Natureza Sombria: Hansen

Capítulo 6: "Um Acessório Para Toda Vida..."

Fiquei de frente aqueles portões e fiquei agachada, aquele colar pesava e tive de segurá-lo um pouco para não ficar defeituoso meu pescoço depois. Vi o Chefe gringo sorrir para uma das câmeras de segurança e uma voz saiu de algum microfone, era como se fosse de um mordomo britânico, que elegante.

- Vejo que trouxe a encomenda Sr. Felix?! - disse e outra câmera aumentou o zoom para poder me ver. Fiz uma careta de mau gosto e desviei meu olhar daquele barulho.

- Nos deixa entrar Hans... - mandou Felix, Aron tirava sujeira de debaixo das unhas, sujeito nojento. Eu faria com uma adaga e não com o dente.

De repente as portas se abriram vagarosamente e várias pessoas conversavam tranquilamente no hall de entrada, mesas chiques com cadeiras que pareciam ser de ouro maciço. Encarei aqueles bando de bilionários sorrindo e rindo, damas os acompanhavam umas eram esposas e outras possíveis amantes, a julgar que todos pareciam acabados, o dinheiro também fez milagres para esses homens. Entretanto vi muitas crianças e adolescentes mexendo em seus dispositivos de sucesso e da moda. O traje era branco pelo que vi, vestidos e ternos brancos com lenços amarrados no pulso das moças e nos homens no bolso do terno. 

Meus olhos mórbidos viram desde do lustre gigante que enfeitava o ambiente com diamantes desde do chão de mármore perfeitamente polido, um Óre veio até seu dono dando as informações para ele. Óre são criaturas de nível 10 como dóceis, são bons amigos e substitutos para quem não gostam de animais de verdade, uns parecem com um polvo, outros como uma raposa mística e outros como um leão, uns também parecem um cão grande.

 Vendo-os me faz lembrar de como sou humilhada por essa raça.

Um androide apareceu com um estilo moderno e meio alienígena, no século atual eles viram que nem todos os androides precisam ser parecidos conosco, humanos. Assim se vê por toda cidade androides grandes e finos dando uma nova cara á sociedade não sendo formado apenas por humanos, assim não nos sentimos tão sozinhos.

- Vejo que a encomenda chegou, por aqui... - disse o ser com cara de cavalo, o observei por um breve tempo, mas me levantei e caminhei ao seu lado, ao olhar pra trás os dois também me seguiam.

Bufei indignada em estar naquele estado. As crianças passavam perto de mim e me observavam, uma delas tinha um olho robótico, deve ter perdido a visão do esquerdo, que pena, tão jovem e já precisou da tecnologia pra sua recuperação.

Eu fiquei do lado do mordomo metade cavalo pra me esconder daquela gente rica, naquele meio não apareciam os mercenários, apenas os ricaços. Engoli em seco quando vi uma mulher, uma senhora me olhar de cima á baixo, o mordomo cavalo cumprimentou a senhora de bom grado e eu apenas abaixei minha cabeça. A velha inclinou o nariz pra cima e se virou com uma careta, pensando bem, minha maquiagem deve estar roxa com a mistura do sangue. E devo estar fedendo muito também ao julgar a careta das crianças, quando uma tentou me tocar eu desvencilhei de seu dedinho fino, ela se assustou arregalando os olhos ao ver que foi descoberta e saiu de nossa vista.

- Ah... - suspirei aliviada. Se uma delas me tocassem eu morreria. Gosto de crianças, mas tenho medo da reação dos pais delas.

- Continue inteligente assim menina que vai ter sorte aqui... - avisou me dando uma dica de como viver na loucura.

Fiquei quieta ouvindo o suspiros de Aron ao passarmos por alguns seguranças, eles me observavam como se eu fosse uma presa inútil. Mordi o lábio inferior de nervoso, o que iria acontecer comigo? Como viveria aqui? Pra quem serviria?

Inacreditavelmente, passamos por umas portas e uns corredores, vi meu estado e realmente precisava de um banho, ainda mais quando chegamos numa sala em especial, tinha varias pessoas jovens. Na faixa dos 25-30 anos sendo a maioria homens, eles me viram e vi fazerem uns comentários maldosos e ambiciosos, outros cheios de malícias e outros cheios de um olhar misericordioso.