Na segunda feira logo cedo, os dois já estavam confortavelmente acomodados no avião rumo ao Texas.
Depois da noite de sábado mal dormida e um almoço de domingo ouvindo os resmungos de Dona Ruth sobre irem morar longe, finalmente tudo estava calmo.As horas no avião se resumiram em Guilherme contando das paqueras que havia deixado para trás, uma senhora ao lado contando histórias dos netos, sonecas rápidas e longas playlists. Lanches foram servidos e Alfonso teve de explicar ao mais novo que ele ainda não poderia beber o whisky. Isso lhe rendeu um copo extra para que pudesse ter paciência.
Tempo depois, pousaram, no fim da tarde, em Dallas.
Na decida, dois homens iguais de terno seguravam uma placa cada, escrito cada uma os nomes de Guilherme e Alfonso.
- Olá! Sou Alfonso, vocês devem ser os sobrinhos de Henry e Hory. - Falou simpático.
- Olá - Disseram em uníssono e tiraram os óculos escuros, revelando os olhos mel extremamente brilhantes contrastando com a pele bronzeada e o cabelo negro.
- Sou Jefferson, ou apenas Jeff - Disse uma das cópias e apontou para o outro - Esse é Jonathan, ou John se preferirem.
De cara, Alfonso buscou referências que o ajudassem a discernir cada um. Jefferson possuía uma pinta no centro do queixo e duas no pescoço, as orelhas eram um pouco maiores que as do outro e tinha sobrancelhas mais grossas. Jonathan tinha os ombros mais largos e não havia sinais de pintas pelo rosto.
- É um prazer. Esse é meu sobrinho João Guilherme. - Apontou o garoto ao lado que prontamente lhe estendeu a mão.
Os gêmeos pronunciaram o nome do mais novo com certa dificuldade e decidiram que apenas Guilherme poderia servir.
Juntos entraram no Volvo de John, deixando Guilherme empolgado com o carro.
No percurso, os gêmeos explicavam a Alfonso sobre o pessoal contratado, o novo prédio e interesses em fazer novos contratos. Ultimamente, uma empresa multinacional de modelos era o principal cliente.
- Tio, nós vamos pra casa nova? - Sussurrou Guilhe.
Ele apenas assentiu e continuou ouvindo as instruções dos outros dois que não pareciam ter notado a pergunta do mais novo.
- E essa é sua nova casa! - Jefferson apontou quando estacionou.
Uma casa simples, mas arrumada, estava a sua frente. Parecia o tamanho perfeito para os dois.
- Vocês podem ficar e se acomodar. Descansem e amanhã passamos aqui para almoçarmos juntos. - Um dos gêmeos disse e Alfonso não fez questão de discernir qual dos dois seria, apenas concordou e acenou ao ver os dois saindo.
- O maior quarto é meu! - O mais novo falou correndo para dentro carregando apenas a mochila e deixando as malas pesadas para trás.
Obviamente o rapaz iria querer o quarto com o aspecto mais juvenil, preparado para alguém de sua idade, com a televisão e o vídeo game instalado. Tudo providenciado por Henry para que não houvesse confusões.Como já bem sabia, o garoto se apaixonou pelo quarto e começou a jogar ainda sem desfazer as malas. Alfonso seguiu para o fim do corredor encontrando seu quarto. Todo em azul marinho e branco, a cama espaçosa, banheiro e um closet grande o suficiente para o dobro de suas roupas. Havia uma pequena varanda que ele sabia que não usaria de qualquer forma e a manteve fechada.
Guilherme logo veio saber o que teriam para o jantar e acabaram ligando para uma lanchonete que Hory recomendou, assim não seria preciso sair.
Continuaram a arrumação enquanto comiam e conversavam. Algumas coisas ainda ficaram nos cantos, em caixas ou malas, mas nada que não pudesse ser guardado no dia seguinte. Acabaram dormindo pelo chão da sala mesmo, enquanto Alfonso organizava a papelada do colégio do menino e do trabalho.
Acabaram acordando tarde e quase se atrasaram para o almoço dos gêmeos, mas logo estavam no banco de trás do Volvo.
Os outros dois na frente conversavam sobre algo da família e os dois atrás preferiram não interferir.
- Tio, desde quando conhece a Anne? - Puxou assunto e o viu se remexer no banco.
- Somos amigos de infância. Um menino ia bater nela e eu o impedi.
- E por que não se falam mais? Ela nunca me falou de você.
Aquilo doeu - Talvez tenha falado, só não citou meu nome. Ela sabe nosso parentesco.
O menor deu de ombros - Eu lembro dela falando de um melhor amigo, mas depois achei que ela o tio Ucker ou Chris, eles estavam sempre juntos.
- Ok, é passado e eu não quero falar sobre isso.
- Vocês se gostavam? Parece muito incomodado quando falo dela. - Alfinetou curioso. O tio nunca havia se mostrado incomodado com mulheres.
- Isso não é assunto seu Guilhe. - Disse e agradeceu pela conversa sobre a família da frente acabar e chegarem ao restaurante. Não era longe e podiam passar a almoçar por ali. Pelo que falaram, o colégio era perto e a empresa nova ficava a cerca de três quarteirões.
Comeram conversando sobre trabalho e Guilherme resolveu que mandaria uma mensagem a 'Anne', ela lhe devia explicações. Afinal, por que diabos ela nunca havia contato que era melhor amiga de seu tio? E por que não poderiam ficar juntos? Fazia tempos que não se falavam e torcia para que seu número ainda fosse o mesmo. Ao menos pela foto do Whatsapp era ela."Anne? Esse ainda é seu número?"
Esperou cerca de dois minutos e ela respondeu.
"Sim Guilhe :p"
"Como sabe que sou eu?"
Dessa vez, a resposta foi mais rápida.
"Kkkk Só você me chama de Anne"
" Entendi, posso te fazer uma pergunta?"
"Claro"
"Por que nunca me disse que você e meu tio eram melhores amigos?"
Agora a resposta demorou alguns minutos, deixando o garoto agoniado, até sentir o celular vibrando novamente.
"Ele te contou?"
" Vi umas cartas suas no armário dele quando arrumamos a mudança, e consegui arrancar algumas coisas"
- Guilhe vamos, guarde o celular - Alfonso chamou e só então percebeu que os três já estavam em pé prontos para sair.
A ordem para guardar o celular era clara, mesmo com mais uma vibração no bolso. Droga, a curiosidade o matava.
- Vamos conhecer sua escola, depois meu trabalho.
Ele assentiu e os seguiu, era a única coisa a ser feita.°•°•°•°•°•°•
Surpresinha dos pequenos aparecimentos da nossa Any.
Na foto, os "gêmeos" Jefferson e Jonathan.
Obrigada pelos comentários e estrelinhas pessoal :)
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Eu Juro - AyA (Pausada)
Random"Quebrar o juramento é como negociar a própria honra" E Alfonso Herrera nunca quebrava um juramento. Muito menos quando se tratava de um feito a sua melhor amiga, Anahi Giovanna. Mas agora ele se vai, e terá que manter sua palavra não importa o que...