já sofri
por corações bandidos
e almas usurpadoras
não seria covardia
enxergar sobre meus
óculos redondos
um silêncio
fúnebre
entre nósagora sou eu
o usurpador
por isso
tire vantagem
sobre meus cabelos
meus olhos castanhos
minha pele flácidaqueime meu silêncio
em sua boca
tire toda a carne
entregue meus espinhos
aos gatos de ruasinta saudade
chame pelo meu nome
anuncie minha morte nos jornais;
eu te encontrarei
eu voltarei
e novamente
tire vantagem
sobre meus cabelos
meus olhos castanhos
minha pele flácida
me ressusciteleve minha língua
e meu pescoço
ou me chupe
leve meus afagos
minhas mãos
que lhe cobrem
ou leve meu
sorriso tímidosaiba que estou
compactuado
aos fracassados
os desprovidos de falasou a solidão
e o sabor da
morte
sou o lado escuro
do amorprenda-me
nas profundezas
de sua alma
e de uma vez por todas
me deixe lácansei de vagar
neste mundo
abstrato
por pessoas
abstratase se estivermos
sentados
lado a lado
olhe nos meus olhos
diga-me
se estou falhando
e admita
que roubou
minha mente
e que planeja
roubar
o que resta
do meu
coração
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Bebendo Coragem, Vomitando Covardia
PuisiPoesias concebidas entre devaneios alcoólicos e crises existenciais solitárias, onde um jovem tenta se lançar num mundo cheio de armadilhas para o seu fraco e inquieto coração.