Noiva?!

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-Eu sou Shun Amamiya, Cavaleiro de Ouro de Virgem, e você Anna Lyana Lopes foi destinada a mim pelos deuses. -ele se ajoelhou em minha frente e beijo minha mão enquanto discretamente guardava a adaga atrás de si.

Fiquei abrindo a boca e fechando como um peixe fora d'água sem conseguir formular um pensamento, uma frase se quer.

Lógico que eu sabia quem eram os cavaleiros, quem nunca tinha ouvido falar dos famosos cavaleiros dos deuses, principalmente os cavaleiros de Atena que a pouco mais de 3 anos tinham nos salvado das ideologias de Poseidon e Hades, e que por intermédio dessa lutaram para salvar a humanidade da tirania de outros deuses.

"PQP, isso só pode ser brincadeira!" -quase verbalizei isso, até que focalizei minha vista no seu braço que ainda tinha uma mancha de sangue, mais nenhum ferimento.

-Eu... eu... eu estou confusa... -foi a única coisa que consegui pronunciar, e Shun se levantou.

Notei que algumas pessoas nos observavam, e pareceram abismadas com a cena, mas Shun não pareceu se importar, pois calmamente se sentou a minha frente e pegou um bolinho de arroz para comer e me ofereceu outro, que peguei mecanicamente.

-Sinto muito, eu não queria ter te contado dessa forma, mais você começou a ficar chateada e eu acabei falando tudo de uma vez. -ele me sorriu e mordeu seu bolinho e eu fiz o mesmo ainda no automático. -Quando você me perguntou sobre a cor do meu cabelo eu fiquei preocupado, achei que você era alguém que tinha vindo lutar comigo, mais quando me olhou assustada eu percebi que não era bem assim. -ele me estendeu a marmita com sushis fritos e me sorriu. -Então se você não era minha inimiga só podia ser a pessoa escolhida para mim.

-Escolhida para você, tipo uma parceira? -perguntei já me imaginando como um tipo de ajudante.

-Quase, você está mais para minha noiva. -engasguei com o final do bolinho enquanto ria, e ele me estendeu um copo com chá, e eu peguei, enquanto sorvia esse me obriguei a olha-ló, e vendo que este estava sério eu gelei. -Isso é sério?

-Me desculpe, mais quando Mu me colocou o feitiço para que eu parecesse um japonês comum ele me avisou que apenas dois tipos de pessoas me enxergariam, os inimigos de Atena que possui um cosmo maior veriam através do feitiço, e você, a pessoa com quem eu deveria me casar. -enfiei uns sushis na boca o olhando perdida. -Eu entendo que isso tudo esteja acontecendo muito rápido para você, mais preciso que saiba que a partir de agora você é minha noiva.

-E a parte que eu preciso concordar com isso, onde fica? -perguntei petulante.

-Você foi destinada a mim pelos deuses, mais cedo ou mais tarde vai entender, até lá eu só preciso tomar conta de você. -ele deu de ombros me sorrindo.

-O que você quer dizer com tomar conta de mim? -eu me arrependi de perguntar no momento que ele me sorriu inocente.

-Vamos morar juntos a partir de agora.

-Não mesmo. -quase gritei me levantando.

-Sua vida corre risco, no momento em que toquei em você sua energia se misturou com a minha, e qualquer outro cavaleiro reconheceria você e te mataria para me atingir. -ele explicou sério.

-Acabamos de nos conhecer, como minha morte atingiria você Amamaya-san? -aquilo era loucura.

-Todas e qualquer morte machuca Anna-san, mais saber que alguém morreu por minha causa não é algo que eu deseje presenciar novamente. -ele me fitou e eu me senti mal pelo que disse. -Sem falar, que apenas uma pessoa é destinada para cada cavaleiro, se você morrer...

-Você não poderá se casar. -completei e ele afirmou. -Mais não podemos morar juntos, se alguém da escola descobrir poderemos ser expulsos.

-Se formos noivos isso não será um problema. -eu pretendia retrucar, mais o sinal anunciando o fim do almoço soou e apenas o ajudei a juntar as marmitas para depois o seguir até a sala.

Novamente ele estava sentado ao meu lado, mais nenhum de nós parecia querer conversar, apenas assistimos as aulas. Eu passei um bom tempo tentando entender o que diabos estava acontecendo ali. Tudo que eu queria era um ano de estudos no Japão. Claro que eu amava o Japão por causa dos animes, mais nem nos meus melhores sonhos -ou pesadelos- eu poderia esperar encontrar um cavaleiro de ouro, ao qual eu estaria destinada a casar. Acabei rindo sozinha pela loucura toda.

Se eu disser que prestei atenção nas aulas eu estaria mentindo descaradamente, mais diferente de mim, Shun pareceu não só ter prestado atenção como também ter anotado tudo. E quando o sinal do fim das aulas soou eu me levantei para organizar minhas coisas.

-Lopes-san que tal irmos para um karaokê para você conhecer-nos? -um dos garotos da turma se aproximava enquanto falava, ele era um pouco maior do que Shun, e tinha uma cara que eu só conseguia associar com barata.

-Desculpe Ameda-san, mais Anna-chan virá comigo, temos que acertar as coisas do nosso casamento -Shun me puxou para si pela cintura e eu me vi sem ter o que responder, a sala inteira parou com sua frase, e todos agora nos olhavam.

-Então Shun-kun, ela é a sua namorada misteriosa. -Kagami olhava para ele com certo ódio e depois para mim como se me medisse em comparação a ela.

-Ela mesma, a Anna queria me fazer uma surpresa vindo para minha escola esse ano. -ele sorria como se me ter ali fosse algo grandioso. -Nossos pais querem que nos casemos o mais rápido possível, então temos que correr com os preparativos. -ele se aproximou beijando meu rosto, e não tive como não ficar vermelha. -Me desculpem roubá-la assim, mais realmente precisamos ir.

Eu não consegui pronunciar nem mesmo uma palavra, e apenas o segui para fora do colégio.

-Onde você está morando? -ele me perguntou ainda com a mão em minha cintura.

-Ali. -apontei para um prédio no fim da rua, ao qual eu tinha conseguido alugar com o dinheiro da bolsa.

-Vou te deixar na sua porta e vou pegar o carro, enquanto isso arrume suas coisas. -eu o olhei de esgueira. -Não me olhe assim, agora todos sabem que somos noivos, e realmente não é seguro para você ficar sozinha.

Eu resolvi não contradizer, e apenas fiz como ele me pediu. Assim que cheguei em casa voltei a empacotar as poucas coisas que tinha trazido do Brasil, e antes mesmo que ele batesse na porta eu já tinha terminado tudo.

Quando ele entrou eu me dirigi ao quarto para pegar minhas malas, mais ele pediu licença e as carregou por mim, e me pediu para segui-lo. Eu tentei argumentar que precisava conversar com a senhoria e pagar pela quebra de contrato, mais ele me pediu para esperar no carro que ele resolveria tudo.

Um eclipse preto estava estacionado na frente do meu prédio, e quando Shun se dirigiu para ele abrindo a mala eu empaquei, onde infernos eu estaria me metendo? Depois de guardar as malas ele abriu a porta e me pediu para esperar ali, eu fiquei quietinha e em menos de 5 minutos ele estava de volta com a senhoria acenando de longe feliz para nós.

-Podemos ir? -ele me sorriu galante.

-Na verdade eu... -aquilo tudo era uma loucura, mais o que eu poderia fazer? -Podemos sim. -ele me analisou calmamente e sem dizer mais nada, deu partida nos tirando dali.

Não sei quanto tempo passou, mais deixei minha mente divagar enquanto ele dirigia para sabe-se lá Kami onde. Eu podia jurar que ele me olhava discreto mais não deixei nenhuma abertura para conversas, apenas encostei minha cabeça no banco do carro e me encolhi ali.

-Chegamos. -ele parou o carro em frente a uma casa de madeira envidraçada, era tão linda que ao sair do carro eu me vi admirando-a, e só então me dei conta de que estávamos no meio da floresta e aquela era a única casa ali. -Você esperava uma mansão não? -ele disse rindo enquanto pegava as malas no carro..

-Na verdade eu não tinha parado para pensar nisso, mais já que falou, eu provavelmente esperaria algo assim. -ele abriu a porta e eu me vi babando com o interior da casa, era tudo muito lindo.

-Esse é seu quarto, tem um banheiro ali, e a cozinha fica depois da sala, meu quarto é esse da frente. Vou preparar algo para jantarmos, se você quiser conversar estarei na cozinha, mais imagino que queira tomar um banho primeiro. -assenti entrando no quarto e ele me deixou sozinha ali.

Peguei uma roupa qualquer na mala e me dirigi ao banheiro, mal olhei para a banheira e fui direito para o chuveiro após tirar a roupa, jogando-me ali, nada como um banho para nos fazer raciocinar direito.

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