O Sol da manhã me acordou, cinco minutos antes do despertador tocar. Eu estava cansada, então fiquei deitada ali mesmo, olhando para o teto do meu quarto. As cortinas brancas balançaram um pouco na janela, o Sol refletindo no espelho e batendo na minha escrivaninha cheia de papéis de contas.
No dia anterior, a "lanchonete" tinha recebido um grupo maior de motoqueiros bêbados, que me deixaram com dor de cabeça e exausta, de tanto me chamarem de gostosa, pedindo copos e mais copos de cerveja preta. Sempre preta.
Por que eu digo "lanchonete" entre aspas? Porque aquele lugar está mais para um bar grande e sempre lotado, do que para uma lanchonete realmente.
Pelo menos, eu tinha conseguido quase 300 reais em gorjetas, com aqueles bêbados mal amados.
Depois do apocalipse, André veio morar no Brasil com os dois filhos, novamente em São Paulo. Eu demorei mais alguns anos para vir, pois minha mãe ficou quase cinco anos na base, para que reunisse dinheiro suficiente para recomecar a vida comigo.
Minhas irmãs, Bruna e Luana tem suas famílias, as duas com vidas bem menos turbulentas que a minha. Acho justo, eu sempre fui mais agitada, querendo ter animação na minha vida. Acho que consegui.
Quando André, o pai dos meninos, saiu e não voltou mais, eu me senti na obrigação e responsabilidade de cuidar dos dois filhos dele, que consequentemente eram filhos da mulher que me ajudou a sobreviver. Eu sempre fui a babá do Fernando e do Daniel, e quando ficaram sozinhos, naquela casinha de três quartos, eu convenci minha mãe a se mudar da casa alugada e minuscula em que morávamos juntas, e nos mudamos para a casa dos meninos, em um bairro boêmio de São Paulo.
Fernando e Daniel dormem no maior quarto, que antes era de André. Eles tem seu próprio banheiro e uma sacadinha pequena. Do outro lado do corredor, estavam os quartos da minha mãe e o meu. No canto, um banheiro pequeno, para nós duas.
Minha mãe tem por volta dos cinquenta anos. Hoje em dia ela trabalha em uma confeitaria no centro da cidade. Não dá muito dinheiro, mas da para pagar a Luz, a água, e o mercado. Eu me viro com as outras contas. Não pagamos aluguel, pois André conseguiu comprar com o seu dinheiro e o dinheiro da Hanna, mesmo o dólar estando valendo um real na época.
Olho o despertador. 6:35. Cinco minutos atrasada, mas para os meninos, era um atraso e tanto.
Me levantei e fui andando, ainda de pijama, para o quarto dos gémeos.
Daniel já estava acordado, e estava se vestindo quando entrei no quarto. Fernando não tinha nem mesmo saído da cama, e estava roncando e babando no travesseiro.
_ Eu vou pegar um copo d'água pra jogar nele._ Daniel disse.
_ Pega lá._ Eu disse rindo.
Daniel entrou no banheiro, voltando com um copo cheio de água. Eu peguei ele é derramei no rosto do Fernando, balançando o corpo dele.
_ Acorda Nando. Já tá atrasado._ Balancei ele, que estava todo molhado.
_ Ai, ai! Qual a nescessidade disso?_ Nando se levantou, arrepiando os cabelos molhados.
_ Desce logo garoto, que você tá atrasado._ Joguei a camiseta da escola na cara dele.
_ Essa é a minha Clara._ Daniel riu do irmão, descendo a escada pelo corrimão.
_ Oi meninos. Tem pão na mesa, suco e goiaba na geladeira. Peguei o que quiserem comer._ Minha mãe disse aos dois.
_ Valeu tia Fabiana!_ Daniel se sentou primeiro, comendo uma goiaba, e colocando outra na mochila. Fernando se sentou também, comendo um pouco de pão e suco.
Fernando saiu, com seu Skate quase nunca usado. Daniel foi logo em seguida, com a bicicleta.
Ah, aqueles meninos... Não conheço mais minha vida sem eles.
_ Mal acordaram já saíram..._ Minha mãe disse._ Como estão se recuperando Ana Clara.
_ Nao me chame assim! Eu sou Clara mãe, desde os 11 anos, e hoje já tenho 24._ Olhei para ela, suas rugas dizendo que não estava nem aí.
_ Você não respondeu a minha pergunta!_ Foi tudo o que ele disse.
_ Acho que estão melhorando. Faz alguns meses que pararam de chorar pelo pai, e parecem mais alegres desde então._ Passei manteiga no pão, dando uma mordida depois._ Fernando principalmente. Ele até se animou a ir de Skate pra escola, quando normalmente vai na bike com Daniel.
_ Acho isso ótimo. Eles precisam seguir em frente, esquecer aquele cafajeste do pai deles._ Olhei irritada para a minha mãe, com aquele comentário.
_ André não é, e nunca foi um cafajeste.
_ Pense como quiser._ Minha mãe me olhou, se sentando de frente para mim._ Mas a minha opinião não pode ser mudada.
_ Nem a minha. Então também não perca seu tempo tentando me convencer. André NÃO É, um cafageste.
_ Eu discordo.
_ Bom, eu vou olhar se é preciso limpar o quartos dos meninos hoje. Não vamos entrar na discução sobre o André denovo._ Me levantei, subindo para os quartos.
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Oieee pessoas!!!! LIVRO NOVINHO PARA VOCÊS!!!!!!!
Bom, essa é a tão perfeita Clara, nossa personagem linda e maravilhosa que eu tanto amo.
Like e comente. Espero que gostem. Tia Jujuba. ;-)
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Segunda Geração Contra O Apocalipse Zumbi (Concluído)
Khoa học viễn tưởngLivro 2 da saga apocalipse. Ana Clara sobreviveu ao primeiro apocalipse que atingiu a terra, e viu quando a cura salvou todos. Hoje em dia, com 24 anos e bem mais madura, ela se distrai trabalhando em uma lanchonete, e cuidando dos filhos de s...