sobre dias melhores
que não aparentam chegar,
ainda cultivo essa tristeza
das constantes partidas
acumuladas no peito
das constantes tentativas
que terminaram no bico
da garrafa de cervejada última vez,
lá fiquei adormecido
nos pés de sua cama;
lá fiquei foragido
num final de semanafizemos coisas absurdas
quebramos tantas regras
destrinchamos nossos egos
provamos um do outro
por tantas e tantas vezes,
repetidamente,
exaustivamente,
que não sabíamos o que era realagiamos involuntariamente
e começamos a imaginar
coisas que não existiaela fedia velharia,
coisas usadas,
móveis antigos,
eu gostava daquilo;
a naftalina e a solidãoninguém à amou
como eu
...e ela sabelá ficava adormecido,
e quase me esquecia
que existia uma nova vida
em nossos braços
entrelaçados
que não duraria
por muito tempolá se foi o final de semana
e pela manhã,
recomecei a velha vida de merda
na velha casa de merdafiz meu café
e na primeira golada
algo estava errado
seu gosto havia
se perdido
em desamor
VOCÊ ESTÁ LENDO
Bebendo Coragem, Vomitando Covardia
PoesiePoesias concebidas entre devaneios alcoólicos e crises existenciais solitárias, onde um jovem tenta se lançar num mundo cheio de armadilhas para o seu fraco e inquieto coração.