Deitada no escuro do quarto, com apenas o som tranquilo de sua respiração em minha nuca e o calor de seu corpo no meu a me aquecer, me pego a pensar que mesmo agora depois de tanto tempo casados, eu ainda acordo de madrugada, no mesmo horário que acordaria para ir ao colégio. Sei que nesse momento um sorriso esplendoroso ilumina meu rosto, pois a meses já não sou a mesma menina, a meses que sou uma mulher casada. Não me entendam mal, eu não estou reclamando de nada, eu seria a pessoa mais idiota do mundo se o fizesse, contudo é impossível não lembrar das pequenas coisas que aconteceram no percurso até aqui. A nossa primeira noite de amor e todas as que se seguiram a essa, e a nossa primeira briga de casal, há a nossa primeira briga, como me esquecer de algo tão inusitado, e apesar de no momento eu querer "esganá-lo", tudo que sinto agora com a lembrança é uma imensa vontade de abraça-lo e ama-ló mais.
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Quando Shun gemeu apertando fortemente minhas nádegas eu sabia, mesmo sem olhar para seus olhos - que geralmente se iluminavam - que ele tinha alcançado seu ápice, e mesmo assim não parei de rebolar sobre seu membro duro, eu queria prolongar o máximo possível aquele prazer, não para ele sinto dizer, mais para mim, porque eu juro, não importava quantas vezes eu o tivesse, eu o desejava sempre mais e mais.
Porém algo sempre me incomodava, desde a nossa primeira vez que ele não havia mais tomado a iniciativa de me tocar, não, ele nunca me negou seu corpo ou correspondeu menos as minhas investidas, pelo contrário, ao menor toque meu, ao menor sinal de desejo, mesmo um beijo mais exigente já o fazia me corresponder com prazer, mas era sempre eu que começava algo. Na primeira semana de casados ele mal me tocou, e sempre que o fazia era com um zelo excessivo, e até eu notar que ele precisava de alguma demonstração da minha parte para termos algo mais intimo, foi no mínimo frustrante, não que agora, quase um mês depois eu esteja menos frustrada.
-Ikki vem jantar aqui. -eu disse com a cabeça encostada em seu ombro puxando a ar com força, eu estava muito cansada.
-Quer que eu prepare o jantar? -ele beijou o topo da minha cabeça enquanto eu afirmava na esperança de que se não falasse mais, poderia voltar mais rapidamente a respirar tranquila. -Algo especial?
-Não, ele só disse que a comida dos serviçais era uma "merda". -Shun riu leve enquanto eu saia de seu colo e tentava firmar minhas pernas tremulas no chão. -E sei que ele ama sua comida, apesar de jamais admitir tão abertamente quanto eu. -ele segurou minha cintura me ajudando a manter o equilíbrio, e foi impossível não notar a vermelhidão de seu rosto. -Então, entendendo o pedido mudo dele, eu o convidei para comer aqui, você não se importa não é? -perguntei rindo e ele ficou mais vermelho.
"Tadinho, maldade" -minha consciência me repreendia.
-Não... -disse num sussurro.
Todos os cavaleiros de ouro, sem nem mesmo uma exceçãozinha apareceram na manhã seguinte ao nosso casamento, e vieram nos parabenizar, e claro, trazer os seus presentes. E mais surpreendente do que isso, foi a quebra de paradigmas que eu mesma tinha me imposto sobre eles, pois diferente do que eu esperava eles eram completamente loucos, com a exceção de Mu, todos os outros tem "probleminhas", e imaginem-me perdida no meio de um bando de homens gaiatos e extravagantes. Então sim, eles nos obrigaram a comemorar o dia inteiro, e a bagaceira foi geral, e como meu ilustríssimo amigo e conterrâneo Aldebaram bem frisou, foi uma festa "digna de brasileiros", com direito a várias bebidas e bêbado vomitando o banheiro - vulgo Seiya.
Agora tenho uma opinião bem diferente de cada cavaleiro de ouro, e querendo ou não, eu os cataloguei cada um com um adjetivo; Hyoga é sincero (sempre curto e grosso), diz o que pensa e pronto, juro que posso ouvi-lo dizer um "foda-se" sempre que lhe incomodam. Kanon é estressado, se irrita sempre, aprendi a nunca perguntar algo sem pensar (ainda me pergunto como Seiya não perdeu a cabeça de tantos tapas que leva). Mu é culto, o tipico erudito a quem pedimos conselhos sempre. Dohko, a quem fui apresentada naquela manhã como sendo o cavaleiro de libra é calmo (só não o deixe bêbado, ele tem anos de piadas para contar, e isso pode acarretar uma dor no estomago, eu sei bem o que é isso). Seiya, o cínico, puts, nunca conheci alguém tão divertidamente cara de pau, mas amo conversar com ele, e claro, sem contar que Shun parece ter um leve ciúme desse, nada de mais, apenas vive com aquele olhar envergonhado como quando se é pego no flagra observando a conversa alheia. E por fim, mas não menos importante, Ikki, meu amado cunhado, ele sim foi difícil de definir, pois no começo mal falava comigo, mas como uma boa irritante que sou, o infernizei, não só por ele ser irmão de Shun, mais por que ele era muito quieto e frio. Sempre que o encontrava, seja no mercado ou mesmo quando resolvia dar um passeio entre as casas, eu o chamava para comer conosco, e apesar de no começo ele vir mais por obrigação, agora ele vinha mesmo era pela companhia. Por algum motivo ele acabou se apegando a mim, e talvez eu seja a única pessoa em todo o Santuário com quem ele conversa por mais do que alguns minutos, mesmo que na maioria das vezes ele só me escute falar feito uma matraca. Então no fim eu defino Ikki como sendo carinhoso, não, ele não é como Shun que demonstra seu amor, na verdade, Ikki sempre esconde por detrás de uma muralhara fria todos os seus sentimentos, mas eu sei, na verdade é só observar o cuidado que ele tem com o irmão e com tudo que faz, o carinho implícito a sua volta.
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A escolhida para mim!
FanfictionEm um mundo onde todos sabem e respeitam a existência dos Cavaleiros dos Zodíaco, uma menina enfim realiza seu sonho de estudar no Japão sem saber que lá encontrará a pessoa que foi lhe destinada desde que nasceu. Será que ela aceitará seu destino?