Depois da Clara mandar eu e Daniel irmos dormir, eu até tentei, mas não consegui. Fiquei acordado até altas horas da noite, eu admito, estou com medo.
Eu fico pensando, em como a Clara sobreviveu a um apocalipse. Só de pensar na ideia... Sobe um calafrio na espinha. E saber que está acontecendo de verdade... Me lembrar do rosto daquele infectado, ver aqueles poros sangrando... Eu não queria me lembrar daquilo nunca mais.
Cochilei algumas vezes, mas acabei dormindo muito mal essa noite.
De manhã, estava tudo arrumado para irmos embora, até as malas que Daniel tinha feito já estavam dentro do carro.
Comi um pão de forma sem nada dentro, e Clara veio dizendo que precisava falar com a gente.
_ Ontem, eu recebi uma mensagem de celular da minha irmã, Bruna._ Clara começou._ Ela está morando em Cuiabá, no Mato Grosso atualmente. E a Bruna me pediu para nos encontrarmos lá, e irmos para o cruzeiro, que ela já está sabendo. Bruna me deu o endereço da casa dela, que fica na mesma rua da casa de Luana, e elas iriam com a gente, em carros separados. Então, a gente vai ter que dar uma desviada do caminho até o Chile, para passar pelo interior de São Paulo, por Minas Gerais, Goiás e o Mato Grosso, entrar na Bolívia, no Chile e atravessar a extensão do país até o porto lá em baixo. Todos de acordo?
_ Eu estou._ Eu disse._ Vai ser bom dar uma viajada, pra ajudar a esquecer esse apocalipse.
_ Também estou de acordo._ Tia Fabiana disse.
_ Ok._ Foi tudo o que saiu do Daniel, que deu de ombros.
Entramos no carro, com os travesseiros nas mãos, a tempo de ver a Clara sair de dentro da casa (ela estava trancando as janelas de dentro), e trancar a porta, olhando para a casa por um longo tempo.
Ela entrou no carro e deu um suspiro alto.
_ Nós vamos voltar. Sempre vamos voltar..._ Demos um suspiro coletivo.
Clara ligou o carro, e o limpa parabrisa, e começou a dirigir, em direção a rodovia que levava ao interior de São Paulo, e a Minas Gerais.
A garoa continuava, mas ela não me impediu de ver a minha primeira horda de infectados. Eram cinco deles, todos com o rosto e as mãos cheias de sangue. Um deles estava com uma grande abertura no pescoço, de onde não saía sangue. Eles andavam calmamente, como humanos civilizados, que eu sabia que não eram.
Então, os cinco nos viram, e mostraram os dentes, com aqueles caninos super pontiagudos. Eles começaram a correr em nossa direção, e eu quase me mijei de susto. Não sei se Daniel não fez isso, já que ele deu um pulo gigantesco.
Clara acelerou, tentando fazer eles ficarem pra trás. Dois deles apareceram na janela do Daniel, que deu o grito mais agudo do mundo, e me deixou surdo.
_ Acelera Clara!!!!!_ Ele gritou novamente no meu ouvido.
Clara afundou o pé no acelerador, e conseguiu despista-los virando em uma rua.
_ Sempre foram assim tão rápidos?!_ Daniel perguntou, quase gritando.
_ Não! Os zumbis que eu conheço são lentos e se arrastam para nos pegar._ Clara disse._ Mas tô vendo que não vai ser assim dessa vês.
_ Não são mais zumbis filha._ Tia Fabiana disse._ A imprensa chama eles de Zeloides. Os cientistas adotaram esse nome. São Zeloides, ou, traduzindo de uma língua que eu não sei qual é, novos zumbis.
Virei para a janela. A cidade estava calma, sem nenhum carro andando na rua a não ser nós. Os predios altos de São Paulo estavam bem silenciosos, mas alguns apartamentos ainda tinham luzes acesas. O único resquício de humanidade que eu via.
A chuva aumentou, as gotas ficaram mais grossas e a Clara aumentou a velocidade do limpa parabrisas. Eu encostei a cabeca no vidro, colocando o cinto. Seria uma longa viagem.
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Oieee pessoas!!! TD bem com vcs? FINALMENTE, eu consegui fazer com que eles saíssem de casa. A Bruna e a Luana, que não tiveram lá aquela participação importantíssima no primeiro livro, vão aparecer um pouco mais nesse, junto com a Clara e os meninos (além da mãe da Clara, que não apareceu nada no primeiro livro).
Like e comente. Espero que gostem. King Pop Corn.:-)
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Segunda Geração Contra O Apocalipse Zumbi (Concluído)
Ficção CientíficaLivro 2 da saga apocalipse. Ana Clara sobreviveu ao primeiro apocalipse que atingiu a terra, e viu quando a cura salvou todos. Hoje em dia, com 24 anos e bem mais madura, ela se distrai trabalhando em uma lanchonete, e cuidando dos filhos de s...