Capítulo sete

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- Oi mãe!. Ele fala abraçando com carinho a avó sem tirar os olhos de cima de mim. Também como não gostar dela?

- Oi amor, chegou em boa hora. Adivinha o que Íris  acabou de fazer?

- A senhora acha que eu vim aqui por quê? Cheirou o ar. - Esse cheio é uma delícia. Seu olhar me deixa vermelha. Pois, tenho a sensação que não é do cheiro do pão assado e nem da torta que ele está falando.

Olho para vó e dou risada tímida, a estratégia era essa, fazer as guloseimas preferidas desse safado, deixar ele com o estômago satisfeito para concordar com os nossos planos em relação à cooperativa. Porém, não saiu nada como planejado. Lá vem ele com suas pérolas.

- Esse short não está curto demais não senhorita Íris? - Dona Marta não viu você sair de casa com ele? Eu não quero você andando desse jeito. Fala fechando a cara. Demorou até demais. Não disse.

Olhei para vó que estava sem entender a repetina mudança de assunto. Os olhos deles  grudados em mim. Ah!... Eu devia ter colocado bastante pimenta no bolo desse intrometido, roubador de primeiro beijo. Merecia ter colocado na massa uma colher de laxante, isso sim! Eu estou quieta, mas quem procura acha. A se acha penso e vou logo soltando a minha tramela.

- Olhe aqui, sua praga de piolho, mesmo sendo alfa, você não manda nas minhas escolhas, eu ando com a roupa que eu quero. Você não tem direitos sobre mim! Quer por escrito? O que eu achei! Só me faltava essa. Né meu companheiro é . Além de tudo, o que está  em pauta no momento, não são as minhas roupas e, não foi para falar delas que eu estou aqui. Minhas mãos estão suadas, estou tão nervosa, não falo coisa com coisa, Dou alguns passos para trás quando sinto o olhar dominador dele, me arrepiando todinha.

- E nem tente me beijar de novo, seu tarado. Avisei quando ele tentou se aproximar. Pronto, falei pelos cotovelos.

- O que? Como? Vó pegunta sem acredirar no que ouviu. Ela olha para ele perplexa.-Reese Worem você beijou ela? Enfatiza com um olhar de espanto.

- Sem minha autorização, eu estava na cachoeira com meus amigos e esse cão sarnento saiu me puxando pelo braço e me beijou. Contei tudo, tudinho para vó que olhava para ele sem acreditar.

- Você estava nua Íris. Fala me acusando. -  Deixou aquele seu colega idiota ver o que é somente meu. Ele agradeça por não ter perdido a cabeça. Rosna chateado.

- Mentira vó, não estava nua,  fui tomar banho na cachoeira com meus amigos da escola,  eu estava usando biquíni. Como assim dele? Penso atordoada.

- Você chama aquele pedaço de pano de biquíni Íris?. Pergunta batendo a mão com força no balcão. Seus olhos estão amarelo. - Isso é roupa de uma menina usar? Reclama apontando para meu short. - Vai chamar atenção de todos os homens, vou matar qualquer um que ousar tocar o que me pertence. Ralha sem esconder o ciúme que o domina. Um momento constrangedor que foi quebrado pela voz macia de Vó.

- Íris querida, deixe o projeto para ser discutido outro dia. Agora vá para casa minha filha. Depois a gente conversa melhor. Pede vó muito chocada com o comportamento de Reese, apesar de parecer tranquila.

- Eu a levo mãe. Se prontifica tentando dar um passo em minha direção..

- Não, você fica aqui rapazinho, precisamos conversar. Ordena vó, seu tom de voz não deixa espaço para contestação.

Sem esperar, passo correndo por ele, sentindo o seu olhar me acompanhar, depressa, saio  o mais rápido que posso da cozinha.

Reese

Depois que Íris saiu minha vó continuou me olhando. Minutos esses que pareciam uma eternidade. Por fim, ela falou:

- Sente aqui filho. Ordenou apontando uma cadeira da cozinha à frente, ainda  serviu pão com uma fatia de bolo generosa para mim.

- O que está acontecendo filho? Não esconda nada de sua avó.

- Como se eu pudesse esconder algo da senhora mãe, você me conhece até pelo avesso. Riu com desânimo. - Para falar a verdade, nem eu sei o que está acontecendo comigo, nem quando começou... Falo cansado passando a mão no cabelo. -Só sei que sinto um ciúmes louco dela. Esperei ela crescer, ninguém vai tirá -la de mim. Ela é minha mãe, até Mac adora o cheiro dela. Falo sem interesse algum de comer a fatia de bolo a minha frente.

Foi uma conversa difícil, minutos depois, uma Nalva pensativa caminha em direção quarto, senta na poltrona ao lado da cama e enquanto indaga a si mesma. Não é possível, não pode ser!. Será? Será que o destino está tentando aplicar outra peça? Será coincidência ou a história está se repetindo de novo? Tinha que conversar com seus amigos. O mais rápido que pudesse. Suspirou, sabendo que não era uma conversa fácil pra ninguém. Não podiam ficar parados esperando acontecer novamente, por isso , era uma  decisão que todos eles tinham que tomar.

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