Capítulo 7: Eu e você

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Os olhos amendoados de Quinn Fabray vasculhavam a rodoviária, seu olhar mesclava-se entre a fúria e a solidão. Porém, ela permanecia séria e respirando tranquilamente quando, na verdade, queria sair extravasando sua raiva para o primeiro que viesse lhe encher o saco.

A ex-cheerio escorou-se em um pilar do prédio, acendeu um cigarro e o tragou, imediatamente sentiu os olhares reprovadores assim como as caretas enojadas. Dando uma rápida olhada ao redor de si, conseguiu calar uma senhora que muito lembrava sua mãe. Quinn deu um pequeno sorrisinho para si e chutou uma lixeira que estava próxima, esparramando o lixo pelo chão impecavelmente limpo.

O guarda da rodoviária aproximou-se dela com uma expressão cansada, Quinn estudou suas opções de fuga, mas resolveu permanecer ali. Pouco lhe importava ser presa, ou, intimada a catar aquele lixo. Contanto que ocupasse sua cabeça e lhe impedisse de pensar em Rachel Berry, estava ótimo.

Porque, agora, quem abandonara o que as duas tiveram tinha sido a própria Quinn. Se a ex-cheerio se arrependia? No momento, não. Seu orgulho estava enorme e intocável dentro do seu peito, mas Quinn bem sabia que se ficasse sozinha com seus pensamentos, logo se arrependeria e faria besteira. Ao menos nisso, a ex-cheerio continuava a ser um pouco racional.

- Eu não vou repetir: ou a senhorita apanha todo esse lixo que espalhou ou eu terei que levá-la até a sala de detenção. – O velho guarda anunciou com a voz autoritária e repreensiva, o mesmo tom que Russell Fabray utilizara tantas vezes com a filha. Quinn arqueou a sobrancelha para o homem em visível desprezo ao que ele acabara de dizer e respondeu cansada:

- Eu esbarrei na lixeira, não vou me responsabilizar pelo que aconteceu por acaso.

- A senhorita bem sabe que não esbarrou em lixeira alguma. Você a chutou, portanto, evite maiores problemas e apanhe o lixo, por favor. – O guarda tornou a ordenar enquanto estendia uma vassoura e uma pá para Quinn, a ex-cheerio olhou com desdém para os objetos e tragou o cigarro longamente, expirando a fumaça no rosto do guarda que, imediatamente, desatou a tossir.

Uma dupla de guardas que estava próxima viu a cena e correu para apanhar a garota. Quinn respirou fundo e correu na direção contrária, esbarrando e empurrando as pessoas pelo caminho. Os anos como cheerio lhe garantiram um bom fôlego apesar do cigarro e a garota conseguiu assegurar uma boa distância em pouco tempo.

Olhando por cima dos ombros, Quinn ria por estar se divertindo com aquela perseguição boba. Afinal, Quinn Fabray tinha uma tendência natural a fazer besteiras quando estava mal e ela estava realmente mal por causa de Rachel Berry. Um dos guardas conseguiu recuperar o fôlego e clamar por reforços. Quinn virou abruptamente em direção ao local que vendia as passagens.

Seus olhos vasculharam o único guichê que estava vazio. Ela aterrissou em frente à atendente com o rosto vermelho e o peito arfando em desespero. Passou uma nota de cinqüenta dólares enquanto pedia:

- Passagem única, na janela e longe do banheiro, se possível.

- Não dê a passagem a essa garota! – Quinn pode ouvir a voz do guarda em suas costas. A atendente estacou enquanto lhe estendia a passagem, Quinn apanhou-a rudemente e saiu correndo na direção do ônibus sem nem mesmo saber para qual cidade estava indo naquele momento.

Continuava a ouvir os passos atrás de si e sem sequer olhar para a chamada do ônibus, praticamente pulou dentro dele enquanto entregava a passagem para o motorista. Em seguida, enfiou a cabeça para fora e mostrou o dedo do meio para os guardas enquanto o ônibus arrancava da rodoviária, pode ter certeza que recebeu diversos xingamentos em seguida. Quinn riu, sentindo-se subitamente realizada enquanto jogava o cigarro pela janela.

Yöu and I [FABERRY]Onde histórias criam vida. Descubra agora