Capítulo 23 - Nem tudo está tão ruim!

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Me ajudem se identificarem erros de português... Não sei quando vou postar o proximo, mas será logo.

Olho no espelho do elevador, estou horrível, olhos inchados, nariz vermelho, meu queixo e minha boca vermelhos e sujos de sangue. Limpo rapidamente, pois o elevador apita a chegada ao hall, saio sem olhar para os lados. Jogo a chave do SUV do Christian para o porteiro que se distrai. Vejo uma mulher esperando um taxi que está quase chegando. Fico ao lado dela...

- Espera o próximo por favor! Esse é meu. – ela me olha e concorda. A velha Anna manipuladora de mentes está de volta. Em segundos atrás de nós escuto Christian gritar meu nome desesperado, mas não olho para trás, só jogo o lenço ensopado de sangue no chão para ele saber que me machucou. Mesmo não sabendo o que realmente aconteceu, preciso ficar longe agora. Falo para o taxista arrancar e seguir depois digo o endereço...

O motorista sai cantando pneus, tudo o que menos queria era manipular as pessoas novamente, mas é o que eu preciso agora... E infelizmente é o que fiz de melhor a maior parte da minha vida... Peço para irmos par ao píer. Ainda estou sangrando, mas não estou me importando muito com isso, nunca sangrei na vida, nem uma gota, nunca fiquei doente... Ser diferente é estranho... Mas nesse momento imagino se tivesse seguido minha vida de sempre fora da normalidade e tivesse esperado meu pai saído da prisão... Seguiríamos a nossa vida como sempre, nós dois, sem minha mãe, mas juntos mesmo assim. A quem estou querendo enganar, meus dias com Christian foram maravilhosos, até agora, mas valeu a pena. Talvez eu não devesse ter me envolvido em seus problemas, mas não consigo... Estar ao lado sempre, mas não agora, ele precisa de um tratamento, e quero estar longe, não quero vê-lo sofrer... Vou sobreviver, agora sozinha. Salto do taxi próximo ao píer, olho para o taxista e falo para ele esquecer que entrei em seu taxi, pago a corrida. Ele vai voltar a si daqui a dois quilômetros.

Olho a imensidão do mar, retiro meus sapatos e o sobretudo, só com uma camiseta dele eu entro no mar. Sinto uma ardência imensa na cabeça e na minha boca, mas nem essas dores são maiores do que sinto em meu peito agora. Choro embaixo da agua, poderia acabar com isso agora mesmo, cair em um sono profundo e não acordar mais, como a minha mãe. Flashs do passado se passam sobre minha visão, minha mãe sendo torturada... Não consigo ver as pessoas que a torturam, mas escuto ela implorando por sua vida, ela não fala de mim, mas sei que ela pensa em mim, em não me deixar sozinha, ela não menciona meu nome, mas pensa em mim o tempo inteiro. Subo para a superfície, respiro fundo, minha mãe perdeu a vida dela para salvar a minha. Meio clichê isso, mas ela mesmo sabendo que ia morrer ela quis estar comigo o tempo todo, e de certa forma ela sempre esteve comigo. Começo a boiar na agua e choro como a muito tempo não chorava. Fico não sei quanto tempo, vejo a aurora se formando e sinto uma leve chuva caindo... Perfeito... Quero viver, tenho vontade de viver... Lembro dos meus problemas sem o Christian... Meu apartamento... Resolvo ir para lá, tenho meus métodos para ninguém saber onde estou... Minha cabeça ainda sangra um pouco e minha boca tem gosto de sangue... Lembro do meu gosto preferido, agora passado, beijos de Christian Grey. Não pretendo voltar a vê-lo, mesmo em sua psicose, dupla personalidade, problemas com personalidade por causa de sua mãe... Ele naquele momento me via como uma prostituta, queria me machucar, estava claro, sabe-se lá o que faria comigo...

Chegando a minha casa, o porteiro me fala que o problema do cano foi resolvido. Limpo a mente dele sobre a minha existência e permanência no meu apartamento. Passo um scanner para ver se estou sendo observada, tem dois seguranças de Christian, mas limpo a mente deles, não sabem nada de mim. Percebo um estranho, me observando também, mas limpo a mente dele. Ninguém pode saber onde estou, pelo menos nos próximos dias, ou nunca mais... Preciso saber o que houve com o meu pai. Abro a porta do meu apartamento e sei que tem alguém nele, meu sofá cama se foi, deve ter sido para ser lavado. Saudades dele, tudo nesse apartamento me lembra as duas semanas que vivemos aqui. As melhores da minha vida de adulta. Escuto barulho no meu quarto, tremo, mas não vou deixar esse sentimento novo de medo tome conta de mim. Sigo para de onde o barulho vem... O porteiro me disse que não havia ninguém... Então temos um invasor... Entro no quarto e quase caio para trás...

- Papai! – corro para os braços dele, está sentado em minha cama, mexendo em um computador, mas não me importo com nada agora. Me jogo nos braços dele, chorando como nunca fiz na vida.

- Querida como você demorou! Anna o que houve? Querida! – fala mas me aperto mais em seu pescoço.

- Não quero falar, só sentir que está aqui e vivo. É um milagre! Papai senti tanto a sua falta. – ele respira fundo, cheirando e acariciando meu cabelo, nesse momento é o melhor lugar do mundo. Ficamos assim alguns minutos, mas meu pai percebe o meu corte.

- Annie você está sangrando. Me conta o que houve, sua boca filha está machucada. Você nunca se machucou na vida. Nunca precisamos te levar ao hospital... Espera um pouco, vou pegar o kit de bandagens. – fala e tenta se soltar de mim, mas não deixo, tomei um susto muito grande. Não quero ficar sem o meu pai nunca mais.

- Promete que não vamos nos separar mais? É só isso que quero ouvir. – falo de olhos fechados. Sentindo o cheiro de segurança do meu pai.

- Prometo filha, agora sempre juntos! Nada vai nos separar mais. Sente-se, quero ver sua cabeça primeiro, depois conversamos... – fala e fica em pé para olhar a minha cabeça.

- Teremos que dar pontos, o que houve? Como se machucou... – e agora?

- Eu caí! Mas papai o que houve? A equipe de Christian disse que seu carro explodiu e caiu no lago. Ontem à noite! Como chegou aqui tão rápido? – pergunto, não consigo ler a mente do meu pai, é o único no mundo eu acho.

- Annie estou aqui no seu prédio desde sábado à noite. Eu estourei o cano do apartamento de cima para afastá-la um momento de Christian e conseguir conversar com você. Mas demorou tanto para você voltar, ele e Taylor cuidaram de tudo. Vi ele saindo com você nos braços... – fala e enfia uma agulha na minha cabeça...

- Aí papai... Isso dói! – ele está falando comigo para me distrair.

- Desculpa baby! Anna ele te ama de verdade, vi pela janela como ele te olhava admirado, parecia que era o bebê dele. Fiquei até enciumado... Mas agora estou aqui, você nadou no mar? – meu pai sente meu cabelo molhado, ele deu três pontos na minha cabeça, agora está dando um ponto no meu lábio interno pelo corte. Não posso contar a ele que Christian me bateu.

- Papai, vamos fugir de novo como antes? Eu não me importo mais, só quero ficar com você. Não me deixe mais papai, por favor, prefiro morrer ao sentir aquilo novamente quando soube... – choro e meu pai me abraça. Estou com duas bandagens, uma na cabeça e outra na boca, falo com dificuldade, mas não consigo terminar... É estranho me sentir assim frágil, nunca fui tão chorona. Meu pai me consola e beija minha testa, não fala nada, mas sei que nunca mais me deixará. Sinto pêlos roçando em minha perna.

- Papai um gato? Tem um gato egípcio? – falo e me abaixo para pegá-lo.

- Você sempre quis um quando criança, agora que ficaremos juntos pensei que gostaria! O nome dele é Maximus. Ele vai nos ajudar de certa forma. – fala envergonhado.

- Eu amei o meu gatinho! Papai o que houve? – falo e olho fundo em seus olhos.

- A hora da verdade filha. Descobri tudo, mas terei que te contar aos poucos. Sobre minha falsa morte, sua mãe sabia de tudo filha, ela enviou a um amigo de confiança do exército uma carta, tinha exatamente a data de três dias atrás. Charles a guardou, mas nunca achou que seria verdade. Na carta sua mãe pedia para que eu fingisse a minha morte, Charles me ajudou, mas ninguém sabe da existência dele... Comprei um carro com controle remoto, sua mãe deixou uma conta com milhões em um nome falso... Charles guiou o carro remoto do carro dele, sem que as pessoas que estavam me seguindo percebessem e nem a equipe de Christian, a dois dias embarquei de volta a Seattle. Ponto dois da carta sua mãe mandou eu cuidar de você. Ponto três ela pode estar viva. Charles investigou nossa vida e os possíveis assassinos da sua mãe. Nós três temos a proteção dela, não podem nos machucar. Ele descobriu que ela pode estar viva. Uma organização Anna, uma seita até... Eles sequestram pessoas como você e sua mãe. Estes nos perseguem a vida toda, mas não sabiam da sua existência até poucos dias atrás. Filha a ligação deles é através de Christian... – meu pai vacila, vou do céu ao inferno. Minha mãe pode estar viva, mas o homem que amo tem ligação com os sequestradores ou assassinos da minha mãe? Abraço meu gatinho e encosto minha cabeça no peito do meu pai. Queria fechar os olhos e que isso tudo passasse.

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Cinquenta Tons de EvidênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora