Alianças ao chão!

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Abri os olhos pesados, a sonolência ainda me dominava me impelindo a fechá-los para que voltasse ao mundo obscuro e calmo de onde eu havia acabado de sair. Mas ao leve movimento do meu corpo naquela cama macia tão conhecida por mim me fez ficar mais alerta, e esquecer qualquer vontade que minha consciência tivesse de voltar a dormir.

Eu entrei em pânico com as lembranças das ultimas memórias vividas por mim, e tentei me levantar.

-Não faça isso. -sua voz estava grave e só aí notei sua presença ao meu lado na cama. -O médico foi bem explicito ao dizer que você não deveria se levantar.

Shun estava sentado numa poltrona, e seu corpo estava inclinado sobre a cama, onde seus braços escondiam seu rosto de mim, mas pela sua voz eu deduzia que ele estava cansado. Me voltei para a cama e coloquei uma mão na barriga que ainda estava grande, contudo não sentia nada ali e aquilo me preocupou.

-Eu... -as palavras ficaram presas em minha garganta, e ele suspirou se ajeitando ao meu lado e voltando a ficar ereto, e aquele simples movimento pareceu sugar todas as suas forças.

-Os bebês estão bem, contudo você precisará ficar no mínimo uma semana de cama, e não deve sequer andar. Ou pode sofrer um possível aborto. -ele travou o maxilar.

Aquela era a pior situação em que eu poderia me encontrar, eu não queria voltar a viver ali com ele, muito menos grávida, e claro que havia a grande possibilidade de ele está mentindo para mim, mais eu não arriscaria a vida de meu filho por isso, eu poderia esperar uma semana, e até mesmo um mês se fosse preciso, mais eu não deixaria meu filho perto dele.

-Vou tomar um banho e depois farei algo para você comer, se precisar de alguma coisa é só chamar. -ele não me olhava, e de certa forma isso me deixou inquieta, mas mesmo assim não o respondi apenas fiquei ali quieta. -Por favor, apenas por agora, não faça nada que ponha em risco a vida de vocês.

-Sim. -me vi respondendo, e quis me bater por isso.

Quando minutos depois Shun saiu do banheiro foi impossível não virar a cabeça em sua direção, e Deuses eu não me lembrava daquele demônio ser tão lindo.

"Olha a baba!" -ele saia sem camisa e vestia uma calça jeans, só que esta estava aberta deixando a mostra sua boxer.

- "Tem como não babar?" -ele ainda estava meio molhado e enxugava o cabelo com a toalha.

"Não, e o maldito sabe disso!"

Me forcei a virar o rosto constrangida quando ele me flagrou olhando-o, mas pude ver um discreto sorriso em seus lábio, contudo, graças aos deuses ele nada comentou e logo saiu do quarto me deixando ali sozinha com meus pensamentos.

Olhei ao meu redor, e o quarto continuava o mesmo que me lembrava, na verdade, parecia que eu nunca havia saído. Fiquei tanto tempo procurando algo fora do lugar que mal me dei conta quando Shun voltou com uma bandeja com algumas frutas cortadas e umas bolachas.

-O médico te indicou uma dieta, mas caso você já esteja seguindo alguma de outro médico deveria me entregar para que eu possa levar a ele e este decidir o que é melhor para você agora. -ele colocou a bandeja na comoda e ajeitou os travesseiros e me ajudou a ficar meio sentada para comer. -Pelos seus exames você também vai precisar de algumas vitaminas, mas precisamos de suas receitas anteriores para ter certeza do que te falta. -ele me entregou a bandeja e eu mordi os lábios, e fiz que não. -Anna isso... -respirou fundo. -Isso é importante para a saúde de vocês.

-Eu não estava fazendo dieta, nem tomando nada. -apertei a bandeja com força. -Eu não fui a nenhum médico. -o silencio no quarto foi torturante, e só de olhar para suas mãos que tremiam fechadas em punho eu sabia o quão irritado ele estava.

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