Avião!

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 Ele brincou com nossos narizes tocando um com o outro quando nossos lábios se afastaram e me sorriu ainda fazendo carinho em minhas bochechas.

Eu não sabia o que dizer, não sabia nem se deveria falar algo. O que aquele beijo tinha significado? O que meu coração louco estava querendo me dizer com aquelas batidas nada ritmadas. Não faça isso comigo, não aja assim, eu não quero, eu ainda não posso me apaixonar por ele.

-Está mais calma?

-Sim. -sussurrei e ele ficou envergonhado, talvez enfim se dando conta do que aquele beijo significava.

-Se você quiser eu posso adiar nossa viagem.

-Não. Precisamos ir, e além do mais, podemos não ter outra oportunidade de viajar tão cedo.

-Então descanse um pouco, ainda temos tempo antes de precisarmos sair.

-Tudo bem, obrigada Shun. -ele veio até mim e mais uma vez beijou minha testa. -Quer que eu fique aqui com você? -fiz que não.

-Vou tomar um banho e me arrumar, não posso ir para o aeroporto assim.

-Assim como? -ele se afastou confuso.

-Parecendo uma "anti-cristo". -fiz aspas e ele me olhou incrédulo.

-Anna, você está linda, você sempre se vestiu adequadamente. Não deixe que a opinião deturpada dos outros te influencie. -eu sorri eufórica sentindo minhas bochechas esquentarem.

-Obrigada. Porém eu me referia ao fato de não sair parecendo uma louca. Mas gostei de saber que meu "noivo" me acha linda. -ele ficou mais vermelho que tomate maduro e eu me vi rindo de gargalhar até que ele jogou uma almofada em mim.

Tá me sacaneando, ele pediu guerra, era guerra que ele teria.

Peguei um almofada e bati nele, e ele começou a correr e eu o persegui, riamos feito criança, enquanto pulávamos de um lado para o outro. E só parei quando o ar me faltou, fazia tempo que não corria e ria ao mesmo tempo.

-Acho que agora ambos precisamos de um banho. -eu disse vendo que estava suada, mas ele parecia tão bem, nem um fio de cabelo estava fora do lugar.

"Args diabos de corpo de cavaleiro" -esse maldito nem suou um pouquinho.

-Concordo. -eu o olhei feio e ele riu maroto.

-Sem graça. -retruquei emburrada.

-Teve sim, você que não percebeu "monstrinha". -ele sorriu de lado e eu taquei-lhe a almofada que ainda estava em minha mão, mas ele a pegou no ar ainda rindo.

-Não me chame assim, é ridi...

-Fofo. -ele se aproximou e me puxou pela cintura me fazendo girar com ele. -Você fica fofa brava. -eu fiquei sem reação.

Achei que ele me beijaria de novo, mas este se afastou e foi em direção a porta abrindo-a para sair, mas antes de fechá-la eu pude ver o quão vermelho ele estava.

Tomei um banho relaxante, e enquanto passava um brilho nos lábios para que esse não ressecasse, eu me dei conta que novamente meu rosto estava iluminado de felicidade. Pela primeira vez em minha vida eu não só havia brigado com meu pai como o havia enfrentado, e diferente de todas as outras vezes que ele tinha expressado sua opinião preconceituosa sobre mim, eu me sentia bem, me sentia feliz, liberta, uma liberdade que mesmo quando cheguei no Japão não havia sentido.

Sai do quarto arrastando apenas uma mala, e ao me ver Shun a pegou de mim. Fechei a casa e me dirigi para o táxi onde Shun já me esperava. Fomos em silencio para o aeroporto, e Shun em momento algum me deixou ajudar com as malas, então após isso fomos direto para sala de embarque que estava lotada.

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