Capítulo oito

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Íris

Finalmente o sinal toca! Fim da última aula. Arrumo com calma a minha mochila, guardando meus materiais escolares e vou para o pátio, local de  encontro da turma do deixa disso.

- Nossa! Que demora Íris. Reclamou Ana.

- Calminha, já cheguei, estava guardando os meus materiais. Logo sinto alguém bem próximo de mim.

- Oi gatinha!. Ted sussurra no meu ouvido. Ele é o capitão do time da escola, desses garotos tirados a gás com água, daqueles que se acham o último biscoito do pacote, que fica azarando as garotas bonitas da escola. Você conhece alguém assim? Então sabe do que estou falando. Tem quem goste!. O que fazer?

Essa sou eu! Sei que sou gatinha mesmo! Não  se preocupem, não me aproveito do fato de ser bonita para inferiorizar ninguém

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Essa sou eu! Sei que sou gatinha mesmo! Não  se preocupem, não me aproveito do fato de ser bonita para inferiorizar ninguém. Respeito é fundamental em qualquer ambiente que a gente frequentar.
Não escolho meus amigos pelo que eles têm, mas pelo que eles são. E por mais que ele tente, sou uma mulher com princípios, nasci para pertencer a um homem só. E no meu coração, quem reina mesmo é aquele cão sarnento. Não consigo olhar outro macho da mesma forma que olho para ele.

- Oi Ted! Respondo sendo educada.

-Que tal irmos à nova discoteca amanhã? Pergunta olhando para mim.

-Eu não posso Ted, Carlos não vai deixar. Ana foi logo falando

-Para com isso, eu sei que ele é seu companheiro, mas nós somos seus amigos. Argumenta Paula.

-Vamos pessoal, vai ser legal, vamos dançar e nos divertir como qualquer adolescente da nossa idade. Ted fala fazendo cara de cachorro perdido.

- Estou dentro. Fala  Paula e Anderson ao mesmo tempo. Depois da cachoeira eles estão  namorando, parece que é sério, os dois não se desgrudam mais!

-Não sei se meu pai vai deixar. Falo já imaginando a reação dele.

- Só seu pai Íris? Deixa só Reese descobrir. Murmura Ana no meu ouvido me arrepia toda só em pensar.

- Faz assim...Falo tentando disfarçar o aperto do meu estômago. - Vou falar com a minha mãe.

****

Em casa na hora do almoço, enquanto ajudo mamãe arrumar a mesa da cozinha, tomo coragem e pergunto a ela.

- Mãe, a senhora deixa eu ir à nova discoteca com meus amigos?

- Eu ouvir isso, Íris. Grita meu pai da sala. - Nem pensar bebezinho.

- Antônio, minha filha não é freira, ela é jovem, bonita e não vai ficar em casa trancada. Deus ajude que o companheiro dela não seja um ciumento igual a você.

- Mulher, eu já disse que ela não vai e pronto! Os gaviões estão soltos. Retrucou meu pai.

- Você quer dormir no sofá da sala Antônio? Pergunta minha mãe e eu me sinto mal por causar discórdia entre eles, essa nunca foi a minha intenção.

- Esquece mãe, não briga com o pai. Falo triste.

- Nem a pau eu durmo longe de você mulher. Rosna chateado meu pai da sala.

- Pode ir sim filha e não se preocupe, deixa que a mãe sabe como domar a fera. Desse bode velho, cuido eu.  Só tome cuidado meu amor, qualquer coisa liga para mamãe e para o papai.

Meu pai entra na cozinha olhando para minha mãe com a cara emburrada, fingindo não ver  ela abaixa para pegar o garfo que deixou cair propositalmente e saí rebolando em direção a pia, vejo meu velho com os olhos vidrados nos movimentos do quadril dela.
Coloquei as mãos nos lábios para abafar o riso. O amor dos dois é lindo de ver, vários anos de casados parecem dois adolescentes apaixonados, e mamãe com seu jeitinho de ser consegue dominar esse velho lobo tão possessivo e ciumento.

Depois de almoçar, organizo a cozinha para mamãe, nada mais justo, já que ela tinha cozinhado. Subo para o quarto e ligo para as minhas amigas. Combinamos de ir ao shopping no dia seguinte depois da aula.
Quando terminei, mamãe já estava me esperando, demos um cheiro no nosso velho e juntas fomos para a cooperativa. Para a minha surpresa, Reese estava lá, seus olhos percorrem meu corpo avaliando o que eu estava vestindo. Meu corpo esquenta com esse gesto.
Cretino! Safado! Sei que ele fez de propósito. Noto um sorriso sem vergonha no canto da sua boca.
Volto minha atenção para Vó quando a mesma começa a reunião, logo depois, eu exponho o nosso projeto. No final todos gostaram. A verdade é que  estamos ansiosos para colocar em prática, os planos que temos em relação a nossa cooperativa.

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