Heaven | Chanbaek

And I never left

O que é o amor?

É algo grande?

Algo pequeno?

O quão grande? Ou o quão pequeno?

Essas perguntas ainda rodeavam a minha mente, desde que eu perdi meus pais, até aquele dia, parado em uma calçada, observando os flocos de neve caírem e a luz fraca dos postes iluminar as ruas.

Até o dia em que eu o vi.

As pessoas dizem que você não escolhe por quem se apaixona, mas mesmo que eu pudesse escolher, eu escolheria você, todos os dias, e pra sempre, eu escolheria você, e não me arrependeria de nenhum segundo passado ao seu lado.

Ultimamente, eu tenho percebido e observado que a grande maioria dos sentimentos são formados por apenas uma palavra.

Dor, alegria, sofrimento, perdão, tristeza, raiva.

Amor.

Amor, de acordo com o dicionário, é "uma forte afeição por outra pessoa, nascida de laços de consanguinidade ou de relações sociais." De acordo com a gramática, é meramente um substantivo masculino.

E de acordo comigo, é um nome, um único nome.

Byun Baekhyun.

E mesmo assim, por que é tão difícil descreve-las? Por que as pessoas se enrolam tanto ao descrever uma emoção formada por um simples substantivo? Qual a dificuldade em desenrolar aquela mísera palavra, um mero conjunto de letras, e transforma-lá em frases, períodos, parágrafos, ou até mesmo páginas?

Uma vez, minha mãe me disse que o amor vinha em fases; primeiro, é grande como uma onda, batendo no meio do seu rosto e te deixando desnorteado, e então, vai se tornando mais e mais fraco com o tempo, desde que você não mexa com ele, ele irá tornar-se tão fraco que você sentirá como se as asas de uma borboleta estivessem lhe fazendo cócegas.

Mas já faz muito tempo, e eu ainda estou esperando ele parar de me acertar no meio do rosto e me deixar desnorteado.

Quanta informação uma só palavra pode conter?

Eu ainda me pergunto sobre isso.

Terminei de limpar o apartamento, principalmente o banheiro, e passei horas esfregando o chão, sentindo uma angustia inexplicável, um nó formava-se na minha garganta toda a vez que eu parava e lembrava-me de qualquer coisa que tenha acontecido ali dentro, entoa a melhor escolha era tentar ocupar minha mente com os movimentos que eu fazia para esfregar o chão.

O pior de tudo é que não haviam acontecido apenas coisas ruins.

Talvez, pior do que lembrar-se de coisas ruins, é se lembrar dos momentos bons, porque o ruim você quer manter afastado, e o bom tem tendência a ser mais atrativo.

Uma semana depois de termos começado a morar juntos, eu havia acabado de acordar, e deixara Baekhyun dormindo, sozinho, no quarto. Cruzei o corredor em busca de comida, mas parando na metade do caminho e lembrando-me que precisava escovar os dentes, cheguei ao banheiro, parando em frente ao espelho e encarando meu reflexo, rindo de como meu cabelo ficava uma bagunça ao acordar. Peguei a escova, e ouvi um barulho vindo da porta, olhei, e lá estava ele, em pijamas grandes demais para o seu tamanho, bocejando. Se aproximou de mim, tomando a pasta das minhas mãos, e passando um pouco em meu rosto. Imediatamente abri a torneira para lavar, mas ele me parou. - É uma brincadeira. - pegou a pasta do meu rosto, passando no seu. - Quem ficar mais tempo assim ganha.

Depois de alguns segundos, ele desistiu, lavando o rosto e gritando que aquilo foi uma ideia idiota. Eu ri enquanto ele reclamava que sua bochecha ardia e que provavelmente iria ficar ardendo o resto do dia, "ah, eu acabei de acordar, podia ter deixado pra fazer isso de noite".

Novamente, talvez pelo o que seria a décima vez só naquele dia, eu quebrei em lágrimas, sentindo os músculos do meu rosto queimarem, minhas lágrimas, quentes, escorrendo pelo mesmo caminho feito pelas que vieram anteriormente, como que apena seguissem.

Acredito que há coisas justas na vida, mas ela consegue ser inacreditavelmente injusta a maioria das vezes. Minha mãe e meu pai eram pessoas maravilhosas, e Baekhyun... Ele era único, indescritível.

Tinha uma frase que a minha mãe insistia em repetir todas as vezes que eu voltava pra casa cansado ou triste por conta da faculdade: "deite-se, descanse, é só um dia ruim, amanhã passa."

Será que isso funcionaria agora? E se eu me deitasse, fechasse os olhos, e ao acordar amanhã, eu voltasse a sentir aquelas mãos pequenas segurando no meu pijama como seu eu fosse a coisa mais preciosa do mundo, a respiração fraca batendo contra meu peito, e os cabelos bagunçados fazendo cócegas em meu rosto? Será que se eu me deitasse e fechasse os olhos, eu ouviria novamente aquela voz grossa, risada escandalosa e suspiros baixos que ele sempre soltava quando estava incomodado com algo?

Não custa nada tentar.

Se o mundo fosse contra ele, ele ainda assim seria a favor do mundo, porque a gentileza presente naquele coração puro era o suficiente para perdoar até os mais hediondos crimes, e ainda sobraria mais pra dizer aos outros que estava tudo bem fazer as coisas, estava tudo bem não fazer as coisas, e estava bem não perdoar, porque, afinal, sua compreensão era fora desse mundo. Se ele fosse a favor do mundo, e o mundo fosse contra ele, ainda assim, ele sorriria, e banharia a si mesmo com a felicidade e a infelicidade de outros, transformando-os em prazer próprio, e fazendo-os acreditarem que a verdadeira bondade tinha nome.

Byun Baekhyun foi, e sempre será, meu sol, minhas estrelas, minha luz.

Ele foi meu paraíso.

=================

Em minha defesa, eu gostaria de dizer que eu continuei reescrevendo algumas partes desse capítulo até que eu achasse perfeito, então por isso a demora. E também o fato de eu só ter conseguido fazer a capa agora por uma série de fatores.

Eu disse que teria mais um capítulo extra, e realmente vai ter, agora quando.... isso é algo mais complicado.

Espero que não queiram me matar, mas eu escrevi essa fanfic toda com todo o amor do mundo, só que eu tô sem inspiração pra escrever o extra... aish :( mas prometo que vou tentar mais!!

Espero que tenham gostado até aqui, e esperem ansiosamente pelo próximo 💚