendo mãe, acabamos sentindo o que é o amor de um pai/mãe. Eu preciso ir até lá.

Paramos em frente ao cemitério e eu desço do carro pagando o taxista logo depois. Encaro o grande porta o portão minha frente, viro a cabeça e vejo a floricultura, vou até la e compro um buquê de rosas brancas, eram as que ele mais gostava.

Me dirijo até a entrada do cemitério e entro, olho na minha mão o número da lápide 489.956 fileira M. Paro em frente a sua lápide sentindo meus olhos marejados.

(Coloquem Father - Demi Lovato)

Alexander Camilo Miller

19 de Agosto 1975
18 de Dezembro de 2005

"Marido e Pai amado"

Me ajoelho com dificuldade e olho sua foto, ele era tão lindo. Sorrio.

- Oi papai... - Começo baixinho sentindo as lágrimas descer. - Me desculpe por não vir aqui antes, eu estava assustada. Eu só queria te dizer algumas coisas que eu não consegui falar antes. Eu te amo tanto! - Suspiro limpando as lágrimas. - As vezes sinto que te odeio por ter me deixado sozinha aqui. Eu só queria ter tido uma segunda chance ao seu lado. - Soluço sentindo as lágrimas descendo como cachoeira. - Mas não se preocupe, eu estou bem agora. Encontrei um homem maravilhoso, mas não precisa ficar com ciúmes, você sempre será meu primeiro amor. - Rio, eu sempre falava que ia casar me com ele quando crescesse. - O nome dele é Spencer, ele é um gênio, literalmente pai, você tinha que ver ele falando, é incrível! Você iria gostar dele, tenho certeza disso. - Sorrio ao pensar no meu homem. - Eu rezo por sua paz todos os dias, rezo para o senhor estar me vendo e cuidando de mim daí de cima. - Passo a mão na barriga. - Você vai ser vovô, papai. Eu ainda não sei o sexo, mas espero que seja um menininho, e que se pareça com o senhor. - Ponho as flores em frente ao túmulo e me levanto. - Eu te amo muito papai. Muito mesmo! E eu prometo vir aqui todos os anos ok? - Suspiro e seco as últimas lágrimas. - No próximo ano eu trago Spencer e nosso bebê ok? - Olho a última vez para sua foto e sorrio. - Eu amo o senhor!

Crio coragem e me viro saindo do cemitério. Ao sair respiro fundo me sentindo mais leve, eu nunca chorei tanto na minha vida. Nunca mesmo.

Vou andando até o ponto de táxi mais próximo. Sabe aquela sensação de estar sendo seguida? Olho para trás e vejo um homem branco velho me olhando de modo assustador. Ai meu Deus. Tento aumentar meus passos, mas a barriga não permite.

Sinto uma mão no meu braço, olho de relança, é aquele homem.

- Fica quietinha que é melhor entendeu? - Ele fala perto do meu ouvido. Assinto. - Cadê seu namoradinho em?

- Está trabalhando. - Respondo vendo que se eu não colaborar vai ser pior. Continuamos andando e ele me guia até uma viela vazia e sem saída. Sinto algo metálico nas minhas costas. Congelo.

- Manda um Oi pro Papai do Céu por mim. - Ele diz e sinto uma dor por dentro, como se estivesse me rasgando e queimando ao mesmo tempo.

Ele sai correndo e eu caio e joelhos no chão com a mão na barriga.

- Calma amor. - Digo com a voz entrecortada sentindo meu filho sa remexer muito na barriga me causando mais dor.

Pego meu celular na bolsa e disco o número da emergência.

- Alô emergência, qual seu problema? - Uma mulher atende.

Abro a boca para responder mais minha voz não sai. Olho para baixo e vejo sangue saindo de mim.

- Meu fi-lho. - Murmuro. - Me ajuda.

- Calma senhora, qual seu nome? O que está acontecendo?

- Rebecca Miller. - Sussurro já sem forças. Caio no chão de lado e vejo minhas vistas se embacarem. - Eu levei u-um ti-ro. Meu fi-lho vai nascer.

- Calma Rebecca, já rastreamos seu número, uma ambulância está a caminho.

- Avisa meu namorado. - Sussurro fechando os olhos. - Ele é do FBI.

- Tudo bem Rebecca, eu vou avisar, qual o nome dele?

- Dr. Spencer Reid, da U-UAC.

- Ok, já estou ligando para ele. - Ela diz e eu escuto barulho de sirenes. - Rebecca você tem que se manter acordada ok? A ambulância está há quatro quilômetros de você.

Não consigo mais responder nem respirar, sinto frio mas nada dói mais. Estou inerte.

- Rebecca você está me ouvindo?

Então tudo fica escuro.

A Secretaria do FBI Onde histórias criam vida. Descubra agora