Capítulo X

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(Dave)

Entro no carro, muito nervoso com a Aubrey, não acredito que ela teve coragem de me dispensar. Quero descer do carro e ir ter com ela, mas não consigo, sinto que ela não merece. Sinto que não é o certo, mas ela me faz bem.
Sexo não podia ser importante para nós, não sei porque levamos tão à sério, enquanto é algo tão fútil.

Abro a porta do carro, num impulso, mas mudo de ideia e fecho com força. Não consigo ir falar com ela e ela não me manda nenhuma mensagem. Espanco o volante com muita força, sinto dor mais não dou atenção. Decido ligar para os meus amigos.

- Hei, o que você está fazendo? - Pergunto ao Chinês Inglês depois dele atender a chamada.

- Estou em casa do Big Cop. - ele diz, oiço uns murmúrios. - Nos encontra na lanchonete. Termino a chamada sem despedir e dirijo para lanchonete.

- Sexo. Sexo. Sexo. Sexo. - digo, enquanto o Big olha para mim com a cara cansada e o Inglês saboreia o seu bolo de chocolate. - Aqui vai o que eu sei sobre sexo. Estão preparados? - Pergunto, com a cara apavorada, como se estivesse a apresentar um teatro, mas estava simplesmente a desabafar. - Sexo é muito melhor antes de você fazer. Por que antes de fazer, isso é tudo. Entende? - Pergunto, fazendo gestos c as mãos. - É o que você sonhou. O seu mundo inteiro é consumido por isso... - Desisto de explicar e digo: - Vocês sabem do que eu estou falando. - O Inglês concorda balançando a cabeça. - E depois disso... - Dou uma risada irónica. - E depois disso é só sexo. - Digo e acho que não fui totalmente claro. - Não é nem isso, é uma bagunça. - Esclareço. - Eu queria voltar no início. - Esfrego a minha cara com as mãos e respiro fundo, tentando preencher o vazio que sinto dentro.

- Início? Quer dizer, Sexta feita? - O Inglês pergunta.

- Sim, Sexta feira. - Digo, e rio ao lembrar da sexta feira. - Parece que passou muito tempo, mas eu faria tudo diferente. - Digo, transtornado.

- Certo, eu vou fazer uma pergunta séria e quero que você pense antes de responder. - O Inglês informa. - É possível que o problema seja que você é, tipo, - Dá uma pausa e aproxima - se antes de terminar a pergunta. - Enorme? - Pergunta. - E você nunca percebeu porque não tinha com o que comparar. Você quer que eu olhe o seu pénis? - Pergunta, com a cara lavada.

-Não, acredite, isso não é um problema. - Respondo, aborrecido mas continuo calmo.
- Tem certeza? - pergunta.

- Positivo. - Digo, se não fosse meu amigo eu daria na cara dele, penso. Percebo que os dois à minha frente, trocam um olhar cúmplice e estão me escondendo algo. Suspiro desesperado. - O quê? - Pergunto, confuso.

- É melhor assim. Pense nisso. - O Inglês diz. - Ela não frequenta a nossa escola, então não vai encontrar com ela. Ninguém a conhece então, ninguém vai saber a versão dela. E em poucas semanas vem a formatura, o baile e antes de você perceber já vai estar ocupado, trabalhando. Isso nunca ia durar mesmo. E agora acabou. E quem sabe daqui a uns anos você vai encontrar ela em algum bar. Vocês vão tomar uma bebida e rir disso. E é isso, isso é a vida. A melhor coisa é esquecer, David. - O Inglês discursa.

Fico em silêncio, pensando no que ele disse, e acho que tem razão mas daí o Big Cop começa a falar, encarando a estrada pela janela.

- Eu acho que isso é besteira. Você encontrou alguém bem legal, pelo o que eu ouvi. Quantos fins - de - semana você passou dirigindo, procurando exatamente por isso? E nunca acontece, mas aconteceu. E agora? Você tropeça e desiste? - Ele pergunta, olho para ele muito surpreso. - Joga as mãos para cima e vai embora? - ele pergunta.

- Bem, foi um grande tropeço. - Penso alto e percebo a dimensão do problema.

- Não, não foi. Foi sexo. Uma vez. A primeira você não sabe nada disso. Vai me dizer que não vale dar mais uma chance? Você acha que é melhor desistir, não. O melhor é encarar e ser um homem. Não estou falando daquela besteira de, ou você é forte ou é um idiota. Estou falando de ser um homem crescido. - Big discursa.

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