Eu Juro - AyA (Pausada)

Anahi?

"Não é nada"

Foram as únicas três palavras que ela havia dito sobre o tio. Passou o dia na impaciência de conhecer a nova escola e o novo prédio da empresa do tio, e agora essas três palavras eram tudo o que tinha.

Depois de comerem a lasanha congelada da janta, sentaram para ver TV e conversar, mas também não conseguira arrancar mais nada do tio.
- Guilhe, eu só vou te dizer isso mais uma vez. Não há nada sobre eu e Anahi que seja da sua conta. Ponto final. - Disse sério e olhando o mais novo nos olhos.
O rapaz apenas abaixou a cabeça e assentiu. Tirar o tio do sério era a última coisa que queria.
Mais tarde, Anahi também não lhe disse nada. Tentou puxar o assunto de todas as formas e ela, aparentemente, muito paciente lhe respondeu que era um assunto delicado e que ele não precisava se preocupar.

No outro dia, mandou mais mensagens a loira. Dessa vez apenas por saudades. Ainda era cedo e não sabia o fuso horário de onde ela estava, então lhe deu "bom dia" explicando que onde estava, era dia.
Depois que os pais se separaram ele foi morar com o primo/tio e ela já havia saído do estado para estudar. Se passaram cinco anos desde que ela se despediu dele, ainda com dez anos. Mantiveram contato por mais alguns meses via Skype e trocaram mensagens quando ele ganhou um celular novo do tio, mas depois dos primeiros meses isso passou. Sentia falta, assumia, e queria que o tio também sentisse.
Na cabeça do jovem, ela também era a tia dele, já que o conhecia desde novo e cuidava dele sempre.
- Guilhe, vamos, não quero que se atrase. - Soou a voz rouca de sono de Alfonso.
- Sim tio, já vou. - Soltou em português.
O mais velho estranhou, o menino só falava em português com a mãe que se dizia velha de mais para aprender um novo idioma.
- Está tudo bem? - Questionou o tio em inglês.
Embaraçado, Guilherme ainda se perguntou se contaria ou não que conversava com Anahi, sendo que o tio se mostrava fechado a loira. Por garantia, achou melhor não.
- Sim tio - Disse no perfeito inglês - Só estava lembrando de casa - Deu de ombros vestindo uma das camisas furtadas do tio.
- Sente falta? Sabe que pode me dizer - Alfonso falou numa voz mais suave. Se preocupava com o garoto como se fosse um filho, não queria que sofresse. Não havia nem um dia que se mudaram e ele já estava falando de casa.
- Não, nenhuma! - Se apressou em dizer - Só lembrei mesmo. É com você que quero estar tio - Deu um meio sorriso sem jeito e o tio lhe deu um tapa na nuca de brincadeira enquanto seguiam para a cozinha.
Surpreendentemente, Anahi respondeu as mensagens de Guilherme assim que se sentaram na mesa.
- Sem celulares na mesa - Avisou antes que o garoto pudesse pegar o aparelho.
Ele apenas assentiu, sabendo que mesmo que comesse rápido, teria que esperar Alfonso sair também. Coisa que só aconteceu quando a empresa de aluguel de automóveis chegou em frente a casa, sob ordens de Henry, que alugara um carro para Alfonso.
Minutos mais tarde, já estava na frente do colégio novo e o celular nas mãos, totalmente sem fala. Tanto pelo nervosismo de ser um novato no país e no primeiro dia, quanto pela mensagem respondida.

"Bom dia Guilhe, aqui também é dia. Não está no Brasil?"

O sinal tocou e novamente se viu frustrado por não poder conversar direito. Droga!

"Não, estou no Texas com meu tio. Incrível não? Estou numa escola nova, é meu primeiro dia e vou ter que guardar o celular "

Com o celular no bolso continuou andando pelos corredores que teria visitado ontem com Alfonso, Jeff e John, já sabendo qual seria sua sala. Mas antes, sentiu a vibração e leu a mensagem dela.

"Texas? Sério? Como assim? Depois me explica isso! Beijos, boa aula! :)"

Perto dali, Alfonso entrava no prédio em obras que seria a nova cede da empresa.
- A Queen Model é a empresa que temos uma sociedade. Para qualquer programa de marketing e afins temos os modelos disponíveis e eles também fazem alguns trabalhos que estamos inseridos. - Explicava Jefferson andando pelos corredores. Para ele, era de extrema importância que Alfonso fosse informado de tudo referente aos principais clientes - Todas as festas que eles dão, somos chamados, e vice-e-versa. Os donos são amigos nossos e sempre tentamos inserir o outro nos projetos.
- Entendido - Disse firme. Sabia bem que a empresa de modelos fazia diversos projetos com a H'Warrior graças aos gêmeos Henry e Hory.
Jefferson continuou explicando como funcionaria o novo prédio, cada uma das entradas e salas que estavam sendo feitas e a decoração. Não era ramo de nenhum dos três ali, mas a decoradora os mantinha informados.

O resto da manhã se seguiu tranquilamente, Alfonso supervisionava tudo e pela tarde teria uma conversa via Skype com Henry e Hory para informar todos os detalhes que pedissem. Vez ou outra os gêmeos Jefferson e Jonathan o chamavam para ver algo que parecia estar fora dos planos e logo se ajeitava.

No almoço, Guilherme contou da nova escola, novos amigos que fez e o quanto gostou dali.
- Sério tio. Aqui é incrível! Só não gostei das aulas de tarde, mas tudo bem, posso lidar com algumas.
- E quanto aos professores? Gostou deles?
Ele deu de ombros - São legais, o de química é um tanto louco e bem engraçado, a de biologia é uma gata e o de educação física é um cara meio gordo e super gente boa.
- Ótimo, quero um boletim com notas incríveis então, já que gostou tanto assim.
- Sem problemas senhor - Provocou, sabendo o quanto o tio não gostava de ser chamado de senhor.
- Ainda tem que voltar pra aula hoje?
- Sim, só posso sair pra almoçar, depois tenho aula até às três.
- Ok, me ligue que eu vou te buscar.
O mais novo assentiu e continuaram a conversa com Alfonso falando o quanto o prédio estava ficando perfeito e alinhado.
Se despediram e o tio o deixou na escola novamente, depois seguiu para o trabalho. Não seria fácil a primeira semana, já que Guilherme não sabia onde era nada e não poderia ir sozinho para casa até que aprendesse o caminho e rotas de fuga, caso precisasse. Não era paranóia, apenas proteção certo?

Novamente na empresa, Alfonso se uniu a Jefferson para organizar os lugares do pessoal contratado, apenas para diminuir a papelada dos novos integrantes. Jonathan apareceu logo depois, informando da festa que teriam para a inauguração. Seria dois dias antes da empresa começar a funcionar, assim todos poderiam participar e não passar o primeiro dia trabalhando de ressaca.
Seria na própria empresa, que contava com um terraço espaçoso, já que Henry julgou crucial que os empregados tivessem um espaço para passar o horário de almoço tranquilo.
Os três conversaram um pouco mais sobre a tal festa e logo Alfonso ouviu o celular vibrar no bolso. Precisava buscar o sobrinho na escola e não voltaria mais a empresa. Se despediu dos gêmeos mais novos e seguiu para a escola, encontrando sua cópia na calçada conversando com mais três jovens.
- Pessoal, esse é meu primo "barra" tio que falei.
Ainda dentro do carro, cumprimentou os três rapazes com o sotaque texano carregado, mas muito simpáticos. Era bom ele ter alguns amigos que eram, aparentemente, de boa índole.
Ouviu o mais novo se despedir e entrar no carro.
- Tio, quero te falar uma coisa... - Disse receoso.
- Fale - Disse sem olhar o garoto, concentrado na rua.
- Eu conversei com Anne hoje, por isso falei em português essa manhã...
Alfonso parou o carro subitamente olhando o garoto incrédulo - Falou com Anahi?

°•°•°•°•°•°•
Tcharaam, Demorei uns dez dias, mas aí veio um novo capítulo! Perdoem a minha demora, minha imaginação ta uma bosta esses dias, mas juro que estou começando a melhorar. O próximo capítulo já está quase pronto e pretendo postar ainda essa semana, então comentem e me digam o que estão achando!
🌻

SPOILER:

- Você ficou um bom tempo longe - Falou chateada. Setira sua falta pelo tempo que passou sem ele e precisou que Christian confiscasse seu celular para que não ficasse tentando ligar para ele o tempo todo.
- Já estou de volta, não se preocupe por que agora não vai se livrar fácil de mim - Piscou e beijou sua testa lhe dando um tchau antes que ela o fizesse ficar.
Anahi sabia muito bem a hora de ser persuasiva quando queria.