- Baekkie - chamei-o. - não vai se arrumar? Temos que ir. - saí de dentro do banheiro e entrei na sala, sentindo a diferença de temperatura absurda do calor aconchegante de dentro do banheiro para o frio congelante que instalava-se no apartamento. O aquecedor havia quebrado, por isso eu nem pensava em andar por aquele lugar com pelo menos três blusas e três calças me protegendo do frio.
Olhei para o sofá, onde uma pequena criaturinha encontrava-se sentada e encolhida debaixo de pelo menos 4 cobertores, apenas com o rostinho para fora, para que pudesse ver o documentário sobre a vida dos suricatos que passava em um canal qualquer. Enquanto atentava-se aos mínimos detalhes da imagem na tela, tinha em sua boca um pocky. Dei um sorriso de canto, indo até ele é sentando-me ao seu lado no sofá.
- Não vai se arrumar? A neve está começando a aumentar, temos que sair antes que o tempo piore. - passei a mão por seus cabelos, passando até suas costas.
Ficou um tempo calado, apenas observando a tela. Tinha um pequeno bico involuntário formado em seus lábios finos. Suspirou, encolhendo-se mais ainda no lugar onde estava. - Não quero ir. - senti sua voz tornar-se pesada, e seus olhos ficarem mais tristes.
Franzi o cenho.
Me aproximei dele, tentando olhar para seu rosto, mas ele continuava focado na tela a sua frente. Cheguei a pensar que era apenas birra, mas algo estava realmente acontecendo. - Baek, como assim não quer ir? - perguntei, com um tom calmo. Sentia que se falasse muito alto, ele iria se assustar, porque parecia estar tão concentrado no programa a sua frente que se algo interrompesse sua concentração, ele iria quebrar.
Ele encolheu-se ainda mais debaixo dos lençóis (se é que isso era possível, eu jurava que se se encolhesse mais ele iria virar uma parte do sofá). - Está... Frio... - ele estava claramente mentindo, nunca foi bom com mentiras, mas como parecia não querer falar sobre qualquer que fosse o assunto que envolvesse ele e aquela hora sagrada de sair de casa, eu apenas me afastei, me deitando do outro lado do sofá, e o convidando para deitar-se em cima de mim. Ele sorriu, vindo até mim (com aquela meia tonelada de edredons) e acomodou-se em meu peito.
Eu amava, mais do que tudo, a forma como conseguíamos nos comunicar. Tinha dias em que passávamos quase o dia inteiro sem falar, apenas rindo e trocando olhares.
As pessoa falam tanto de "alma gêmea", mas quando se sabe se já encontrou sua alma gêmea?
Depois de um tempo, sentia meus olhos fechando-se pelo sono, mas senti ele me cutucar. - Channnie...
- Diga, anjo. - tentei afastar o sono e me concentrar em sua voz.
- Você... O que pensa sobre últimas palavras?
Aquela pergunta foi tão repentina, novamente, BaekHyun era inesperado, imprevisível, mas ao mesmo tempo tão impactante, que eu fiquei provavelmente um minuto apenas absorvendo de onde aquilo havia vindo. Como um baque mudo, aquilo me atingiu, porque até aquele momento, eu não havia pensado sobre aquele assunto sequer uma vez. Últimas palavras? Por que eu pensaria naquilo? Estava há pouco tempo nos meus 20 anos, e BaekHyun mal tinha 19, por que estava pensando sobre aquilo?
- Baek, o que está acontecendo? - perguntei, preocupado.
- Apenas responda, por favor. - pediu-me, pondo seus braços em volta da minha cintura, encaixando-os debaixo do meu corpo, ainda atento à televisão.
- Nunca pensei sobre isso, e você também não deveria pensar! - tentei falar com uma voz de repreensão, mas não conseguia falar muito alto com ele.
- Eu penso muito nisso. - disse, com a voz arrastada, parecia que estava prestes a chorar. - Sabe, eu odeio a maneira como as pessoas desprezam as pequenas coisas. Só porque a morte está longe, não significa que ela nunca chegará. Por que as pessoas a afastam? Não é como se falar nela fosse fazê-la chegar mais rápido. Ela chegará no tempo dela, independente se falarem nela ou não. Chanyeol, não seja o tipo de pessoa que afasta as coisas apenas porque não sabe lidar com elas. - claramente, ele não queria falar sobre a morte em si, mas sobre algo além.
O que estava acontecendo?
Por quanto tempo uma pessoa consegue manter uma mentira até que ela seja descoberta?
Eu o abracei forte, o trazendo mais para perto de mim, sentia sua respiração contra a minha. - Os seres humanos tendem a afastar o que não podem entender, mas há aqueles que, quando vêem o desconhecido, o incompreendido, se fascinam, se hipnotizam, e, eventualmente, se apaixonam. Byun BaekHyun, você é o meu desconhecido, e eu me apaixonei pela sua forma incompreendida de ser e de pensar. - olhei em seus olhos, beijando sua testa. O vi arregalar os olhos, e afundar o rosto no vão do meu pescoço. Alguns segundos depois, senti algo molhando minha pele.
Ele estava chorando.
Quanto amor um coração consegue aguentar até que exploda?
Eu sei que faz um tempo que eu não posto e que esse horário é totalmente fora do que eu falei pra vocês que postaria, mas minha vida tá bem bagunçada agora, mas a partir do dia 9 vai melhorar e tudo volta ao normal 💚
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Heaven | Chanbaek
Romance"Eu disse à minha professora na segunda série que a coisa mais brilhante que existia era o sol. Ah, Byun Baekhyun, se eu soubesse como estava enganado. Eu disse que a coisa mais brilhante do universo era o sol, mas isso é apenas porque eu nunca havi...